O
resultado primário, divulgado pelo BC, reflete a diferença entre receitas e
despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública Freepik
O setor público consolidado (Governo Central,
Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras)
registrou déficit primário de R$ 22,830 bilhões em agosto, após resultado
deficitário de R$ 35,809 bilhões de julho, informou o Banco Central.
O resultado primário reflete a diferença entre
receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida
pública. O dado de agosto foi o melhor desempenho das contas consolidadas do
País para o mês desde 2021 (superávit de R$ 16,729 bilhões), segundo a série
histórica iniciada em dezembro de 2001.
Em agosto de 2022, houve déficit primário de R$
30,279 bilhões.
Composição - No mês, o resultado
fiscal foi composto por um déficit de R$ 26,182 bilhões do Governo Central
(Tesouro Nacional, Banco Central e INSS).
Já os governos regionais (Estados e municípios)
influenciaram o resultado positivamente com R$ 2,485 bilhões em agosto.
Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 1,831 bilhão, os municípios
tiveram resultado positivo de R$ 654 milhões.
As empresas estatais registraram dado superavitário
de R$ 866 milhões.
Acumulado do ano - De acordo com o
BC, as contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 79,009
bilhões no ano até agosto, o equivalente a 1,12% do Produto Interno Bruto
(PIB).
O déficit fiscal no ano até agosto ocorreu na
esteira do saldo negativo de R$ 100,986 bilhões do Governo Central (1,44% do
PIB).
Os governos regionais apresentaram um superávit de
R$ 23,540 bilhões (0,33% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um
superávit de R$ 24,008 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$
468 milhões.
As empresas estatais registraram um resultado
negativo de R$ 1,563 bilhão no ano até agosto.
Acumulado em 12 meses -
Segundo o BC, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$
73,071 bilhões em 12 meses finalizados em agosto. Em porcentual do PIB, o
déficit é equivalente a 0,70%.
Até julho, o déficit acumulado era de R$ 80,520
bilhões. O resultado fiscal negativo em 12 meses até agosto é composto por um
déficit de R$ 69,995 bilhões do Governo Central (0,67% do PIB).
Já os governos regionais apresentaram um saldo
negativo de R$ 2,318 bilhões (0,02% do PIB) no período. Enquanto os Estados
registraram um superávit de R$ 10,068 bilhões, os municípios apresentaram dado
negativo de R$ 12,386 bilhões em 12 meses.
As empresas estatais registraram um resultado
negativo de R$ 758 milhões no período.
DÍVIDA PÚBLICA
A dívida pública brasileira cresceu pelo segundo
mês consecutivo em agosto. Dados do Banco Central mostram que a Dívida Bruta do
Governo Geral alcançou R$ 7,771 trilhões no mês passado, o que representa 74,4%
do Produto Interno Bruto (PIB) - contra 74,0% em julho (dado revisado).
O pico da série da dívida bruta foi alcançado em
outubro de 2020 (87,6%), em virtude das medidas fiscais adotadas no início da
pandemia de covid-19.
No melhor momento, em dezembro de 2013, a dívida
bruta chegou a 51,5% do PIB.
A Dívida Bruta do Governo Geral - que abrange o
governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central
e as empresas estatais - é uma das referências para avaliação, por parte das
agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do
País.
Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de
calote por parte do Brasil.
Dívida Líquida - A
Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) também aumentou no oitavo mês de 2023.
Passou de 59,5% em julho (dado revisado) para 59,9% do PIB.
A DLSP atingiu R$ 6,256 trilhões. A dívida líquida
apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as
reservas internacionais do Brasil.
DÉFICIT NOMINAL
O setor público consolidado registrou um déficit
nominal de R$ 106,561 bilhões em agosto. Em julho, o resultado nominal havia
sido deficitário em R$ 81,914 bilhões e, em agosto de 2022, o saldo foi
negativo em R$ 65,907 bilhões.
Em 12 meses até agosto, as contas consolidadas do
País tiveram déficit nominal de R$ 762,451 bilhões 7,30% do Produto Interno
Bruto (PIB). No ano, o resultado deficitário é de R$ 546,167 bilhões.
O resultado nominal representa a diferença entre
receitas e despesas do setor público, já após o pagamento dos juros da dívida
pública.
No oitavo mês de 2023, o governo central registrou
déficit nominal de R$ 101,031 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo
negativo de R$ 5,844 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram
superávit nominal de R$ 313 milhões.
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