Pesquisa aponta que 85% dos pais não sabiam o que era APLV antes do diagnóstico e 1 em cada 2 enfrentou uma jornada longa até a identificação correta
A alergia à
proteína do leite de vaca (APLV) é uma das alergias alimentares mais comuns nos
primeiros anos de vida e pode afetar até 5,4% das crianças. Embora cada vez
mais frequente, persistente e grave, a APLV ainda é pouco conhecida pela
população e pode ser de difícil identificação, mesmo em contextos clínicos, por
apresentar uma ampla variedade de sintomas que se confundem com outras
condições.
Uma pesquisa
nacional realizada em 2020 pela Editora Abril, em parceria com a Danone
Nutricia, com 617 pais e mães de crianças diagnosticadas com APLV, revela um
retrato preocupante: 85% dos responsáveis não sabiam o que era APLV antes do
diagnóstico, e mais da metade precisou consultar três ou mais médicos até
chegar ao diagnóstico final.
A APLV ocorre
quando o sistema imunológico da criança reage às proteínas presentes no leite
de vaca, desencadeando reações ou sintomas que podem desenvolver em diferentes
órgãos e sistemas. Entre os sintomas mais relatados pelos pais estão:
· Dermatite
(70%)
· Cólica
(61%)
· Problemas
intestinais (60%)
· Refluxo
(56%)
· Diarreia
(56%)
· Problemas
respiratórios (59%)
· Sangue
nas fezes (45%)
“A diversidade de
sintomas confunde os pais e até mesmo os profissionais de saúde. Vale destacar
que os sintomas podem aparecer em minutos ou até dias após consumir leite ou
derivados. Por isso, é importante que os pais estejam atentos e procurem o
pediatra ou o especialista - alergologista ou gastroenterologista - da criança
se perceberem reações”, orienta Dra. Ana Grubba*, pediatra e diretora médica da
Danone.
A médica conta que
o diagnóstico da APLV deve ser feito sempre por um profissional da saúde. Ao suspeitar
de APLV, será indicado excluir leite e derivados da dieta da criança ou da mãe
- no caso de amamentação - e após algumas semanas reintroduzir o leite. Caso os
sintomas voltem, é confirmada a APLV.
Mais do que uma
simples restrição alimentar, a APLV é uma condição que interfere diretamente na
saúde física e emocional da criança. Quando não diagnosticada e tratada
adequadamente, pode comprometer o crescimento, a nutrição e até a qualidade de
vida da família como um todo. Em casos mais severos, a exposição à proteína do
leite pode desencadear reações graves, como a anafilaxia, uma resposta alérgica
intensa que pode colocar a vida em risco.
“Quanto mais cedo
a APLV for identificada, melhor o prognóstico. Hoje temos recursos nutricionais
e acompanhamento adequados para garantir que a criança se desenvolva
normalmente, desde que o diagnóstico seja feito e o tratamento seguido com
atenção”, completa Dra. Ana.
A pesquisa serve
como alerta: é preciso falar mais sobre APLV, dar visibilidade à condição e garantir
um ecossistema de informação, acolhimento e segurança para as famílias que
convivem com a alergia alimentar.
Campanha de conscientização
Durante os meses de maio e junho, a Danone, em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), promovem uma ampla campanha nacional de conscientização sobre Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). A iniciativa tem como objetivo levar informação segura e acessível para pais, profissionais da saúde e educadores, promovendo mais conhecimento sobre os sintomas, o diagnóstico precoce e os cuidados com a APLV. A campanha inicia na Semana Nacional de Conscientização da Alergia Alimentar (12 a 18 de maio), no perfil @aplvbrasil e no site www.alergiaaoleitedevaca.com.br, pais encontram conteúdos educativos, materiais de apoio gratuitos e orientações para escolas que ajudam a tornar a jornada da APLV mais leve, segura e acolhedora para toda a família.
Referências:
Ana Grubba - pediatra e diretora médica da Danone.
1 de Oliveira LCL, et al. Arq Asma Alerg Imunol - Vol. 9, N° 1, 2025.
2 Ed. Abril. Alergia à proteína do leite de Vaca. Revista Veja Saúde, 2020.

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