Expansão de modelo que combina sistemas legados e nuvem também será sob medida
Um grande
número de empresas ainda conta com sistemas legados ou em ambientes híbridos
que combinam plataformas tradicionais e soluções em nuvem. Estima-se que cerca
800 bilhões de linhas de código em Cobol operam no mundo, consumindo até 80% do
orçamento de tecnologia dos negócios que dependem desses sistemas. Como esses
ambientes têm limitações, estão impulsionando a urgência da modernização das
áreas de TI.
“Mas, essa atualização deve ser diferente em 2025, com o fortalecimento da
chamada segunda onda de modernização”, diz Gerhardt Scriven, diretor da Capco,
consultoria especializada em gestão e tecnológica para o setor financeiro.
Essa segunda onda é deverá ser marcada pela expansão dos modelos híbridos
associada à integração entre as tecnologias. Por isso, soluções como a
inteligência artificial (IA) generativa continuarão a ter um papel importante
nos processos de modernização, mas serão complementadas por outras, como
análises contextuais.
“Além disso, a segunda onda de modernização trará uma visão holística do
processo que levará em conta os aspectos técnicos e estratégicos das empresas.
Assim, a padronização perderá espaço para as soluções feitas sob medida. E tudo
sob a supervisão humana, que continuará tendo um papel fundamental”, completa
Scriven.
Nesse cenário, a Capco, consultoria focada em tecnologia para o
setor financeiro e de energia, identificou cinco tendências
principais em 2025 para a modernização das áreas de TI corporativa:
1. TI modernizada como motor estratégico de
competitividade
Em 2025, as empresas amplificarão o uso de tecnologias avançadas capazes de
extrair, interpretar e adaptar dados automaticamente, ajustando-os às
necessidades de diferentes áreas e funções nas organizações. Essas inovações
terão um impacto significativo em como compreendem e administram seus sistemas,
em especial em ambientes que combinam soluções legadas e em nuvem. Ferramentas
baseadas em IA serão fundamentais para contextualizar dados para cenários
específicos e permitir decisões mais rápidas. Além disso, a implementação de
arquiteturas robustas e flexíveis, capazes de integrar sistemas legados e novas
plataformas em nuvem, será crucial para garantir que o processo de modernização
seja escalável e sustentável. Assim, a modernização, aliada a uma gestão de
conhecimento eficiente, permitirá que as empresas transformem seus ecossistemas
de TI em motores estratégicos de competitividade, minimizando riscos e
maximizando os resultados.
2. Aceleração e automação na
modernização de TI
No ambiente competitivo e dinâmico de 2025, em que o sucesso das empresas
dependerá da capacidade de adotar soluções integradas e estratégicas para
modernizar seus sistemas, um dos maiores desafios será o da escolha da
arquitetura. Para essas decisões, se basearão não só em análise humana, também
no suporte de soluções tecnológicas avançadas que identifiquem automaticamente
as melhores opções. Essas ferramentas atenderão às demandas atuais e
anteciparão as necessidades futuras. Ao permitir a integração fluida entre sistemas
legados e moderno e configurações otimizadas com base em dados históricos e
análises preditivas, a automação contribuirá para uma forte redução de custos,
o fortalecimento da resiliência operacional e melhoria na capacidade de
adaptação a cenários imprevisíveis. O elemento humano continuará a desempenhar
um papel estratégico. Especialistas em TI serão indispensáveis para
supervisionar e validar as decisões geradas por sistemas automatizados.
3. Soluções híbridas e
holísticas: mais que IA generativa
Em 2024, acompanhamos diversas empresas usarem soluções apenas baseadas em IA e
modelos Large Language Model (LLM) para se modernizarem. Mas, isso expôs
fragilidades nos resultados, como falta de flexibilidade para lidar com
necessidades específicas e dificuldades em antecipar cenários complexos. Em
2025, as empresas deverão optar pela convergência estratégica de tecnologias e
metodologias, criando um ecossistema tecnológico diversificado e robusto. Isso
começará com a integração de ferramentas que simulam processos de raciocínio
humano e compreendem nuances contextuais em dados complexos. Essas análises
serão fundamentais para identificar padrões e insights ocultos que soluções de
IA muitas vezes ignoram. Além disso, a criação de modelos de dados altamente
customizados às realidades de cada organização permitirá que os sistemas deem
respostas mais precisas e alinhadas ao negócio. Outro componente essencial será
a implementação de soluções inovadoras baseadas em arquiteturas híbridas.
Prevemos que as soluções vencedoras na modernização dos sistemas serão as que
combinarem o melhor da tecnologia com a inteligência e o julgamento humano.
4. Personalização substituirá
a padronização
O ano de 2025 será decisivo na consolidação de soluções tecnológicas que
valorizem a personalização e respeitem as culturas, estruturas e
especificidades de cada organização. Em 2024, observamos que muitas empresas
enfrentaram enormes problemas ao adotar soluções que não consideravam
plenamente suas necessidades específicas. As novas abordagens priorizarão a
customização em larga escala e isso se tornará norma. Essa transformação será
liderada por modelos de IA modularizados, permitindo que a modernização seja
mais eficiente, minimize ajustes manuais e reduza a margem de erro. Além disso,
a expansão acelerada de infraestruturas baseadas em microsserviços será
crucial, gerando flexibilidade na integração de sistemas legados e agilidade.
5. TI de duas velocidades
ganha força
A adoção de modelos híbridos de tecnologia – sistemas legado e nuvem - deve
ganhar ainda mais força, destacando-se como uma importante estratégia para
empresas que buscam modernizar seus sistemas com segurança e eficiência. É uma
resposta direta à necessidade de minimizar riscos associados a mudanças abruptas,
como interrupções operacionais, incompatibilidades entre sistemas e custos
imprevistos. O modelo híbrido permite uma transição gradual e controlada e
potencializa os ganhos ao permitir aproveitar os benefícios iniciais da
modernização, como maior eficiência e integração de dados, e ao mesmo tempo
manter as operações críticas em plataformas já estabilizadas. Baseado no
conceito de "two-speed IT" (TI de duas velocidades), esse modelo
permite ajustes contínuos e continuidade operacional durante a transformação.
Capco
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