O
mês de novembro é marcado pelo movimento mundial "Novembro Azul", que
tem como principal objetivo conscientizar a população masculina sobre o câncer
de próstata. Adotado em diversos países, a campanha destaca a importância da
prevenção e do diagnóstico precoce da doença.
Segundo
dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre os homens, o câncer de
próstata é predominante em todas as regiões do Brasil, totalizando 72 mil casos
novos estimados a cada ano do próximo triênio, atrás apenas do câncer de pele
não melanoma.
A
prevenção começa com a adoção de hábitos saudáveis. Manter uma alimentação
equilibrada, evitar o consumo excessivo de álcool, não fumar, praticar
atividades físicas regularmente e manter o peso corporal adequado são medidas
fundamentais para minimizar os riscos. Além de cuidar do corpo, a prática
regular de exercícios e uma dieta balanceada têm um impacto direto na redução
da probabilidade de desenvolver várias doenças, incluindo o câncer de próstata.
Quando
falamos em diagnóstico precoce, pensamos imediatamente nos exames de rastreio.
O exame de toque retal e o teste de PSA (Antígeno Prostático Específico) são as
principais ferramentas neste processo. Homens a partir dos 50 anos devem
realizar esses exames anualmente. Para aqueles com maior risco, como homens
negros, com histórico familiar da doença ou que apresentam alterações
genéticas, a recomendação é que iniciem essa rotina aos 40 anos. É essencial
que esses testes sejam conduzidos por urologistas.
Tecnologia na medicina
Felizmente,
com os avanços da medicina, os tratamentos para o câncer de próstata evoluíram
consideravelmente. Dependendo do estágio da doença, o paciente pode ser
submetido a procedimentos como cirurgia – com considerável ênfase à robótica –,
radioterapia, hormonioterapia, quimioterapia ou, em casos específicos, a
observação vigilante. Além disso, a evolução tecnológica trouxe equipamentos de
imagem mais sofisticados, elevando as chances de um diagnóstico preciso.
Além
da maior precisão no diagnóstico, a inovação está presente também nos
tratamentos. A cirurgia robótica é, sem dúvida, um avanço para a saúde e
qualidade de vida do paciente pós cirurgia. O método preserva enormemente a
estrutura anatômica de nervos da região acessada pelo cirurgião, sendo
importante proteção ao homem ao viabilizar a redução de possíveis sequelas.
A
radioterapia é outra modalidade de tratamento que progrediu nos últimos anos. A
radiação, agora mais dirigida ao tumor, atinge menos o redor, resultando em
menos efeitos colaterais.
Um
dos avanços mais significativos na luta contra o câncer de próstata é a
oncologia de precisão. Este método revolucionário analisa o perfil genético do
tumor para direcionar tratamentos mais eficazes e personalizados. Outro
progresso promissor é a imunoterapia, que busca fortalecer o sistema
imunológico do paciente para que ele próprio combata as células cancerosas.
Embora a imunoterapia não seja eficaz para todos os casos de câncer de
próstata, já tem demonstrado resultados significativos em alguns.
Detenho
uma atenção especial ao surgimento de novos fármacos que bloqueiam a produção e
a ação da testosterona, hormônio que propicia o crescimento do tumor na
próstata. A nova geração de medicações tomada por via oral em formato de
comprimido apresenta mais eficácia que a quimioterapia.
Survivorship
Finalmente, é vital destacar que o cuidado não termina após o tratamento. O acompanhamento pós-tratamento é crucial para monitorar a saúde do paciente, detectar precocemente qualquer sinal de recorrência e gerenciar possíveis efeitos colaterais das terapias. Neste quesito, ressalto a necessidade do Brasil em implantar o Survivorship, conceito já instalado nos países do Hemisfério Norte, que é de cuidar permanentemente do paciente que sobreviveu ao câncer para que ele volte plenamente a ter qualidade de vida nos aspectos físico, emocional, profissional e familiar.
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