Segundo Andressa
Gnann, expert em Direito de Família, os pais usam a lei da Alienação Parental
apenas para amedrontar e ameaçar as mães
Nos últimos dias, a apresentadora Ana Hickmann foi
processada por Alienação Parental por seu ex-marido. A defesa de Alexandre
Corrêa afirma que solicitou o direito de visitar o filho, o que foi negado e,
por isso, a medida judicial cabível teria sido solicitada. Mas o que é a Lei da
Alienação Parental? Ela realmente funciona?
Segundo Andressa Gnann, advogada
expert em Direito de Família para mulheres e sócia fundadora e gestora do
escritório Gnann e Souza
Advogados, considerado como Referência Nacional e Melhores do Ano em
Advocacia e Justiça, que também é mãe, empreendedora serial e com projetos
voltados para mulheres, a Lei da Alienação Parental surgiu com o objetivo de
evitar interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente por
parte de um dos genitores ou por quem detenha a guarda, que prejudique a
formação dos laços afetivos com a outra parte genitora ou seus familiares, mas
não é dessa forma que ela é utilizada. “Há na lei algumas situações que são
nomeadas como alienação parental, todavia, os pais manipulam as situações e têm
o costume de usar a referida lei como forma de ameaçar e amedrontar as mães,
tudo isso com o objetivo de fazer com que as mães recuem, desistam ou aceitem
suas exigências”, afirma.
De acordo com a especialista, a Lei da Alienação
Parental é desnecessária e causa prejuízo principalmente para a criança,
porque o outro genitor normalmente a usa como ameaça e não como realmente
deveria usar: “A Lei da Alienação Parental serve apenas para ameaçar as
mães e tentar amedrontá-las com o objetivo de fazê-las ceder ou recuar. Já
atendi mais de 20 mil casos e, em sua grande maioria, eram os pais que
praticavam a auto alienação. Quando era o dia de ver o filho, eles tinham
compromisso, festa, o carro quebrava, a chuva impedia ou havia qualquer outro
motivo fútil. Depois, queriam exigir que a criança fosse próxima, amável ou
exigir um outro dia que não fosse o regularizado, por exemplo, se a mãe já
tivesse compromisso, o pai ameaçava dizendo que a mãe estava praticando
alienação parental. Também existem os pais que somem por meses e depois
aparecem fingindo que nada aconteceu.”, conta.
A advogada ressalta que isso não acontece em todos
os casos, mas afirma que o pai que quer ver e conviver com os filhos consegue
isso, independentemente da Lei da Alienação Parental. “Basta regularizar o
regime de convivência nos termos do ART. 1589 do Código Civil. Ou seja, a
revogação da lei não prejudicaria a criança porque a Constituição Federal, o
Código Civil, o Estatuto da Criança e Adolescente e até mesmo o Código Penal
garantem os seus direitos tanto com respeito à dignidade da pessoa humana
quanto com relação à inviolabilidade dos direitos e convivência familiar,
portanto, é desnecessária a Lei da Alienação para garantir a convivência com o
filho, visto que existem outras previsões legais que garantem esse direito”,
explica.
A advogada entende que a maioria dos genitores não
quer ter compromisso em cuidar e educar, deixando a responsabilidade para a
mãe. “Qualquer genitor que realmente queira ter convívio com a criança
consegue. Atualmente quem não consegue não é por causa da suposta alienação
parental, mas por falta de interesse em regularizar a situação e cumprir com
suas obrigações”, diz.
Por fim, a advogada esclarece que havendo qualquer
prática que atinja o psicológico da criança ou tente impedir a convivência com
o pai, é possível tomar medidas judiciais. Ela explica também que a convivência
e a guarda não são imutáveis, portanto, caso algum dos genitores entenda que há
algum tipo de violação, abuso, violência ou qualquer ato ou omissão que cause
prejuízo ao menor, inclusive psicologicamente, poderá requerer em juízo o que
couber, seja a aplicação de multa, alteração da guarda, convivência ou até
mesmo a suspensão da convivência com o outro genitor, sem a necessidade da
existência da Lei da Alienação Parental.
Andressa Gnann - que é expert em Direito de Família para mulheres e referência nacional, reconhecido como Melhores do Ano em Advocacia e Justiça e com prêmio Quality Justiça e já ajudou a mudar a vida de milhares de famílias. Também é responsável pelo Projeto PAPO DE LEOA, que tem o objetivo de instruir, inspirar e empoderar mulheres para terem uma vida mais equilibrada, próspera e feliz. Para mais informações, acesse o instagram
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