No Dia do Amigo,
especialista do CEJAM explica a importância da relação para a saúde e qualidade
de vida
Manter vínculos sociais é uma parte essencial da
vida em sociedade e, indiscutivelmente, as relações de amizade ocupam uma
parcela significativa nessa esfera. O rapper Emicida estava certo ao cantar que
"quem tem um amigo, tem tudo", pois, quando se trata desse laço
afetivo, aqueles que têm uma base sólida são os que mais prosperam.
Tema de músicas, poesias, filmes e livros, a relação ganhou até uma data
comemorativa no Brasil, celebrada em 20 de julho, conhecida como Dia do
Amigo. E convenhamos, a verdade é que as dimensões de ser e ter um amigo são inúmeras
e refletem bastante na qualidade de vida e saúde de ambas as partes.
Estudos realizados pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, indicam
que ter boas amizades pode aumentar em até 10 anos a expectativa de vida de uma
pessoa. "A amizade sólida ajuda na longevidade e pode ser entendida como
uma fonte de felicidade, já que produz neurotransmissores capazes de gerar
bem-estar, como aquela sensação que alcançamos ao praticar exercícios físicos,
por exemplo", afirma Marcus Malavasi, psicólogo do CEJAM - Centro de
Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim".
Não só isso, acredita-se que o fato de ter amigos contribua para o bom humor,
fortaleça o sistema imunológico e reduza a ansiedade. "A troca de afeto
ajuda a diminuir a liberação de alguns hormônios relacionados ao estresse, como
cortisol e adrenalina, o que influencia nesses tópicos", complementa o
psicólogo.
Poder contar com um amigo também é uma forma de prevenir doenças de diferentes
graus. De acordo com a Associação Americana do Coração, o isolamento social e a
solidão podem estar diretamente ligados a um aumento de cerca de 30% no risco
de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC). Da mesma forma, estudos
do New King's College, de Londres, sugerem que a solidão também pode contribuir
para o desenvolvimento de diabetes tipo 2.
Ao mesmo tempo, as amizades são convenientes para o desenvolvimento positivo da
saúde mental e para a construção de identidade e autoestima. "Isso ocorre
porque o sentimento de pertencimento a um grupo gera uma sensação de
responsabilidade com relação aos outros, o que, por sua vez, confere
significado à vida do indivíduo, permitindo que ele cuide melhor de si mesmo e
se sinta útil e importante na vida de alguém. E isso, consequentemente,
favorece o amor-próprio", explica Marcus.
Mas, apesar de todas essas vantagens, a população brasileira ainda vem sofrendo
com os reflexos da pandemia de Covid-19, já que o isolamento dos últimos três
anos enfraqueceu muitos laços, ou definitivamente os romperam.
Em 2021, o levantamento Perceptions of the Impact of Covid-19,
realizado pela Ipsos em 28 países, constatou que o país ocupava o primeiro
lugar no ranking de pessoas que mais se sentiam sozinhas, o que reforça ainda
mais a importância de criar e nutrir um bom círculo de amigos.
O fato é que a necessidade desse tipo de relação para a humanidade não vem de
hoje e, há muito tempo, exerce um papel primordial para a nossa evolução.
"As amizades são uma parte significativa da vida e estão entre os
relacionamentos mais valiosos que temos. A presença de amigos nos ajuda a lidar
com traumas ou situações difíceis e a enxergar as coisas sob uma nova
perspectiva, além de deixar tudo mais bonito", finaliza o profissional.
(@cejamoficial)
cejam.org.br/noticias.
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