Quem é do time que deixa o travesseiro arejando no sol deve atualizar suas práticas com as otorrinolaringologistas Dra. Roberta Pilla e Dra. Maura Neves
Mais uma vez, a chegada do outono tira da gaveta as preocupações com as doenças respiratórias, favorecidas pela temperatura e umidade mais baixas. A Dra. Roberta Pilla, otorrinolaringologista e membro da ABORL-CCF, e a Dra. Maura Neves, otorrinolaringologista pela USP, destacam os principais desafios reservados por essa estação e fornecem orientações valiosas para prevenir problemas de saúde.
A Dra. Roberta explica que as mudanças bruscas de temperatura, aliadas à permanência em ambientes fechados e com pouca ventilação, favorecem a circulação de microrganismos, como vírus e bactérias respiratórias. Além disso, o clima seco e mais frio contribui para irritar as mucosas respiratórias, tornando-as mais vulneráveis.
"O nosso sistema respiratório precisa lidar com respostas rápidas para se adaptar às mudanças de temperatura e manter a proteção das vias aéreas. Pela respiração, perde-se mais água e calor, alterando a formação de muco. Isso favorece que bactérias, vírus e poluentes causem danos com mais facilidade. Além disso, as variações bruscas podem desencadear crises de broncoespasmo em pacientes asmáticos e aumentar a suscetibilidade a infecções", destaca a Dra. Roberta.
Por
sua vez, a Dra. Maura ressalta que o aumento da concentração de poluentes no ar
durante o outono, devido à redução das chuvas e à permanência em ambientes
fechados, agrava as crises alérgicas. Ela também destaca que o ar mais frio e
seco é um fator irritante que favorece as infecções virais.
Condutas para reforçar a prevenção
Diante desse cenário, as especialistas recomendam medidas preventivas a partir de hábitos saudáveis, que incluem alimentação balanceada e hidratação adequada, além de evitar mudanças bruscas de temperatura, praticar a higiene das mãos e fazer a limpeza e ventilação adequadas dos ambientes.
"É importante também manter uma boa higiene nasal, utilizando soluções salinas ou soro fisiológico, e evitar o uso excessivo de ar-condicionado, que pode ressecar as vias aéreas", acrescenta a Dra. Maura.
Ambas
concordam que uma boa alimentação desempenha um papel fundamental na prevenção
de doenças respiratórias, pois mantém o sistema imunológico fortalecido.
"Alimentos ricos em vitaminas e minerais contribuem para o funcionamento
adequado do sistema imunológico, reduzindo o risco de infecções",
concluem.
Nada de travesseiros no Sol!
Sobre a exposição de travesseiros e cobertores ao sol, as médicas são unânimes em desaconselhar essa prática. "Quando expostos ao sol, esses objetos podem favorecer a proliferação de ácaros, fungos e bactérias, tornando-se um risco para pessoas alérgicas", explicam.
O
ideal, segundo a Dra. Roberta, é ventilar o travesseiro com uma fronha e luz
indireta. Alérgicos devem usar capas nos travesseiros e colchões, lavando a
cada 3-4 semanas, e trocando os travesseiros a cada 2 anos.
Dra. Maura Neves – Otorrinolaringologista. Formação: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Fellowship em Cirurgia Endoscópica Nasal no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF. Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP.
Dra. Roberta Pilla - Otorrinolaringologia Geral Adulto e Infantil. Laringologia e Voz. Distúrbios da Deglutição; Via Aérea Pediátrica. Médica Graduada pela PUCRS- Porto Alegre/ Rio Grande do Sul (2003). Pesquisa Laboratorial em Cirurgia Cardíaca na Universidade da Pensilvania – Philadelphia/USA (2004). Título de Especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (2009). Mestrado em Cirurgia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS- Porto Alegre/RS) (2012-2016)
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