Vivemos em uma sociedade marcada por uma pressão constante para atender expectativas sociais, profissionais e pessoais. A busca incessante por validação e perfeição leva muitas pessoas a se "quebrarem" no processo de tentar se encaixar. Nesse cenário, a ansiedade tem se tornado uma companheira constante, exacerbada pela tecnologia e, em especial, pelas redes sociais.
Estudos mostram que quanto maior o uso das telas,
maior o nível de ansiedade, e no Brasil, que lidera o ranking global de tempo
de conexão, a realidade não é nada favorável. Passamos, mais de 5h30 por dia em
nossos dispositivos, agravando o quadro de estresse e distúrbios psicológicos.
As redes sociais têm um papel central nesse
contexto, distorcendo nossa percepção de realidade, gerando ansiedade, insônia
e até o medo de perder algo, o famoso "FOMO" (Fear of Missing Out).
No entanto, essa pressão não se limita apenas ao
espaço virtual. Vivemos em um ritmo acelerado, onde a produtividade é exigida
até mesmo nos momentos de descanso. Muitas vezes, a sensação de não estar
"produzindo" também se estende ao lazer, fazendo com que até o
descanso se torne uma atividade com um objetivo, um "tarefa" a ser
cumprida.
No Brasil, um país com índices elevados de
desemprego e uma economia instável, a ansiedade no trabalho se tornou uma
questão central. Em 2022, quase 210 mil pessoas foram afastadas do trabalho
devido a transtornos mentais, um aumento alarmante em relação ao ano anterior.
Esse cenário, além de impactar diretamente a saúde dos trabalhadores, afeta a
dinâmica das empresas e de toda a sociedade.
A principal questão aqui é: como podemos esperar
que alguém, sobrecarregado e com a saúde mental fragilizada, seja capaz de
oferecer uma experiência positiva ao cliente ou ao colega de trabalho? A
resposta está em um princípio simples, mas poderoso: as pessoas precisam estar
no centro.
Investir na experiência do colaborador é
fundamental. Empresas que priorizam o bem-estar de suas equipes, que reconhecem
e cuidam das necessidades emocionais e psicológicas de seus funcionários, têm
mais chances de criar um ambiente saudável e produtivo. E quando os
colaboradores se sentem valorizados e bem cuidados, isso se reflete diretamente
na experiência do cliente.
Proporcionar uma experiência do cliente de qualidade começa com a criação de um ambiente interno saudável, onde as pessoas são valorizadas, respeitadas e apoiadas. Sem isso, não há como esperar um atendimento excepcional, porque o que é vivido dentro da empresa se reflete no que é entregue ao público. As pessoas estão no centro de tudo — sem elas, nada existe.
Ricardo Pena - empresário, especialista em experiência do cliente e autor do best-seller “O caminho do cliente”

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