Antes de falarmos sobre como as gerações Z e Alpha compram, precisamos definir quem são essas pessoas. Elas são os consumidores na faixa dos 15 a 28 anos em média. Jovens que possuem uma nova forma de ver o mundo, com propósitos e perspectivas de vida e com um conceito do que é sucesso bem diferente da geração anterior, a geração Y, que hoje possui, em média, 40 anos. Eles querem ser e não ter!
Esses jovens são criativos e independentes. Querem
ter acesso aos produtos e não necessariamente possuir produtos. Um exemplo
disso é falta de interesse em se tirar carteira de motorista que essa geração
apresenta. O que para geração anterior era sinal de liberdade, para essa
geração não é. Com um celular na mão eles podem ir e vir de forma independente,
sem precisar possuir um carro e ter gastos com sua manutenção. Eles não querem
se sentir presos a nada.
Tanto isso é verdade que o tempo de permanência
deles nas empresas é bem menor. Para a empresa reter esses talentos, ela deve
compartilhar com eles seu propósito e precisa haver aderência para que eles se
sintam motivados a permanecer e contribuir. Outro ponto importante de retenção
é o aprendizado, pois eles possuem sede de aprender algo novo sempre e, se
perceberem que não há para onde crescer, vão alçar outros voos. Enfim, como não
são apegados às empresas e marcas, é muito fácil para eles abandonarem uma
marca por alguma ação por ela realizada que agrida seus valores. Eles compram
por valores e querem se ver representados nas marcas.
Devido a esses valores, buscam marcas que se
preocupam com as pessoas e o meio ambiente, sendo esse um fator de escolha
entre as opções disponíveis a eles. Afinal, eles se preocupam com o planeta e
querem deixar um mundo melhor para as próximas gerações.
Além disso, são cuidadosos ao gastar, gostam de
pagar pouco e não se incomodam em comprar peças de segunda mão. Isso pode ser
representado pelo crescente número de lojas que alugam roupas ou que trabalham
com o retrofit de peças antigas, como é o caso da Rent the Runway e da
Patagônia. E isso mostra o grande desafio que as marcas de luxo possuem, pois
essa geração não compra rótulos.
Esses jovens querem algo personalizado, buscam
peças únicas, séries limitadas, querem se sentir especiais e peças de excelente
qualidade.
Uma grande falácia é que essa geração não gosta de
ir às lojas físicas, mas, na realidade, eles gostam sim. A única coisa é que os
pontos físicos mudaram seu papel. Hoje, a loja física existe para gerar
interação e entretenimento, precisa ser um hub de várias atividades e uma delas
é ser um showroom de produtos. Eles querem ir às lojas para ter experiências e
não necessariamente comprar algo que poderiam comprar na internet. A loja
precisa ser um ponto de encontro, um lugar onde eles possam ver e escolher os produtos.
Isso também pode ser visto no alto índice de
compras que são realizadas em ambientes de entretenimento virtual, em jogos e
por meio das mídias sociais, onde eles passam boa parte dos seus dias.
Enfim, se você quer atingir essas gerações que em 5
anos serão 50% dos consumidores, seja coerente. Haja de acordo com as bandeiras
que você levanta e ajude-os a se verem em suas marcas. Eles querem se sentir
representados por seus produtos, por você e pela sua empresa.
Boas vendas!
Flavia Mardegan - formada em Design de Interiores, Administração de Empresas e Mestra em Gestão Humana e Social. Possui mais de 27 anos de experiência no setor comercial de grandes empresas. Sua principal expertise é aumentar os resultados das empresas por meio de programas de desenvolvimento de equipes comerciais e de atendimento ao cliente. Ministra treinamentos e palestras, tem vários artigos publicados em Congressos e Revistas e é coautora do BestSeller “Seja (im)perfeito: Assuma o poder de construir seu futuro e tenha resultados em todas as áreas da vida” e autora de “Aprendizagem nos locais de trabalho: Como os consultores comercias da área de móveis planejados aprenderam suas profissões”, lançado em 2014 na Alemanha.
@flaviamardegan
Instagram:mardegantr
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