O que é melhor: executivos com anos de experiência em uma mesma empresa ou aqueles que possuem um repertório diverso em várias companhias diferentes? As mudanças na lei da oferta e demanda do mercado impactaram diretamente a resposta desta pergunta e, por mais que esse tempo seja relativo conforme o cargo em questão, existem alguns fatores que devem ser levados em consideração para que essa troca de empregos não prejudique a reputação deste talento em suas futuras oportunidades de carreira.
Em uma breve retrospectiva, podemos notar a clara
diferença nas perspectivas empregatícias dos profissionais. O sonho em fazer
carreira em uma mesma empresa fortemente permeada na sociedade nas décadas de
70 e 80, hoje, não se mostra mais igualmente desejado. A estabilidade e
segurança foram gradativamente perdendo espaço para um mercado mais dinâmico,
impulsionando uma movimentação mais frequente em vista, principalmente, da
maior conscientização dos profissionais sobre seu poder de escolha.
Se antes o poder de barganha estava
predominantemente nas mãos das contratantes, atualmente, elas percebem que não
dispõem do mesmo poder unilateral. Muitos profissionais, inclusive, realizam
uma avaliação muito mais precisa de seu possível novo empregador, analisando seus
valores e perspectivas para escolherem se querem ou não integrar esse time. Uma
decisão que, nitidamente, não se baseia mais apenas em questões financeiras.
E, por mais que essas movimentações tenham se
tornado uma realidade muito presente no mercado global, é fato que, nem sempre,
ainda são bem-vistas por muitos negócios – principalmente, em posições de maior
responsabilidade, como os C-Levels.
Quando olhamos para essa agenda de top
management, notamos um ciclo mínimo esperado de três anos destes
profissionais em uma mesma empresa – em que, no primeiro, o executivo se
dedicará a conhecer todas as pessoas que ali trabalham e adquirir sua
confiança; no segundo ano, irá executar suas tarefas e garantir a evolução do
empreendimento; e no terceiro, irá gerar seu legado e sucessão, de forma
estruturada.
Aqueles que cumprem esse ciclo e ainda fortalecem
sua carreira no local por mais anos, costumam ser muito bem-vistos pelo mercado
e altamente desejados pelos recrutadores. Enquanto, aqueles que não finalizam
esse tempo mínimo, normalmente, precisam explicar muito bem os motivos pelos
quais trocaram de emprego precocemente. Afinal, é muito comum observar um certo
receio em contratar estes profissionais, considerando a probabilidade de também
deixarem o novo cargo rapidamente.
Prova disso está em dados divulgados no relatório
Challenger, Gray & Christmas. Em uma pesquisa feita no mercado
norte-americano, foi constatado que os principais executivos na região têm
abandonado os seus cargos a um ritmo alarmante, além de terem reduzido seu
tempo médio de permanência na empresa de 12 anos para cerca de cinco a sete
anos. Apenas em 2023, mais de 1.000 CEOs deixaram as suas empresas, quantia 33%
maior do que a do ano passado, o que vem gerando uma inevitável preocupação,
especialmente aos conselhos e acionistas.
Se pensarmos em nossas carreiras como um livro,
devemos ter cuidado com a forma com que ele está sendo escrito. Em meio a um
mercado altamente instável e, após fenômenos preocupantes recentes, como os layoffs,
é fundamental que os profissionais – especialmente, os C-Levels – tenham muita
consciência de que cada escolha é um capítulo dw sua biografia.
A dica de ouro é: pense muito bem antes de avaliar
uma mudança, avalie cuidadosamente a proposta recebida e, assuma a responsabilidade
sobre o que for decidido. Lembre-se que o dinheiro, nem sempre é tudo, e sua
reputação na área, bem como oportunidades de prosperidade, também precisam
sempre ser levadas em consideração nesse momento.
Wide
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