31 de maio - Dia Mundial sem tabaco
O
Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, é uma ocasião para refletirmos
sobre os efeitos devastadores do tabagismo na saúde pública global. Como médico
oncologista, observo diariamente os danos causados pelo cigarro, que vão desde
o câncer de pulmão até outras graves condições de saúde.
O
tabagismo é a principal causa evitável de morte mundialmente. No Brasil,
segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 443 pessoas morrem diariamente
devido ao tabagismo, que está relacionado a 14 tipos de câncer e a doenças
cardiovasculares e respiratórias, entre outras condições crônicas. As campanhas
antitabaco, iniciadas em 1990, tiveram sucesso em reduzir a mortalidade em
diversos países, apesar da resistência inicial a medidas como a proibição de
fumar em locais fechados.
Não
existe maneira segura de consumir tabaco. Formas alternativas de uso, como
cachimbos, charutos ou mascar o fumo, também apresentam riscos significativos
de câncer em diferentes partes do corpo. O crescimento do uso de cigarros eletrônicos
no Brasil, especialmente entre jovens, é alarmante. Este produto, não
regulamentado e atraente pela sua tecnologia e sabores variados, está
banalizando e tornando o ato de fumar atraente, apesar dos riscos associados.
É
sempre benéfico parar de fumar, independentemente da idade ou do tempo de
vício. As diretrizes recentes recomendam que indivíduos que fumaram um maço por
dia durante 20 anos façam tomografias anuais, pois o rastreamento pode reduzir
em 20% a chance de morte por câncer de pulmão. Além disso, é crucial que os
centros de diagnóstico tenham equipes multidisciplinares para orientar e apoiar
os pacientes sobre os riscos do tabagismo e a importância de abandonar o
hábito.
Em resumo, a mensagem central da campanha antitabaco é clara: parar de fumar é essencial. Melhor mesmo é nunca começar.
Dr. Paulo Eduardo Pizão – oncologista. Por ser docente em faculdade, gestor em instituições de saúde, atuar no atendimento clínico e por ter sido pesquisador na indústria farmacêutica, tem uma visão geral do setor e conhece o mecanismo desse segmento. Pesquisador no Centro de Pesquisa Clínica São Lucas (PUC-Campinas), coordenador da disciplina de Oncologia Clínica no Curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, Campinas-SP; oncologista no Instituto do Radium.
Especialista em Oncologia Clínica pela Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO); Especialista em Cancerologia (Oncologia Clínica) pela Associação Médica Brasileira; PhD em Medicina (Oncologia) pela Universidade Livre de Amsterdam, Holanda. Instagram @drpaulopizao
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