Distúrbio visual se
intensifica com uso intensivo de telas e ausência de atividades ao ar livre
O
uso cada vez mais frequente de telas de celulares, computadores e TVs tem
gerado uma “epidemia de miopia”, principalmente em crianças. Isto é o que o dr.
Edgard Macedo, oftalmologista do Seconci-SP
(Serviço Social da Construção), tem observado em seu consultório, por ocasião
deste Dia da Saúde Ocular (10 de julho).
“A miopia é um distúrbio
visual que torna a visão das imagens desfocada para longe e boa para perto.
Além de fatores genéticos, ela está relacionada ao aumento do tamanho do olho,
derivada do uso intensivo de telas, da ausência de sol, e de se trocar o sono
da noite pelo dia. Os graus mais altos de miopia aumentam significativamente o
risco de grandes distúrbios oculares, como lesões na retina (21 vezes maior),
glaucoma (40 vezes) ou catarata (6 vezes)”, explica o oftalmologista.
Segundo a Organização Mundial
da Saúde, já antes da pandemia 35% da população mundial eram míopes, e se
estimava que em 2050 a porcentagem poderia passar de 50%. Em países do Sudoeste
da Ásia, este percentual chegava a 90%. No Brasil, o Ministério da Saúde
calculava que 35 milhões de pessoas (17% da população) tinham o distúrbio.
O dr. Macedo recomenda que,
além de se limitar o uso das telas, devem-se estimular brincadeiras e
atividades ao ar livre por no mínimo uma hora por dia. Bebês não devem ter
contato com eletrônicos; crianças de 3 a 5 anos, no máximo uma hora diária. As
crianças devem desligar as telas no mínimo uma hora antes de se deitarem na
cama e em seus quartos não terem telas.
Para os adultos que
necessitam utilizar muito os eletrônicos, a recomendação é fazer uma pausa de
ao menos cinco minutos a cada hora trabalhada, além de praticar esportes e
caminhadas ao ar livre.
Óculos de proteção
Para os trabalhadores da
construção, o oftalmologista reforça que não basta o uso de óculos de proteção
em determinadas atividades. “É preciso que eles sejam certificados e bem
ajustados individualmente ao rosto de cada trabalhador, para terem uma boa
vedação. Para os trabalhadores que já utilizam óculos de grau, a empresa deve
providenciar este Equipamento de Proteção Individual com o grau prescrito”,
enfatiza.
Em relação ao tempo seco
característico de determinadas épocas do ano, o dr. Macedo recomenda colírios
lubrificantes devidamente prescritos pelo oftalmologista. Por vezes a pessoa
escolhe um colírio na farmácia por recomendação do farmacêutico ou por ser mais
barato, porém não lubrificante, alerta o médico.
O dr. Macedo lembra que se
entrar um corpo estranho no olho, a pessoa deve procurar imediatamente o
oftalmologista, sob pena de ter diagnóstico e tratamento equivocados, agravando
o problema.
Ele ainda reforça que os
adultos devem consultar o oftalmologista anualmente, ou a cada quatro a seis
meses, caso precisem tratar patologias e prevenir problemas como glaucoma,
catarata e degeneração macular. Não devem realizar exames oculares em óticas,
pois somente os oftalmologistas estão capacitados a interpretar os resultados e
prevenir problemas precocemente.
Por fim, o dr. Macedo lembra
que lentes de contato não devem ser utilizadas por longos períodos nem se deve
dormir com elas, para evitar ressecamento. Seu uso deve ser alternado com
óculos de grau atualizado e as lentes passarem por manutenção diária para
evitar infecções.
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