Médica fala sobre medicamentos que auxiliam na prevenção da exposição, mas reforça: camisinha é ainda uma das formas mais segura e simples para prevenção de ISTs
A campanha “Dezembro Vermelho”, que levanta
importantes reflexões sobre a luta contra o vírus do HIV, bem como a
assistência e a proteção dos direitos dos infectados pelo vírus, é um marco no
calendário da saúde no Brasil. O tema é de extrema relevância e precisa ser
reforçado anualmente. De acordo com a UNAIDS, em todo o mundo 39 milhões de
pessoas viviam com o vírus HIV em 2022. No mesmo ano, 1,3 milhão de pessoas foram
recém-infectadas e 630 mil morreram de doenças relacionadas à AIDS.
Os tratamentos hoje existente são bem aceitos e
eficazes, auxiliando na diminuição do número de mortes e aumentando a qualidade
de vida dos portadores do vírus. Também de acordo com a UNAIDS, 29,8 milhões de
pessoas estavam recebendo terapia antirretroviral em 2022.
O uso de preservativos e a testagem frequente são,
ainda, as formas mais eficazes de prevenção dessa e outras ISTs, mas há,
também, medicações que são aliadas nessa batalha contra o vírus. A médica
Marina Dias Souza, infectologista na rede Kora Saúde, comenta que a Prep
(Profilaxia Pré Exposição) é mais uma estratégia de prevenção ao vírus do HIV.
“O tratamento consiste no uso de antirretrovirais para previnir/reduzir o risco
de adquirir a infecção pelo HIV e é aplicado em populações com maior exposição
ao vírus. O uso da medicação é contínuo e diário e o SUS fornece gratuitamente
tanto a Prep quanto o suporte, com consultas periódicas e acompanhamento
regular. A eficácia referida em estudos mais recentes chega a 44%”, conta.
A Prep consiste no uso de dois antirretrovirais,
formulados em um único comprimido. A especialista explica que, como qualquer
medicação, há o risco de efeitos colaterais, mas geralmente eles são leves, como
náusea e diarreia no início do uso, e tentem a desaparecer com o passar do
tempo. Porém, em casos mais raros, pode ocorrer toxicidade renal e hepática.
Marina reforça que o uso da Prep não substitui o da
camisinha, pois a Prep auxilia na prevenção de do HIV mas não tem efeito para
prevenir outras ISTs. “A camisinha é uma das formas mais segura e simples para
prevenção de ISTs e é preciso que se sejam vencidas as barreiras culturais e de
informação para que, cada vez mais, os preservativos sejam vistos como um item
indispensável na vida das pessoas que possuem vida sexual ativa”, finaliza.

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