Pesquisar no Blog

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Carnaval e saúde

Canva
Como aproveitar a folia com segurança

Especialista afirma que o preservativo continua sendo a principal forma de prevenção das ISTs, mas destaca que outras medidas também são eficazes.

 

O Carnaval é um dos momentos mais aguardados do ano, reunindo multidões em festas e blocos por todo o país. Porém, em meio à diversão, é essencial lembrar dos cuidados com a saúde sexual. Durante esse período, há um aumento na exposição a fatores de risco, como relações sexuais desprotegidas, muita das vezes motivada pelo consumo excessivo de álcool e uso de drogas ilícitas, que podem levar a uma maior transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

De acordo com o médico Eduardo Siqueira, membro da diretoria da Sogimig (Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais), nesse período há maior exposição a situações de risco. “As pessoas tendem a se expor mais. Isso pode resultar em maior transmissão de doenças como clamídia, gonorreia, tricomoníase, sífilis, HIV e HPV”, alerta o especialista.

As ISTs são transmitidas principalmente pelo contato sexual desprotegido, mas algumas podem ser passadas apenas pelo contato pele a pele, sem necessidade de penetração. Os sintomas podem variar de acordo com a infecção e, em muitos casos, não aparecem imediatamente, tornando o diagnóstico precoce ainda mais essencial.

Os sinais mais comuns incluem:
Corrimentos incomuns, de coloração amarelada ou esverdeada;
Feridas ou úlceras na região genital, anal ou bucal;
Coceira intensa na região íntima;
Dor ou ardência ao urinar;
Verrugas genitais (indicativo de HPV)

Além disso, algumas infecções podem não apresentar sintomas no início e só serem descobertas meses depois, em exames laboratoriais. “Por isso, mesmo sem sintomas, quem teve uma relação desprotegida deve procurar um serviço de saúde e realizar exames de rastreamento”, explica Eduardo Siqueira.


Para além do preservativo

O uso do preservativo continua sendo a principal forma de prevenção, mas não é o único método eficaz. Segundo Eduardo Siqueira, a prevenção deve ser combinada para garantir mais proteção.

Vacinas contra HPV e hepatite B – Disponíveis na rede pública, são fundamentais para evitar complicações graves dessas infecções.

Uso de lubrificantes – Reduz o risco de microfissuras na pele, diminuindo a possibilidade de transmissão de ISTs.

Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) – Medicamento indicado para pessoas com maior risco de contrair HIV, reduzindo a chance de infecção.

Testagem regular – Realizar exames periódicos para detecção precoce de ISTs é essencial para iniciar o tratamento rapidamente.

“O ideal é que cada pessoa cuide da própria saúde e adote medidas preventivas. Ter um preservativo sempre à mão, estar com as vacinas em dia e conhecer os serviços disponíveis são formas de curtir o Carnaval com mais tranquilidade”, reforça o especialista.


O que fazer após uma relação desprotegida?

Se houve relação sem preservativo ou suspeita de exposição a uma IST, é fundamental agir rapidamente. Existe um protocolo emergencial chamado Profilaxia Pós-Exposição (PEP), um tratamento que reduz o risco de infecção por HIV, sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase.

A PEP deve ser iniciada em até 72 horas após a exposição para ser eficaz.

“Se a relação ocorreu sem proteção, a recomendação é procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou um serviço de saúde especializado para iniciar o protocolo o mais rápido possível”, orienta Eduardo Siqueira.

Mesmo quem não apresenta sintomas deve realizar exames após o Carnaval, especialmente se teve relações sexuais sem proteção. A testagem deve incluir: HIV, sífilis, HTLV e hepatites B e C. Segundo o especialista, exames de rastreamento devem ser feitos a cada seis meses, independentemente do período de festas.

Para o médico, o Carnaval é uma festa de liberdade e diversão, mas a responsabilidade com a própria saúde sexual não pode ser deixada de lado. “A prevenção é individual. Cada pessoa deve cuidar de si mesma, sem depender do outro. Ter preservativos sempre à disposição, buscar informações confiáveis e conhecer os serviços de saúde são atitudes essenciais para evitar ISTs e aproveitar a folia com segurança”, finaliza Eduardo.



Sogimig - Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais é uma entidade filiada à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados