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segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Artrite Reumatoide: doença marcada pela dor atinge cerca de 2 milhões de brasileiros[1]

Tratamento adequado garante qualidade de vida, mas o longo caminho até ele é um dos desafios do paciente de doença crônica

 

Outubro é o mês de Conscientização da Artrite Reumatoide (AR), doença autoimune inflamatória e crônica que afeta as articulações gerando dores intensas e que pode provocar desgaste ósseo, limitações físicas e até comprometimento psíquico como transtornos de ansiedade e depressão, ocasionados principalmente pelo fator incapacitante da doença[2]. É importante estar atento aos principais sintomas para não demorar a procurar o médico. Entre eles destacam-se: dores intensas, inchaço e vermelhidão nas articulações, especialmente nas mãos, e dificuldade em se mexer ao acordar, durando pelo menos uma hora. Os sintomas também podem aparecer separadamente. 

“Conhecer melhor a jornada do paciente de AR é importante para compreender os principais obstáculos enfrentados durante esse percurso desafiador e marcado pela dor. A demora no diagnóstico e sua luta até chegar ao tratamento adequado, em alguns casos pode levar anos, e isso acaba impactando fortemente a qualidade de vida de quem tem AR”, afirma a Dra. Ana Cristina Medeiros, reumatologista Ana Cristina de Medeiros Ribeiro, pós-doutora e coordenadora do ambulatório de artrite reumatoide do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. 

O especialista responsável pelo tratamento da AR é o reumatologista, peça fundamental na jornada do paciente, o que já derruba um dos mitos que rondam a doença, como o de que reumatologista cuida apenas de idosos. A percepção de que a AR afetaria exclusivamente idosos é um dos mitos frequentes sobre a doença contribuindo para o atraso no diagnóstico[3]. Os primeiros sintomas costumam se manifestar em plena idade produtiva, ameaçando a realização das atividades diárias. “A doença pode começar a se manifestar ainda antes 40 anos, por volta de 35 a 55 anos em mulheres, e um pouco mais tarde em homens, mas pode atingir qualquer faixa etária. Quanto mais demorar para fazer o diagnóstico e o tratamento, maior é a perda da qualidade de vida”, declara a especialista. 

Dores nas juntas, sobretudo das mãos, também é sinal de alerta. “Os médicos precisam reconhecer a necessidade de encaminhar o paciente para o reumatologista quando a queixa for dores nas mãos. O especialista precisa saber fazer o diagnóstico precoce e conhecer todas as opções de tratamento para a doença”, afirma a reumatologista. 

 

A AR não tem cura, mas tem tratamento 

O tratamento da AR pode variar de acordo com o estágio da doença, sua atividade e gravidade. Além das medidas não-farmacológicas, o tratamento inclui os fármacos antirreumáticos modificadores da doença (Disease Modifying Anti-rheumatoid Drugs - DMARD) e terapia alvo com agentes biológicos[4]

De acordo com especialistas, o tratamento com imunobiológicos é um dos últimos avanços no campo da saúde para tratar as doenças autoimunes trazendo mais qualidade de vida ao paciente. Fisioterapia e terapia ocupacional também contribuem para que o paciente possa continuar a exercer as atividades do dia a dia[5]. 

“Identificar os sintomas, buscar o especialista correto para ter o diagnóstico precoce e ter acompanhamento médico que indique o tratamento adequado é a jornada que esse paciente deveria percorrer para ter mais qualidade de vida e conseguir realizar atividades básicas como se alimentar, se higienizar, trabalhar, entre outras”, afirma a reumatologista. 

 

Artrite Reumatoide além das dores 

Aderir ao tratamento adequado o quanto antes possibilita evitar também o desenvolvimento de outras doenças. A AR é sistêmica, ou seja, ela afeta todo o corpo humano, ao invés de apenas um órgão ou região, e causa efeitos variados. Ela também é autoimune e outras doenças desencadeadas pelo mesmo mecanismo são mais frequentes nestes pacientes quando comparados com quem não tem a doença. Por isso, elas também são associadas a comorbidades[6].

Complicações comuns em pacientes com artrite reumatoide são doenças que estão relacionadas a deposição de placas de gordura (colesterol) nos vasos sanguíneos. Assim, doença coronariana, aterosclerose nas artérias carótidas, doença vascular periférica e acidente vascular cerebral (AVC), em especial o tipo isquêmico, podem ocorrer[7]. “Outras condições frequentemente associadas são insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus tipo 2, osteoporose com fraturas, distúrbio dos lipídios (colesterol e triglicerídeos) e doenças respiratórias associadas ao tabagismo. É importante que essas doenças sejam reconhecidas e tratadas de forma adequada. Por isso, a abordagem multidisciplinar é fundamental”, complementa a reumatologista.

 

Artrite reumatoide e saúde mental 

O afastamento das atividades sociais, a interrupção das práticas esportivas e o abalo na vida profissional, podem impactar também a saúde mental dessas pessoas[8]. Achados científicos reforçam a ligação entre a enfermidade e quadros depressivos, por exemplo. Estudos revelam que a prevalência de transtornos depressivos em portadores da doença varia entre 13% e 47%[9]. 

Alguns trabalhos apontam que a depressão teria um efeito direto sobre as citocinas, substâncias que estimulam o processo inflamatório relacionado à artrite reumatoide. Um artigo recente, publicado no Arthritis Care & Research diz que 1/3 dos adultos norte-americanos com artrite, com mais de 45 anos de idade, relatam ter ansiedade ou depressão. Também há grande impacto no trabalho: um terço das pessoas com AR tem afastamento do emprego nos primeiros 5 anos[10]. “A dor crônica e o prejuízo da capacidade funcional facilitam o aparecimento de depressão e ansiedade, que também podem interferir na adesão ao tratamento, agravando o quadro. A AR também pode ser um perpetuador de síndromes de amplificação de dor, como a fibromialgia. Por isso é tão importante o olhar integral para o paciente”, finaliza a especialista. 

Para mais informações sobre a Artrite Reumatoide: https://www.janssen.com/brasil/blog/viveremovimentar

 

Janssen

 https://www.janssen.com/brasil/.

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Referências

https://www.reumatologia.org.br/noticias/sociedade-brasileira-de-reumatologia-promove-campanha-nacional-de-conscientizacao-sobre-as-doencas-reumaticas-com-medicos-e-pacientes-nas-ruas-no-dia-16-de-outubro/

https://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/depressao-e-ansiedade-podem-atingir-quem-tem-artrite-reumatoide-2/

Sociedade Brasileira de Reumatologia. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/artrite-reumatoide/

https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/06/905463/medicamentos-biologicos-para-el-tratamiento-de-artritis-reumatoide.pdf

https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/artrite-reumatoide/https://www.reumatologia.org.br/download/artrite-reumatoide/?tmstv=1695299462

https://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/comorbidades-doencas-associadas-em-pacientes-com-artrite-reumatoide/

 

Fonte: Ipsos, Patient Journey Imunobiológicos. 2021

Dickens C, Creed F: The burden of depression in patients withrheumatoid arthritis. Rheumatology 40: 1327-30, 2001. /  Velasquez X, Pizarro C, Pizarro P, Massardo L: La depresion em artritis reumatoidea. Reumatologia 18(2): 49-52, 2002

Fonte: Ipsos, Patient Journey Imunobiológicos. 2021

[10]  Fonte: Ipsos, Patient Journey Imunobiológicos. 2021



[1] https://www.reumatologia.org.br/noticias/sociedade-brasileira-de-reumatologia-promove-campanha-nacional-de-conscientizacao-sobre-as-doencas-reumaticas-com-medicos-e-pacientes-nas-ruas-no-dia-16-de-outubro/

[3] Sociedade Brasileira de Reumatologia. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/artrite-reumatoide/

[5] https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/artrite-reumatoide/

[6] https://www.reumatologia.org.br/download/artrite-reumatoide/?tmstv=1695299462

[7] https://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/comorbidades-doencas-associadas-em-pacientes-com-artrite-reumatoide/

[8]   Fonte: Ipsos, Patient Journey Imunobiológicos. 2021

[9] Dickens C, Creed F: The burden of depression in patients withrheumatoid arthritis. Rheumatology 40: 1327-30, 2001. /  Velasquez X, Pizarro C, Pizarro P, Massardo L: La depresion em artritis reumatoidea. Reumatologia 18(2): 49-52, 2002

 

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