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sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Colesterol alto atinge 40% dos brasileiros

Cardiologista aponta caminhos para combater o colesterol

 Dia Nacional de Combate ao Colesterol, em 8 de agosto, alerta para a necessidade de adotar um estilo de vida mais saudável

 

Como anda o seu colesterol? Para viver com saúde, esse é um ponto que merece sua atenção. Presente em todas as partes do corpo, o colesterol é responsável pela produção de várias substâncias, a exemplo dos sais biliares (encarregados da digestão dos alimentos), da vitamina D (importante para absorção do cálcio), e de alguns hormônios denominados esteroides, que influenciam no controle metabólico e nas características sexuais dos indivíduos.

Existem dois tipos de colesterol: o ruim (LDL), que promove a formação de placas de gordura nas artérias, e o bom (HDL), que age de maneira oposta e ajuda a carregar a gordura para fora dos vasos. “O perigo mora no excesso do colesterol ruim, pois a formação de placas de gorduras nas paredes das artérias diminui o fluxo sanguíneo e pode obstruir a passagem do sangue, provocando doenças cardiovasculares e aumento dos riscos de infarto, AVC, entre outros males”, explica a Dra. Paola Smanio, cardiologista Fleury Medicina e Saúde.


Inimigo silencioso

A hipercolesterolemia é uma condição que se caracteriza pela presença de taxas elevadas de colesterol no sangue, acima dos 200 mg/decilitro. Esse quadro afeta um quinto da população brasileira, especialmente as pessoas com mais de 45 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.

“O colesterol elevado não provoca sintomas, nem mesmo quando começa a formar placas de gordura nas artérias. A condição avança em silêncio e, sem controle, pode ter como a primeira manifestação um infarto do miocárdio ou até mesmo um acidente vascular cerebral”, destaca a cardiologista.

Em geral, a hipercolesterolemia é resultante de uma predisposição genética associada a uma vida sedentária e alimentação pouco saudável, com a ingestão farta e frequente de gordura animal e trans - presentes em margarinas, biscoitos, salgadinhos, fast-food e diversos outros produtos industrializados. No entanto, algumas doenças também causam níveis elevados de colesterol, como hipotiroidismo, insuficiência renal e problemas no fígado.


Diagnóstico

O diagnóstico depende da dosagem sanguínea de colesterol total e de suas frações, ou seja, das lipoproteínas de alta e baixa densidade (HDL e LDL) e dos triglicérides - outro tipo de gordura presente na circulação, que contribui para aumento do risco cardiovascular.

A interpretação médica dos resultados é fundamental, mesmo para as pessoas que têm resultados dentro do esperado. Isso porque a composição do colesterol total precisa ser avaliada. Um valor normal composto principalmente do colesterol ruim, por exemplo, pode representar um sinal de alerta para uma futura hipercolesterolemia.


Acompanhamento periódico

Segundo a Dra. Paola, o acompanhamento periódico dos níveis de colesterol é recomendado a partir dos 20 anos, devendo ser feito mais cedo quando o risco genético de males cardiovasculares for maior – por exemplo, quando um dos pais teve ataque cardíaco antes dos 40 anos.

Caso os resultados estejam normais e não evoluam para algum quadro clínico sugestivo, o médico que acompanha o paciente pode indicar a periodicidade adequada.


Dicas para controlar o colesterol

  • Antes de comprar um alimento, leia o rótulo e evite aqueles com gorduras saturadas (descritas às vezes como gordura vegetal hidrogenada ou gordura trans)
  • Para o consumo de leite e derivados, opte pelos desnatados ou light
  • Fracione a alimentação ao longo do dia: consuma em porções menores em um número maior de refeições.
  • Reduza o consumo de carnes gordas: prefira os pescados e outras carnes brancas (grelhadas e sem pele)
  • Aumente o consumo de fibras: verduras, legumes, grãos integrais e leguminosas (feijão, por exemplo) e alimentos como farelo de aveia são indicados
  • Inclua oleaginosas (nozes e amêndoas, por exemplo) como parte do padrão alimentar
  • Evite açúcar e frituras
  • Reduza a ingestão de bebidas alcoólicas
  • Evite os queijos amarelos e dê preferência aos queijos magros, como cottage e ricota
  • Pratique atividade física regularmente ou incorpore algum exercício à sua rotina: caminhar, trocar o elevador pela escada e descer do ônibus dois pontos antes da parada de destino são formas simples de evitar o sedentarismo
  • Evite o tabagismo
  • Faça exames com regularidade e consulte o médico especialista

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