Radioembolização, técnica de injeção de microesferas radioativas para destruir hepatocarcinoma, foi realizada em Vitória
Pela primeira vez, dois pacientes do Espírito Santo receberam, em Vitória, um novo tratamento para o carcinoma hepatocelular, um tumor primário do fígado. O Hospital Santa Rita foi palco das duas primeiras radioembolizações do estado, uma técnica minimamente invasiva que permite ao paciente retornar, em poucos dias, às atividades normais. Ela foi aprovada em 2014 pela Anvisa e as primeiras aplicações no Brasil aconteceram na cidade de São Paulo.
Os dois pacientes do sexo masculino tinham 64 e 82 anos. Dr. Luiz Sérgio Pereira Grillo, médico radiologista intervencionista do Hospital Santa Rita, explica que o tratamento consiste em injetar microesferas de ítrio 90, uma partícula radioativa, diretamente no tumor, emitindo radiação de maneira precisa. “Essa abordagem visa preservar as áreas saudáveis do fígado, poupando-as do impacto da radiação enquanto concentra sua ação no tecido doente”, afirma.
Os procedimentos convencionais para combater diferentes tipos de
câncer são conhecidos há tempos, como quimioterapia, radioterapia e
imunoterapia, usados inclusive contra o hepatocarcinoma. Porém, para tumores
hepáticos nos quais o fígado é o único ou o principal local da doença, há
possibilidade de atuar com a radioembolização, que chega para ampliar o escopo
de tratamentos disponíveis, seja associado ou não aos outros métodos.
Grillo ainda explica que, diferente da quimioembolização, em que é aplicado microesferas contendo quimioterápicos nos vasos que nutrem o tumor, a radioembolização injeta as microesferas radioativas para gerar a necrose no tecido doente.
O tratamento está listado no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS), o que significa que todos os usuários de planos de saúde no Brasil têm acesso à radioembolização para tratar o carcinoma hepatocelular.
Em relação ao tratamento dos pacientes, o médico informa que ambos já haviam tentado outras formas de combater o tumor. “Os dois foram submetidos a outros tratamentos anteriormente e não estavam mais apresentando respostas. Por isso, indicou-se a radioembolização para o controle da doença do fígado”, informa.
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