Em 30% dos casos, homens
são responsáveis pela dificuldade de um casal engravidar
Quando se trata de infertilidade há, ainda, na
sociedade, uma visão ultrapassada de associar à mulher a responsabilidade de
não engravidar. No entanto, estudos indicam que essa “participação" na
dificuldade de ter filhos é igualmente compartilhada pelos dois gêneros: em 30%
dos casos, os homens é que são inférteis, mesmo percentual atribuído a elas, de
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 20%, são ambos, e nos
20% restantes, a origem é desconhecida, sendo considerada como Infertilidade
Sem Causa Aparente (ISCA).
Quando ocorre a ausência de gestação após 12 meses
de relação sexual sem contraceptivo, pode ser diagnosticada a “infertilidade
conjugal”. Nesses casos, a informação é o melhor caminho para desmistificar o
assunto, ainda carregado de estigmas e preconceitos.
Tanto homens quanto mulheres podem ser afetados por
questões que impactam a fertilidade. “As causas da infertilidade de um casal
podem estar associadas ao homem, à mulher ou até a ambos, sendo essencial uma
abordagem integrada para o diagnóstico correto e o melhor tratamento”, afirma o
Dr. Guilherme Geber, especialista em Reprodução Humana, da Clínica Origen
BH.
O médico destaca que a infertilidade conjugal é uma
combinação de fatores dos dois e, por isso, deve ser compartilhada entre eles.
"Não é uma questão da mulher ou do homem. Fazendo a avaliação conjunta dos
parceiros temos a possibilidade de fazer um diagnóstico correto e tratamento
mais adequado”, pontua Dr. Guilherme.
Entre os fatores femininos, os mais comuns incluem
distúrbios ovulatórios, principalmente relacionados à síndrome dos ovários
policísticos (SOP), obstrução das tubas uterinas, endometriose ou baixa reserva
ovariana. Já a infertilidade masculina está relacionada a alterações seminais,
como baixa contagem de espermatozoides, problemas de motilidade ou morfologia e
fragmentação do DNA espermático. Entre as causas dessas alterações estão
disfunções hormonais, condições genéticas e metabólicas, varicocele, obstruções
no trato reprodutivo, entre outras.
Mesmo que um dos parceiros já tenha a suspeita de infertilidade, é importante que o casal seja investigado por completo, começando pela avaliação do histórico clínico e reprodutivo e pelo levantamento dos sintomas. "Essa visão permite intervenções terapêuticas mais personalizadas para ajudar o casal a alcançar a gravidez”, finaliza o especialista.
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