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quarta-feira, 24 de julho de 2024

AVC - Porque é tão importante maior agilidade no diagnóstico?

       Dois milhões de neurônios são perdidos, por minuto, quando um paciente vítima de AVC não recebe tratamento imediato

A agilidade no tratamento é crucial para salvar vidas e diminuir sequelas, no entanto, em muitas cidades do Brasil essa realidade emergencial ainda é distante.

 

O Acidente Vascular Cerebral isquêmico, popularmente conhecido como “derrame” é a causa mais comum de mortes no Brasil dos últimos cinco anos, apesar da existência de profilaxias e protocolos de urgências capazes de reduzir fatalidades e sequelas. Já representa 85% dos casos no país e, somente no ano passado, levou mais de 110 mil pessoas ao óbito. Pela Sociedade Brasileira de AVC, são diagnosticados cerca de 232 a 344 mil novos casos por ano, equivalente a uma média 978 por dia, ou praticamente uma incidência a cada 2 minutos no país.

“Em termos de estatística, estamos enfrentando praticamente uma epidemia de uma doença que pode ser evitada, devidamente tratada, mas que requer acompanhamento médico e, principalmente, um atendimento de emergência realmente rápido para evitar fatalidades ou sequelas graves nos pacientes”, explicou o neurocirurgião e fundador da Doc4Doc, Ramon Gaspar Andrade.

Em quadros de AVC, o papel de um neurocirurgião é crucial para a desobstrução dos vasos e o estancamento do sangue. O especialista observou que o atendimento precisa ser rápido, o que esbarra na falta da especialidade em boa parte das cidades brasileiras. 

“Em muitos casos os pacientes precisam ser referenciados a outras instituições para esse tipo de intervenção e o tempo que isso leva, juntando o deslocamento com a burocracia, realmente pode ser fatal ou deixar algumas sequelas. Isso ocorre porque em um AVC isquêmico grave perde-se 1,9 milhão de neurônios por minuto e uma média de 14 bilhões de sinapses. É uma corrida contra o tempo”, observou o especialista.

A defasagem demográfica de especialistas para atender os casos no Brasil é grande. A última atualização feita pela ABN no ano passado indicava um total de 6.776 neurologistas, o que corresponde a uma média de 2,75 da especialidade por 100 mil habitantes.

Entre várias tentativas de suprir essa necessidade de profissionais, principalmente em cidades pequenas, regiões rurais e áreas de difícil acesso, a healthtech Doc4Doc afirma que a teleinterconsulta vem se consolidando como uma solução emergencial para a carência da especialidade especialmente em regiões mais distantes dos grandes centros urbanos. 

Desde 2021, a startup atendeu 2517 casos de AVC conectando um time de neurologistas a plantonistas em 5 estados brasileiros. Na totalidade dos atendimento, os desfechos tiveram saldo bastante positivo.

“ A tecnologia é uma grande aliada para salvar vidas. Além do auxílio no diagnóstico e atendimento com base nos protocolos para esses casos, chegamos inclusive a realizar cirurgias à distância nos casos mais graves, juntamente com a equipe de saúde que estava com o paciente na emergência. Com a possibilidade de consultar especialistas nestas situações, há um ganho extra no atendimento que pode resultar não só em uma vida salva, como também em uma melhor recuperação e reduzir as sequelas”, afirma Jimmy Ayoub, fundador da Doc4Doc.

 

Quais são os primeiros sinais de um AVC?

A Doc4Doc recomenda se atentar para alguns sinais importantes nos casos de AVC:

  • Dor de cabeça intensa que surge de repente;
  • Falta de força num lado do corpo, visível no braço ou na perna;
  • Rosto assimétrico, com boca torta e sobrancelha caída;
  • Fala embolada, lenta ou com um tom de voz muito baixo e muitas vezes imperceptível;
  • Perda da sensibilidade de uma parte do corpo, não identificando o frio ou calor, por exemplo;
  • Dificuldade em permanecer de pé ou ficar sentado, pois o corpo cai para um dos lados, não conseguindo andar ou ficar arrastando uma das pernas;
  • Alterações da visão, como perda parcial da visão ou visão embaçada;
  • Dificuldade para levantar o braço ou segurar objetos, pois o braço fica caído;
  • Movimentos incomuns e descontrolados, como tremores;
  • Sonolência ou mesmo perda de consciência;
  • Perda de memória e confusão mental, não podendo realizar ordens simples, como abrir os olhos e, podendo ficar agressivo e não saber referir a data ou o seu nome, por exemplo;
  • Náuseas e vômitos.

 

E o que fazer em caso de suspeita de AVC?

Em caso de suspeita de um AVC deve-se fazer o exame SAMU, que consiste em:


S (sorriso): pedir à pessoa para sorrir, pois durante o AVC um lado do rosto não se move adequadamente, apresentando sorriso torto e assimétrico;

A (abraço): pedir para a pessoa levantar os 2 braços como se fosse dar um abraço. No caso do AVC, um braço não se move ou se inclina para baixo;

M (música): pedir à pessoa para cantar uma música. No caso do AVC é difícil cantar e a fala fica embolada;

U (urgente): se a pessoa não conseguir realizar as tarefas anteriores, ligar imediatamente para o SAMU no número 192.

 

Geralmente, as pessoas que estão sofrendo um AVC não conseguem realizar as ações pedidas neste teste. Assim, caso isso aconteça, deve-se deitar a vítima de lado em um local seguro e acionar o SAMU ligando para 192, e observar se a vítima continua respirando normalmente e, no caso contrário, deve-se iniciar a massagem cardíaca imediatamente.


 Doc4Doc  


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