O Instituto Libio destaca a urgência de combater o tráfico de animais silvestres, alertando para as sérias consequências ambientais e apelando à união em prol da preservação da biodiversidade no Brasil
No centro da batalha pela preservação ambiental, o
Instituto Libio de Proteção à Natureza emerge como uma força dedicada a
evidenciar a gravidade do tráfico de animais silvestres e seu impacto
devastador na biodiversidade. Fundado em outubro de 2020 por Raquel Machado, o
Instituto tem se destacado como um defensor incansável da vida selvagem,
concentrando esforços na reabilitação de animais vítimas de maus-tratos e
tráfico, enquanto busca ampliar a conscientização sobre os efeitos prejudiciais
dessa prática.
“Acolhemos animais vítimas do tráfico e maus-tratos. Os animais que podem ser soltos na natureza são submetidos a um processo cuidadoso de reabilitação conjuntamente com nossos parceiros para depois serem soltos de forma branda de volta à natureza. Porém, muitos desses animais que não tem condições de soltura na natureza, são mantidos no Mantenedor com o objetivo de terem uma qualidade de vida mais digna”.
Raquel compartilha a motivação por trás da criação desta
instituição visionária: "Na busca de um local para reconectar-me com a
natureza, encontrei uma propriedade à beira do rio Tietê, na cidade de Porto
Feliz/SP. Deparei-me com um papagaio abandonado pelo proprietário anterior.
Indignada com o descaso e as condições em que ele se encontrava, iniciei
contatos com autoridades para entender o que poderia ser feito. Foi quando me
deparei com a triste realidade de muitos animais silvestres vítimas de
maus-tratos e tráfico. Em 2010, com autorização do Ibama, criei o Mantenedor de
Animais Silvestres. Após uma década, muitos animais foram acolhidos, e o desejo
de preservar cresceu, resultando na fundação do Instituto Raquel Machado em
2020. Em 2023, passamos a ser o Instituto Libio, LIberdade e
BIOdiversidade."
O Instituto mantém um Mantenedor de Fauna Silvestre em
São Paulo, na cidade de Porto Feliz, e quatro reservas ambientais distribuídas
pelos estados de Mato Grosso do Sul (Reserva Santuário e Reserva Particular do
Patrimônio Natural – RPPN Saci) e Pará (Reserva Rio Azul e Reserva São
Benedito).
Alerta sobre as Gravíssimas Consequências do
Tráfico de Animais para a Natureza:
O tráfico de animais silvestres tem implicações graves
para a natureza, podendo levar muitas espécies ao colapso total. A retirada
desses animais da natureza pode causar impactos significativos no equilíbrio
dos ecossistemas, uma vez que diversas espécies desempenham papéis cruciais na
manutenção do equilíbrio ecológico, seja como predadores, polinizadores ou
dispersores de sementes.
Araras resgatadas do tráfico de animais Foto Instituto Líbio |
A quebra na cadeia ecológica desencadeada pelo tráfico pode provocar um efeito cascata no meio ambiente. Além disso, frequentemente, o tráfico de animais está associado a outras atividades ilegais, como a destruição de habitats naturais, caça ilegal, tráfico de drogas e armas, agravando ainda mais a situação. O Brasil é classificado como uma fonte significativa para o contrabando de animais selvagens, dada a riqueza de sua biodiversidade.
Dados Alarmantes sobre o Tráfico de Animais
no Brasil:
US$ 2 bilhões movimentados anualmente por esse comércio
ilegal no Brasil.
9 em cada 10 animais traficados morrem antes de chegar às
mãos do consumidor final.
38 milhões de animais silvestres retirados da natureza todos
os anos no Brasil.
3ª maior atividade ilegal do mundo, atrás apenas do
tráfico de armas e de drogas.
Catatuas apreendidas do tráfico
Instituto Líbio
Dados da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (RENCTAS):
Mais de 20.000 apreensões de animais por ano pela Polícia
Militar Ambiental do Estado.
O tráfico de animais movimenta mais de 20 bilhões de
dólares ao ano no mundo.
Cerca de 30% do produto deste mercado ilegal é exportado,
enquanto o restante é comercializado internamente.
O Instituto Libio destaca a importância de unir forças na
luta contra o tráfico de animais, uma prática que não apenas ameaça a
biodiversidade, mas representa uma ameaça substancial à vida selvagem e aos
ecossistemas. “Convocamos todos a se engajarem nessa causa e a contribuírem
para a promoção da liberdade e biodiversidade em nosso país”, conclui Raquel
Machado.
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