Semana
Mundial de Aleitamento Materno foca na necessidade de uma licença maternidade
mais adequada para a saúde das mães e dos bebês
O leite materno é essencial para o desenvolvimento
do bebê e a amamentação requer atenção frequente além do Agosto Dourado, mês
dedicado ao aleitamento materno no Brasil, de acordo com a Lei nº 13.435/2017.
Em 2023, a Semana Mundial de Aleitamento Materno foca na necessidade de uma
licença maternidade mais adequada para a saúde das mães e dos bebês.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
é recomendado que os bebês até os seis meses de vida sejam alimentados somente
com o leite materno. Ao mesmo tempo, a licença maternidade no Brasil é de
quatro meses, o que reforça o desafio na conciliação de amamentação com o
trabalho.
“O leite da mãe é a primeira vacina do bebê, contribuindo
para reduzir em 13% a mortalidade infantil nos primeiros 5 anos de vida”, frisa
Hamilton Robledo, pediatra na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
O retorno ao trabalho pode ser desafiador nesse
cenário. Além disso, com um salário de até 20% a menos do que o dos homens –
apontado pelo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o fator
motivacional do trabalho, ainda mais nesse retorno, também pode diminuir.
“Seja a mulher, mãe ou não, a cobrança da sociedade
para a mulher no trabalho não é pequena e um trabalho que não gera motivação
pode adoecer as pessoas. Mas com a jornada dupla de trabalho, o esgotamento
psicológico é mais frequente e pode afetar as mães em até 20% mais do que os
pais”, comenta Aline Sabino, psiquiatra na Rede de Hospitais São Camilo de São
Paulo.
Saúde mental das mães demanda
cuidado
De acordo com dados do relatório Alerta Amarelo,
feito em 2021 pelo Instituto Cactus, uma em cada cinco mulheres possuem algum
tipo de transtorno mental. Além disso, as alterações hormonais fazem com que o
tratamento para mulheres exija um cuidado especial.
Dentre os transtornos mentais mais comuns em
mulheres estão a depressão, ansiedade, compulsão alimentar, bulimia. Segundo
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice de depressão chega a ser
o dobro da incidência em homens. E, para cada fase da vida, existem situações
diferentes que podem desencadear algum quadro de transtorno mental.
“No puerpério, por exemplo, as mães estão
suscetíveis a depressão pós-parto em função de alterações hormonais que ocorrem
neste período. Estas alterações associadas a rotinas sobrecarregadas podem
ocasionar dificuldades de lidar com a ansiedade e o estresse”, explica Sabino.
Amamentação é benéfica para
mães e bebês
Robledo destaca, a seguir, as principais vantagens
da amamentação tanto para a mãe quanto para o bebê. Para o bebê, a amamentação
reduz cólicas devido à fácil digestão, previne anemia, sendo rico em ferro e
reduz o risco de desenvolvimento de doenças respiratórias, como bronquiolite,
asma, gripe e resfriado.
Para a mãe, traz benefícios, como:
- Ajuda a prevenir doenças como osteoporose e
câncer de mama, do endométrio e do ovário;
- Auxilia na perda de peso após o parto;
- Previne hemorragias no útero e anemia;
- Diminui riscos de desenvolver diabetes e doenças
cardíacas.
Além destes benefícios, o pediatra da Rede São
Camilo também explica que o ato de amamentar contribui para o fortalecimento do
vínculo afetivo entre a mãe e o bebê. “A amamentação é uma forma essencial para
que a mãe e o bebê se conectem em um momento importante da vida e da
afetividade, afetando o crescimento do bebê no futuro”, finaliza Robledo.
Rede de
Hospitais São Camilo de São Paulo
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