Na programação do "Agosto Dourado" 2023 estão palestras, murais de fotos, música, distribuição de cobertores para os bebês atendidos pelo SUS e uma ampla campanha junto à comunidade para a aquisição de kits de reposição de bombas de extração de leite materno. As atividades ocorrerão durante todo o mês, a partir do dia 1º. O "dourado", para o mês de agosto, instituído por lei no Brasil, desde 2017, representa a simbologia do leite materno, considerado alimento "ouro" para os bebês por ser o único alimento completo para nutri-lo.
O Hospital Maternidade de Campinas (HMC) preparou
uma série de ações para chamar a atenção sobre a importância do aleitamento e
da doação do leite materno no “Agosto Dourado” de 2023. O mês foi escolhido
pela Organização Mundial de Saúde para simbolizar a luta pelo incentivo à
amamentação. As comemorações começam na próxima quinta-feira, dia 3 de
agosto, no anfiteatro da Maternidade, com palestras referentes ao slogam 2023:
“Possibilitando a amamentação: fazendo a diferença para mães e pais que
trabalham”. Entre os objetivos listados pela Aliança Mundial para Ação de
Aleitamento Materno (WABA, em inglês) estão: informar as pessoas sobre as
perspectivas dos pais trabalhadores com relação à amamentação e paternidade;
fundamentar a licença remunerada e o suporte no local de trabalho como
ferramentas importantes para facilitar a amamentação; envolver as pessoas e as
organizações para melhorar a colaboração e o apoio à amamentação no trabalho; e
conscientizar sobre ações de melhoria das condições de trabalho e apoio
relevante ao aleitamento materno.
A presidente do Departamento Científico de
Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Rossiclei
Pinheiro, diz que a pandemia de covid-19 afetou negativamente as mulheres
grávidas, aumentando o risco de desemprego e a perda de meios de subsistência e
interrompeu o acesso aos serviços de saúde nas diferentes etapas da
gestação. “Queremos ajudar e facilitar o desenvolvimento de ações para
defender os direitos da mulher trabalhadora que amamenta. A ênfase é na
licença-maternidade de 180 dias, incentivo à implantação de salas de apoio à
amamentação nos locais de trabalho (extração de leite materno na volta ao
trabalho), disponibilização de creches nas empresas ou próximas ao local e,
inclusive, a extensão da licença-paternidade para 20 dias”, esclarece.
Aproveitando a data, o HMC ofereceu mais comodidade
e conforto às salas de apoio de seu Banco de Leite Humano que em 2023 comemrou
30 anos de atividade, com musicoterapia e pintura artística nas paredes, por
exemplo. Foi elaborado um mural com fotos das colaboradoras do Hospital que
amamentam e servem de exemplo para as pacientes e serão distribuídos cobertores
infantis para as mães atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), arrecadados
graças à colaboração de centenas de voluntários. Um evento musical, com
participantes da Orquestra Sinfônica de Campinas, com apresentações no térreo,
primeiro e quinto andares,no dia 25 de agosto, fará o encerramento das
comemorações.
Kits para o Banco de Leite
Entre as ações está, também, a campanha para aquisição de kits de reposição para a bomba de extração de leite materno (MEDELA). Cada kit contêm um frasco plástico para coleta do leite; um conector; um funil; uma válvula; uma membrana e um extensor. Essas peças são esterilizadas diariamente e, portanto, têm durabilidade pequena e necessidade de reposição frequente.
Sem os kits não é possível usar a bomba de extração
de leite, o que impacta no estímulo e manutenção da produção láctea de mães com
recém-nascidos internados na Unidade Neonatal. Para a compra de 30 kits será
necessário que 300 voluntários contribuam com o valor de R$ 26,00. Mas as
pessoas podem contribuir com a quantia que desejar na Chave PIX da Maternidade doe@maternidadedecampinas.com.br.
Sobre o “Agosto Dourado”
No Brasil, desde 2017 foi definido por lei que as
ações do “Agosto Dourado” devem durar o mês todo. O “dourado” representa a
simbologia do leite materno, considerado alimento “ouro” para os bebês por ser
o único alimento completo para nutri-lo por, no mínimo, seis meses de vida de
forma exclusiva, e até dois anos complementado com outros alimentos.
O Hospital Maternidade de Campinas também está em
campanha permanente para que as mães que amamentam doem o excedente para o
Banco de Leite Humano mantido pela instituição a fim de garantir a saúde dos
bebês internados na Unidade Neonatal (UTI – Unidade de Terapia Intensiva – e
UCI – Unidade de Cuidados Especiais). Neste mês, o estoque é de 110 litros, quando
o ideal seriam 200 litros, em média, para garantir certa tranquilidade no
atendimento à demanda dos bebês internados.
Cada litro doado pode alimentar até 10
recém-nascidos por dia. De acordo com a UNICEF (dados de 2019), apenas 40% das
crianças no mundo recebem amamentação exclusiva no início da vida. Por isso,
até 2025, a Organização Mundial da Saúde quer garantir que pelo menos a metade
de todas as crianças no mundo sejam alimentadas exclusivamente com leite
materno durante os seus seis primeiros meses de vida.
“O aleitamento materno é a forma mais natural e
segura de alimentar a criança no início da vida. No leite materno são
encontrados diversos componentes imunológicos, tornando esta prática essencial
para alcançar o crescimento e o desenvolvimento infantil adequados, além de
promover benefícios para a saúde física e psíquica da mãe e do bebê”, explica a
médica pediatra dra. Tereza Aparecida Fernandes Mathiazzi. Os bebês até os
seis meses de idade devem ser alimentados somente com leite materno, não
precisam de chás, sucos, outros leites, nem mesmo de água. Após essa idade,
deverá ser dada alimentação complementar apropriada, mas a amamentação deve
continuar até o segundo ano de vida da criança ou mais.
Importância da amamentação:
O leite materno é o melhor alimento que um bebê
pode ter. É de fácil digestão e promove um melhor crescimento e desenvolvimento,
além de proteger contra doenças. Mesmo em ambientes quentes e secos, o leite
materno supre as necessidades de líquido de um bebê. Água e outras bebidas não
são necessárias até o sexto mês de vida. Dar ao bebê outro alimento, que não o
leite materno, aumenta o risco de diarreia ou outras doenças.
Vantagens da amamentação
materna
- Amamentar
os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir a mortalidade
neonatal – aquela que acontece até o 28º dia de vida.
- O
aleitamento materno protege bebês e crianças pequenas de doenças
perigosas. O leite materno é a primeira “vacina” do bebê.
- O
aleitamento materno na primeira hora de vida é importante tanto para o
bebê quanto para a mãe, pois auxilia nas contrações uterinas, diminuindo o
risco de hemorragia. E, além das questões de saúde, a amamentação
fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho.
- Bebês
que são amamentados ficam menos doentes e são mais bem nutridos do que
aqueles que ingerem qualquer outro tipo de alimento.
- Quase
todas as mães conseguem amamentar com sucesso. Aquelas que não possuem
confiança para amamentar podem solicitar apoio nas Maternidades.
- A
partir dos seis meses os bebês precisam de uma alimentação variada, mas o
aleitamento materno deve continuar até o segundo ano de vida da criança ou
mais. O leite materno continua sendo uma importante fonte de energia,
proteína e outros nutrientes, como vitamina A e ferro. O leite materno
ajuda a prevenir doenças enquanto for consumido.
- Amamentação
é um direito garantido por lei. Todas as mães têm o direito de amamentar
os seus filhos. No trabalho, em casa e até quando estão privadas de
liberdade, elas têm direito a alimentar o seu filho no peito. O
aleitamento materno é também um direito da criança. Segundo o artigo 9º do
Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever do governo, das instituições
e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno.
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