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quarta-feira, 26 de julho de 2023

Mais de 650 mil pessoas têm hepatites virais no Brasil

 Segundo especialista, apesar de ser uma doença silenciosa, pode ser detectada com um simples exame de sangue, evitando danos mais graves para a saúde do paciente. Quando os sintomas aparecem podem ser confundidos com uma virose e o paciente apresentar mal-estar, náuseas, dor abdominal, diarreia, vômitos, falta de apetite, entre outros, associados ou não

 

Em 28 de julho, será lembrado o Dia Mundial de Combate à Hepatite e a campanha Julho Amarelo, instituída no país desde 2019, reforça a importância de informar e conscientizar a população sobre a prevenção, diagnóstico e o tratamento da doença causada pelos vírus A, B, C e D - que é uma inflamação que atinge o fígado e pode ter desfechos clínicos graves. Dr. Rogério Alves, hepatologista do Instituto do Fígado Americas e presidente da APEF - Associação Paulista para Estudo do Fígado, alerta para o fato de se tratar de uma doença silenciosa, porém, com alta probabilidade de prevenção, tratamento e cura, dependendo do estágio.

 

Segundo dados do Ministério da Saúde (2019), estima-se que no Brasil 670 mil pessoas tenham hepatite C, e dessas, mais de 500 mil ainda não tenham sido diagnosticadas, ou seja, desconhecem que são portadoras da doença. “Esse é o nosso grande desafio, saber quem tem a doença e aplicar o tratamento adequado e mais satisfatório possível. Por isso a importância do diagnóstico precoce das hepatites virais e poder prevenir, evitando assim a evolução negativa para o paciente”, destaca o médico.

 

Na maioria dos casos, as hepatites virais são assintomáticas, passando desapercebidas até que surjam complicações da doença. Quando os sintomas aparecem podem ser confundidos com uma virose e o paciente apresentar mal-estar, náuseas, dor abdominal, diarreia, vômitos, falta de apetite, entre outros, associados ou não. Na fase aguda os olhos também podem ficar amarelados.

 

O especialista esclarece que as infecções crônicas das hepatites B e C, muitas vezes, não apresentam sintomas, ou seja, o indivíduo possui o vírus por muito tempo e desconhece o fato de estar doente. Para detectar a doença ainda na fase inicial é necessário fazer a testagem. “Orientamos que o paciente peça ao seu médico, independente da especialidade, para fazer o teste que é uma sorologia, exame de sangue para os tipos A, B e C. É importante incentivar o diagnóstico precoce”. Dr. Rogério ressalta que no Brasil e em todo o mundo, os tratamentos são simples. O da hepatite B por meio de uma medicação continua e o da hepatite C pode ser feito com a indicação de um remédio para uso por um período de três meses, sem praticamente nenhum efeito colateral e, o melhor, com 90% de chances de cura. Os tipos A e B também possuem vacina na rede pública e privada.

 

Ele lembra ainda que as hepatites A e E podem ser agudas e as do tipo B e C se tornarem crônicas, e evoluir para uma cirrose hepática ou câncer, em decorrência da falta de diagnóstico e por não apresentarem sintomas. O último estágio da doença pode significar a necessidade de um transplante de fígado. Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que 400 milhões de pessoas no mundo podem estar infectadas pelos vírus das hepatites tipo B e C, e dados apontam que apenas uma em cada 20 pessoas com hepatite viral sabe que está doente. O preocupante é que somente uma em cada 100 pessoas está recebendo tratamento.

 

Fatores de Risco


De acordo com o Dr. Rogério, quando o assunto é predisposição pra hepatites virais, do tipo C devem ficar atentas pessoas acima de 45 anos que podem ter tido o sangue contaminado por causa de transfusão de sangue antes de 1990, fizeram tratamento dentário ou que tomaram injeção de pistola em farmácia na época. Já o tipo B tem transmissão familiar, no caso dos asiáticos, e aqui no Brasil é aleatório, podendo ser contaminado por meio da relação sexual desprotegida ou do compartilhamento de seringas, agulhas, alicates de unha e outros objetos perfuro-cortantes médicos ou odontológicos reutilizados ou com falha na utilização, ou ainda, transmitida verticalmente, de mãe para filho durante a gravidez.

 

Instituto do Fígado Americas


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