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segunda-feira, 12 de maio de 2025

Alta de casos de VSR acende alerta no Brasil e reforça a importância da prevenção

Infecções por Vírus Sincicial Respiratório crescem além do esperado em 2025 e atingem também adultos; infectologista pediátrica orienta sobre cuidados e vacinação

 

O Brasil enfrenta um aumento significativo nos casos de infecção por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) neste ano, conforme alertam autoridades de saúde. Segundo levantamento do Ministério da Saúde, o país apresenta uma positividade de 35,1% para VSR, índice considerado elevado e acima do padrão histórico, acendendo um sinal de alerta para a população, especialmente os grupos vulneráveis, como crianças pequenas e idosos.

A Dra. Carolina Brites, infectologista pediátrica, destaca que o vírus sempre existiu, mas fatores recentes vêm contribuindo para a intensificação dos casos. “Essa questão de mudanças climáticas, pandemia e até a desurbanização fazem com que o vírus sinta essas mudanças. Antes, a sazonalidade era de março a julho, mas agora ele consegue atingir outros meses além daquilo que é esperado”, afirma.

Embora historicamente o VSR acometa principalmente crianças menores de dois anos, o cenário atual revela que idosos também estão sendo significativamente afetados. “O vírus prefere pacientes com menor imunidade, como crianças pequenas e adultos acima de 60 anos. Comorbidades, doenças crônicas e a prematuridade aumentam o risco de quadros graves, como insuficiência respiratória”, explica a especialista.

Apesar do aumento expressivo de casos em 2025, a Dra. Carolina acredita que o cenário não representa necessariamente uma nova fase do vírus, mas sim uma consequência da negligência com medidas preventivas. “Se continuarmos a negligenciar os fatores de prevenção, a tendência é que, a cada ano, vejamos mais quadros como esses. Precisamos agir preventivamente”, alerta.

Entre as orientações para minimizar o risco de infecção, especialmente em ambientes públicos e fechados, a médica reforça cuidados simples, mas eficazes. “Evitar aglomerações, optar por locais bem ventilados, manter uma boa hidratação, alimentação saudável e higienização constante das mãos são atitudes essenciais. Além disso, é fundamental manter a carteira vacinal em dia, mesmo que não seja para o VSR, pois isso reduz as chances de infecção por outros vírus e fortalece o sistema imunológico.”

A boa notícia é que já existem vacinas contra o VSR disponíveis na rede privada. “Hoje, há vacinas para gestantes a partir de 32 semanas, crianças até um ano de idade e pessoas acima de 60 anos. Apesar de ainda não estar na rede pública, é possível se imunizar em clínicas particulares”, informa a Dra. Carolina.

A infectologista reforça que a prevenção deve ser constante e não apenas reativa. “Não podemos esperar que os surtos de VSR, COVID ou Influenza apareçam para lembrarmos da prevenção. A vacinação, a alimentação saudável e o estímulo ao desenvolvimento infantil são fundamentais o ano todo.”

A recente alta de casos reforça a necessidade de atenção contínua e ações preventivas coordenadas entre famílias, escolas, instituições de saúde e poder público. O VSR é altamente contagioso e pode levar a complicações respiratórias sérias, especialmente entre os mais vulneráveis.

Em um momento em que os casos continuam em ascensão, a Dra. Carolina deixa um recado importante: “A gente precisa fazer agora para não sofrer depois. A prevenção é, e sempre será, o melhor remédio.” 

 


Carolina Brites - CRM-SP: 115624 | RQE: 122965 - concluiu sua graduação em Medicina na Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) em 2004. Especializou-se em Pediatria pela Santa Casa de Santos entre 2005 e 2007, onde obteve o Título de Pediatria conferido pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Posteriormente, especializou-se em Infectologia infantil pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e completou uma pós-graduação em Neonatologia pelo IBCMED em 2020. Em 2021, concluiu o mestrado em Ciências Interdisciplinares em Saúde pela UNIFESP. Atualmente, é professora de Pediatria na UNAERP em Guarujá e na Universidade São Judas em Cubatão. Trabalha em serviço público de saúde na CCDI – SAE Santos e no Hospital Regional de Itanhaém. Além disso, mantém um consultório particular e assiste em sala de parto na Santa Casa de Misericórdia de Santos. Ministra aulas nas instituições de ensino onde é professora.


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