Como aproveitar a folia com segurançaCanva
Especialista afirma que o preservativo continua sendo a principal forma de prevenção das ISTs, mas destaca que outras medidas também são eficazes.
O Carnaval é um dos momentos mais aguardados do ano, reunindo
multidões em festas e blocos por todo o país. Porém, em meio à diversão, é
essencial lembrar dos cuidados com a saúde sexual. Durante esse período, há um
aumento na exposição a fatores de risco, como relações sexuais desprotegidas,
muita das vezes motivada pelo consumo excessivo de álcool e uso de drogas
ilícitas, que podem levar a uma maior transmissão de Infecções Sexualmente
Transmissíveis (ISTs).
De acordo
com o médico Eduardo Siqueira, membro da diretoria da Sogimig (Associação de
Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais), nesse período há maior exposição a
situações de risco. “As pessoas tendem a se expor mais. Isso pode
resultar em maior transmissão de doenças como clamídia, gonorreia, tricomoníase,
sífilis, HIV e HPV”, alerta o especialista.
As ISTs são
transmitidas principalmente pelo contato sexual desprotegido, mas algumas podem
ser passadas apenas pelo contato pele a pele, sem necessidade de penetração. Os
sintomas podem variar de acordo com a infecção e, em muitos casos, não aparecem
imediatamente, tornando o diagnóstico precoce ainda mais essencial.
Os sinais mais comuns incluem:
✅ Corrimentos incomuns, de coloração amarelada ou
esverdeada;
✅ Feridas ou úlceras na região genital, anal ou
bucal;
✅ Coceira intensa na região íntima;
✅ Dor ou ardência ao urinar;
✅ Verrugas genitais (indicativo de HPV)
Além disso,
algumas infecções podem não apresentar sintomas no início e só serem
descobertas meses depois, em exames laboratoriais. “Por isso, mesmo sem sintomas,
quem teve uma relação desprotegida deve procurar um serviço de saúde e realizar
exames de rastreamento”, explica Eduardo Siqueira.
Para além
do preservativo
O uso do
preservativo continua sendo a principal forma de prevenção, mas não é o único
método eficaz. Segundo Eduardo Siqueira, a prevenção deve ser combinada para
garantir mais proteção.
Vacinas contra HPV e hepatite B – Disponíveis na rede pública, são fundamentais para evitar complicações graves dessas infecções.
Uso de lubrificantes – Reduz o risco de microfissuras na pele, diminuindo a possibilidade de transmissão de ISTs.
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) – Medicamento indicado para pessoas com maior risco de contrair HIV, reduzindo a chance de infecção.
Testagem regular – Realizar exames periódicos para
detecção precoce de ISTs é essencial para iniciar o tratamento rapidamente.
“O ideal é
que cada pessoa cuide da própria saúde e adote medidas preventivas. Ter um
preservativo sempre à mão, estar com as vacinas em dia e conhecer os serviços
disponíveis são formas de curtir o Carnaval com mais tranquilidade”, reforça o
especialista.
O que fazer após uma relação desprotegida?
Se houve
relação sem preservativo ou suspeita de exposição a uma IST, é fundamental agir
rapidamente. Existe um protocolo emergencial chamado Profilaxia Pós-Exposição
(PEP), um tratamento que reduz o risco de infecção por HIV, sífilis, gonorreia,
clamídia e tricomoníase.
A PEP deve
ser iniciada em até 72 horas após a exposição para ser eficaz.
“Se a
relação ocorreu sem proteção, a recomendação é procurar uma Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) ou um serviço de saúde especializado para iniciar o protocolo
o mais rápido possível”, orienta Eduardo Siqueira.
Mesmo quem
não apresenta sintomas deve realizar exames após o Carnaval, especialmente se
teve relações sexuais sem proteção. A testagem deve incluir: HIV, sífilis, HTLV
e hepatites B e C. Segundo o especialista, exames de rastreamento devem ser
feitos a cada seis meses, independentemente do período de festas.
Para o
médico, o Carnaval é uma festa de liberdade e diversão, mas a responsabilidade
com a própria saúde sexual não pode ser deixada de lado. “A
prevenção é individual. Cada pessoa deve cuidar de si mesma, sem depender do
outro. Ter preservativos sempre à disposição, buscar informações confiáveis e
conhecer os serviços de saúde são atitudes essenciais para evitar ISTs e
aproveitar a folia com segurança”, finaliza Eduardo.
Sogimig - Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais é uma entidade filiada à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
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