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Só no início de 2025, de acordo com o painel de monitoramento das
arboviroses, o Brasil já registrou mais de 727 mil casos possíveis de dengue,
com 384 óbitos confirmados e outros 721 em investigação. Qualquer pessoa pode
ser atingida pela doença, porém, existem grupos mais suscetíveis a desenvolver
a forma grave, entre eles, as gestantes.
Dados do Ministério da Saúde apontam que em 2023
foram registrados 1.157 diagnósticos de dengue em grávidas nas seis primeiras
semanas do ano e em 2024, na mesma época, o número aumentou 345,2%, 5.151
casos.
“Uma vez infectadas, as gestantes apresentam maior
risco de desfechos desfavoráveis quando comparadas às mulheres não gestantes.
Por isso, esse grupo demanda atenção especial em termos de prevenção,
diagnóstico e tratamento, sendo fundamental para garantir a segurança e o
bem-estar das gestantes e puérperas durante esse período crítico”, destaca o presidente
da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas da Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Dr. Regis
Kreitchmann.
Diante do problema, a ONG Prematuridade.com reforça o
alerta para conscientizar as grávidas e profissionais de saúde sobre os sinais
da dengue durante a gravidez. “Por meio de campanhas de conscientização,
materiais educativos e parcerias com Governo e instituições profissionais,
precisamos divulgar amplamente informações sobre como prevenir a dengue, como
reconhecer os sintomas e onde procurar assistência adequada”, diz a diretora
executiva da ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani.
De acordo com estudo mais recente, publicado por
pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde
(Cidacs/Fiocruz Bahia), em parceria com a London School of Hygiene &
Tropical Medicine (LSHTM) e Universidade de São Paulo (USP), a dengue
hemorrágica aumenta em 2,4 vezes a chance de o bebê nascer prematuro.
As alterações ocorrem principalmente durante a doença
aguda. Não existem vacinas contra a dengue liberadas para o uso durante a
gravidez. “As gestantes devem estar atentas e procurar atendimento assim que
notarem os primeiros sintomas, já que eles podem ser confundidos com os de
outras condições comuns na gestação”, salienta Denise. Entre os sintomas mais
comuns da dengue, estão dor no corpo e nas articulações, febre, manchas
avermelhadas, enjoo e dores abdominais.
O sistema imunológico das grávidas é compartilhado
com seu bebê, por isso, são mais suscetíveis a infecções, que podem evoluir
para quadros mais graves da doença, uma vez que a dengue afeta diretamente a
cadeia plaquetária, favorecendo quadros hemorrágicos. A mãe, se infectada nos
primeiros meses, corre o risco de sofrer um aborto espontâneo. Já se a infecção
ocorrer no segundo e terceiro trimestres de gravidez, o risco é de um parto
prematuro, com todas as possíveis complicações relacionadas, como baixo peso e
problemas de desenvolvimento do bebê.
Pensando em ações de prevenção à doença no ano
passado, a FEBRASGO, em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS), lançou o "Manual de Prevenção, Diagnóstico
e Tratamento da Dengue na Gestação e no Puerpério". O manual foi concebido
com o propósito de oferecer orientações específicas e detalhadas sobre a gestão
da dengue em grávidas e puérperas, abordando desde o diagnóstico precoce até o
tratamento clínico e a prevenção de complicações graves.
“Com esse documento, a FEBRASGO reafirma sua
preocupação com a saúde das gestantes e puérperas, que representam um grupo
particularmente vulnerável em meio ao avanço de epidemias como a dengue. Nossa
prioridade é garantir a saúde da gestante e do bebê”, destaca o Dr. Regis.
Cuidados e Prevenção - A ONG Prematuridade.com reforça as ações de combate à
proliferação dos mosquitos, evitando focos de água parada e colocando telas em
janelas e portas. Além disso, é recomendado o uso de roupas de cor clara, que
cubram o máximo possível da pele. O uso de mosquiteiros sobre a cama também
ajuda a evitar as picadas. Em relação aos repelentes, os indicados para o uso
em gestantes são aqueles à base de “Icaridina”, o “DEET” e o “IR3535”. Em
regiões com temperaturas mais elevadas, esses repelentes devem ser utilizados
em períodos mais curtos de tempo. É recomendado o uso em toda a área exposta da
pele; no caso de roupas de tecidos finos, sugere-se utilizar o repelente sobre
a roupa.
Link: https://www.febrasgo.org.br/pt/manual-de-prevencao-dengue-na-gestacao
ONG Prematuridade.com
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