O burnout é reconhecido como doença passível de
afastamento remunerado
A
International
Stress Management Association (Isma) aponta que 30% dos profissionais
brasileiros sofrem de burnout. Essa porcentagem deixa o Brasil na 2ª
colocação no ranking mundial, ficando apenas atrás do Japão com 70%.
A
síndrome é um distúrbio emocional, na qual o trabalhador possui sintomas de
exaustão extrema, esgotamento e estresse, em consequência de excesso de
trabalho e situações desgastantes referente a ele. No ano passado, o distúrbio
recebeu o código QD85 na Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde (CID) – o diagnóstico possibilita até 15 dias de
afastamento remunerado.
A
norma elaborada pela entidade International Organization for Standardization,
ISO 45001 – Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional – aborda
requisitos direcionados não apenas na prevenção do bem-estar físico dos
colaboradores, mas também da saúde mental.
Reconhecer
pontos que influenciam no estresse dos trabalhadores, e traçar estratégias para
contornar essas situações são atitudes implementadas com a ISO 45001, além da
criação de uma cultura que valorize os colaboradores, comunicação aberta e
serviços de apoio a saúde mental.
“Essa
pesquisa nos acende um alerta sobre a urgência de implementar estratégias
eficazes de gerenciamento do estresse e promover um ambiente de trabalho
saudável. O burnout não apenas afeta a saúde e bem-estar dos
profissionais, mas também tem um impacto significativo na produtividade e no
desempenho das organizações”, aponta Paulo Bertolini, diretor-geral da APCER
Brasil, certificadora de origem portuguesa de atuação global.
A
ISO 45001 pode ser aplicada em organizações de todos os setores e tamanhos, e
possui fácil integração com outros padrões ISOs, como a ISO 9001 – Sistema de
Gestão da Qualidade – e ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental. A norma torna
possível evoluir os resultados mesmo que já sejam positivos, utilizando a
metodologia Plan, Do, Check, Act (PDCA) – planejar, fazer, checar e agir
– que instaura um processo de melhoria contínua.
Depois
de um processo de implementação da norma, a organização interessada em uma
certificação deve contatar um organismo para iniciar o processo. Será realizada
uma auditoria para validar a conformidade da organização com os requisitos da
norma e elaborado um relatório com a identificação de eventuais não
conformidades e oportunidades de melhoria.
“Para
as não conformidades identificadas, a organização terá de evidenciar a
implementação de um plano de ação corretiva e, após essa execução, o organismo
de certificação emite o certificado de conformidade ISO 45001. A certificação é
válida por três anos, sendo necessário a realização de auditorias anuais de
acompanhamento”, conclui Bertolini.
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