Março é o mês de conscientização sobre a endometriose, uma doença crônica que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil e no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além dos sintomas debilitantes, como cólicas intensas e alterações intestinais, a condição também é uma das principais causas de infertilidade feminina. No Brasil, aproximadamente 8 milhões de mulheres enfrentam a doença e cerca de 30% delas encontram dificuldades para engravidar
Março é o mês de conscientização sobre a endometriose, uma condição
ginecológica que se caracteriza pelo crescimento de tecido endometrial fora do
útero. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), em mais da
metade dos casos (58%) a doença está associada com dor crônica e cerca de um
terço delas desenvolvem infertilidade, representada pela redução acentuada da
reserva ovariana. No Brasil, há mais de 8 milhões de mulheres com diagnóstico
de endometriose.
Os dados são validados por estudo publicado em 2024
na revista científica Best Practice & Research Clinical Obstetrics & Gynaecology, que aponta que cerca de 30% das pacientes com endometriose sofrem de
infertilidade e até 50% das pacientes inférteis podem sofrer desta enfermidade
“Embora seja uma condição comum, o diagnóstico de endometriose muitas vezes é
tardio, levando anos para ser confirmado. A falta de conhecimento e a
normalização das dores menstruais intensas contribuem para que muitas mulheres
passem a conviver com os sintomas sem receber o tratamento adequado”, lamenta
Susana Joya, geneticista e assessora científica do laboratório Igenomix, do
Vitrolife Group na América Latina.
De acordo com a SBE, os principais sintomas de
endometriose são dismenorreia (cólica menstrual); dores nas relações sexuais
com penetração; dores ao urinar e evacuar, especialmente no período menstrual;
infertilidade; fadiga e diarreia. A entidade ressalta que toda a mulher com
sintomas de dor pélvica, cólicas intensas no período menstrual ou dor durante e
após a relação sexual deve procurar um ginecologista para investigação e
tratamento adequado. O diagnóstico é feito por meio da suspeita clínica no
exame de rotina e confirmado por meio de exames de imagem especializados.
O impacto da endometriose na
fertilidade
A endometriose pode causar inflamações crônicas,
aderências na pelve e distorções anatômicas que prejudicam a função dos órgãos
reprodutivos. Além disso, a doença pode levar à redução da reserva ovariana,
especialmente na presença de cistos endometrióticos (endometriomas). “É fundamental
que mulheres diagnosticadas com endometriose ou com histórico familiar da
doença busquem avaliações especializadas o quanto antes”, destaca Susana. Para
muitas mulheres, o congelamento de óvulos tem sido uma alternativa recomendada,
garantindo maiores chances de gravidez no futuro. “O ideal é que esse
procedimento seja realizado antes que a doença afete significativamente a
reserva ovariana. O aconselhamento genético pode ajudar a identificar o momento
mais adequado para essa decisão”, acrescenta a especialista.
É importante não confundir endometrite com
endometriose porque, embora ambas possam levar à infertilidade, são duas
condições distintas com causas, sintomas e tratamentos muito diferentes.
Endometrite é a inflamação do endométrio causada por uma infecção bacteriana. A
endometriose, no entanto, ocorre quando o endométrio se espalha para outros
tecidos fora do interior da cavidade uterina cuja etiologia ainda está sendo
pesquisada.
Mas o fato é que a saúde endometrial é fundamental
quando se trata de engravidar, portanto, ambas são um problema para a concepção
quando não tratadas. O tratamento da endometriose pode variar de acordo com a
intensidade do sintoma, da evolução dos focos de endometriose e dos órgãos
acometidos. O diagnóstico da endometrite crônica infecciosa pode ser
realizado com o teste ALICE, histeroscopia, histologia ou cultura
microbiana. Sendo que o diagnóstico molecular realizado pelo teste ALICE
é a técnica mais moderna com capacidade de identificar as
bactérias patogênicas que não crescem em cultura, o que permite que o
tratamento antibiótico seja preciso de acordo com a bactéria a ser combatida.
Igenomix
Vitrolife Group
Referências Bibliográficas:
1 - Leone Roberti Maggiore U, Chiappa V, Ceccaroni M, Roviglione G, Savelli L, Ferrero S, Raspagliesi F, Spanò Bascio L. Epidemiology of infertility in women with endometriosis. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 2024 Feb;92:102454.
2 - Sociedade Brasileira de Endometriose. <https://sbendometriose.com.br/conteudos/>. Acesso em 14 de março de 2025.
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