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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Complicações levam ao diagnóstico de mais de dois terços das pessoas que vivem com diabetes no Brasil

  

Uma nova pesquisa da Federação Internacional de Diabetes revela que 70% das pessoas que vivem com diabetes no Brasil só receberam o diagnóstico porque tinham pelo menos uma das complicações relacionadas, como perda de visão, danos nos nervos ou doenças cardíacas.


Sete em cada dez pessoas que vivem com diabetes (70%) no Brasil só descobriram que tinham diabetes depois de desenvolverem complicações associadas à doença. Além disso, quase todos (90%) dos entrevistados no país tiveram uma ou mais complicações durante a vida com diabetes. As descobertas vêm de uma pesquisa global realizada recentemente pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) antes do Dia Mundial do Diabetes, na última terça-feira, 14 de novembro. A pesquisa foi realizada entre pessoas que vivem com diabetes na África, Ásia, Europa e América do Sul para entender o nível de conscientização e o impacto das complicações relacionadas ao diabetes.

As complicações relacionadas ao diabetes podem ser graves e, em alguns casos, fatais. Elas incluem danos ao coração, aos olhos, aos rins e aos pés. O risco de complicações causa um estresse significativo nas pessoas que vivem com diabetes. Dois terços (66%) dos entrevistados no Brasil dizem que se preocupam na maioria dos dias com o desenvolvimento de complicações relacionadas ao diabetes.

O risco de complicações pode ser reduzido significativamente por meio da detecção precoce, do tratamento oportuno e do autocuidado informado. Quando perguntados sobre a prevenção de suas complicações, nove em cada dez entrevistados (89%) no Brasil acreditam que poderiam ter feito mais; dois quintos (41%) acham que seu médico poderia ter feito mais.

As complicações que mais preocupam as pessoas com diabetes no Brasil são: coração (53%), olhos (51%) e derrame (47%).

“O fato de a grande maioria das pessoas acharem que poderia ter feito mais para evitar complicações destaca a necessidade de apoio adicional”, diz a Dra. Hermelinda Pedrosa, coordenadora de pesquisa da Unidade de Diabetes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e vice-presidente da IDF. “É preciso fazer mais para melhorar a conscientização sobre o diabetes e oferecer educação para apoiar a detecção precoce e o gerenciamento das complicações. O que aprendemos nos faz lembrar que o diabetes muitas vezes não é detectado até que uma ou mais complicações estejam presentes.

“Sabemos que, com as informações e os cuidados corretos, as pessoas que vivem com diabetes podem reduzir muito o risco de complicações. Além disso, há medidas que as pessoas com risco de diabetes tipo 2 podem tomar para retardar ou evitar o aparecimento da doença. É fundamental conhecer seu nível de risco, saber o que você deve observar e saber como responder.”

Há vários fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver diabetes tipo 2. Esses fatores incluem histórico familiar, peso, idade, etnia, sedentarismo e diabetes durante a gravidez, alguns dos quais podem ser reduzidos por meio de hábitos alimentares saudáveis e atividade física. Portanto, melhorar a compreensão e a conscientização sobre os fatores de risco é importante para apoiar a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno.

O diabetes tipo 2, que representa mais de 90% de todo o diabetes, geralmente se desenvolve silenciosamente, com sintomas que passam despercebidos. Como resultado, muitas pessoas com essa condição, mais de 50% em alguns países, não são diagnosticadas e, como sugere a pesquisa, as complicações já estão presentes. As complicações mais comuns experimentadas entre os participantes da pesquisa no Brasil foram problemas nos olhos (48%), nos pés (40%) e na saúde bucal (25%).

A Dra. Pedrosa acrescenta: “Para aqueles que não têm acesso ao apoio certo, o diabetes e suas complicações podem afetar seriamente a vida cotidiana e até mesmo se tornar uma ameaça à vida. É por isso que a IDF tem o compromisso de aumentar a conscientização sobre a melhor forma de controlar a doença, ajudando as pessoas com diabetes a entender seus riscos e melhorando o acesso aos melhores cuidados disponíveis. Os profissionais de saúde devem estar equipados com o conhecimento e os recursos para diagnosticar o diabetes precocemente e fornecer o apoio adequado.” 

No Dia Mundial do Diabetes, a IDF conclamou as pessoas a conhecerem seu risco de diabetes tipo 2 e os governos de todo o mundo a dedicarem recursos suficientes para melhorar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento do diabetes.


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