Só em 2019, o câncer de cabeça e pescoço foi o responsável por mais de 20 mil mortes no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca)
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer
(Inca), só em 2019, o câncer de cabeça e pescoço foi o responsável por mais de
20 mil mortes no Brasil. A expressão câncer de cabeça na verdade é um termo
genérico para tumores localizados em algum órgão da face e sistema respiratório
como olho, gengiva, boca e nariz.
Apesar da possibilidade de cura ser bastante alta
no estágio inicial da doença, muitas vezes os sintomas são ignorados pelos
pacientes, que procuram um médico quando a doença já está em um estágio
avançado. Aproximadamente 76% dos casos são diagnosticados em estágios já
avançados.
Entre os principais sintomas do câncer de cabeça e
pescoço estão lesões nos lábios e garganta que não cicatrizam no período de
duas semanas, voz anasalada e dor na hora de engolir um alimento. Cigarro,
álcool, praticar sexo oral sem preservativo e exposição solar prolongada sem
protetor solar são alguns fatores de risco. Ficar atento aos sinais da doença,
fazer exames preventivos e a não exposição aos fatores de risco são algumas
formas de prevenção ao câncer de cabeça e pescoço.
“Uma importante aliada também
na busca por novas opções de tratamentos para o câncer de cabeça e pescoço é a
pesquisa clínica, já que os tratamentos modernos e as novas opções de
medicamentos para tratar essa doença são obtidos a partir dela”, explica Fernando de Rezende Francisco,
Gerente Executivo da Associação Brasileira de Organizações
Representativas de Pesquisa Clínica (ABRACRO). A pesquisa
clínica é quando são feitos testes em humanos para identificar se o medicamento
ou tratamento em questão é seguro e também se ele é eficaz.
Para que um estudo clínico seja realizado no
Brasil, é necessário passar por um processo de avaliação e aprovação
regulatória pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) e ética pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP). O voluntário que participa dos estudos recebe todo tipo de apoio e
assistência ao longo das etapas, e caso queira deixar o estudo, ele pode fazer
isso a qualquer momento.
“O câncer de cabeça e pescoço
atinge grande parte da população, então é extremamente importante que estudos
clínicos sejam realizados com frequência para descobrir novas opções de
tratamentos e também conseguir avanço científico no combate ao câncer”, afirma Francisco. O paciente que participa dos estudos clínicos, além
de contribuir para que novos tratamentos sejam disponibilizados para tratar
diferentes doenças, ele ainda consegue utilizar um medicamento inovador e que
ainda não está disponível no mercado.
Em muitos casos, há desoneração do SUS, Sistema
Único de Saúde, com a realização de estudos clínicos patrocinados. Os pacientes
que estavam em tratamento, ou na fila para tratamento, em serviços públicos de
saúde e ingressam nos estudos também deixam de receber o tratamento público e
passam a receber o tratamento de uma fonte financiadora privada (dentro do
ambiente de estudo).
“O voluntário que participa de
uma pesquisa clínica recebe assistência completa do início ao fim, ou seja,
qualquer dúvida ele pode acionar os profissionais que estão por trás dos
estudos, ele é acompanhado e monitorado bem de perto pela equipe médica, e esse
voluntário ainda está contribuindo para que pessoas com a mesma doença que ele
consigam ter qualidade de vida”, declara
Francisco.
ABRACRO - Associação Brasileira de Organizações
Representativas de Pesquisa Clínica
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