Segundo especialista, apesar de ser uma doença silenciosa, pode ser detectada com um simples exame de sangue, evitando danos mais graves para a saúde do paciente. Quando os sintomas aparecem podem ser confundidos com uma virose e o paciente apresentar mal-estar, náuseas, dor abdominal, diarreia, vômitos, falta de apetite, entre outros, associados ou não
Em 28 de julho, será lembrado o Dia Mundial
de Combate à Hepatite e a campanha Julho Amarelo, instituída no país desde
2019, reforça a importância de informar e conscientizar a população sobre a
prevenção, diagnóstico e o tratamento da doença causada pelos vírus A, B, C e D
- que é uma inflamação que atinge o fígado e pode ter desfechos clínicos
graves. Dr. Rogério Alves, hepatologista do Instituto do Fígado Americas e
presidente da APEF - Associação Paulista para Estudo do Fígado, alerta para o
fato de se tratar de uma doença silenciosa, porém, com alta probabilidade de
prevenção, tratamento e cura, dependendo do estágio.
Segundo dados do Ministério da Saúde
(2019), estima-se que no Brasil 670 mil pessoas tenham hepatite C, e dessas,
mais de 500 mil ainda não tenham sido diagnosticadas, ou seja, desconhecem que
são portadoras da doença. “Esse é o nosso grande desafio, saber quem tem a
doença e aplicar o tratamento adequado e mais satisfatório possível. Por isso a
importância do diagnóstico precoce das hepatites virais e poder prevenir,
evitando assim a evolução negativa para o paciente”, destaca o médico.
Na maioria dos casos, as hepatites virais
são assintomáticas, passando desapercebidas até que surjam complicações da
doença. Quando os sintomas aparecem podem ser confundidos com uma virose e o
paciente apresentar mal-estar, náuseas, dor abdominal, diarreia, vômitos, falta
de apetite, entre outros, associados ou não. Na fase aguda os olhos também
podem ficar amarelados.
O especialista esclarece que as infecções crônicas
das hepatites B e C, muitas vezes, não apresentam sintomas, ou seja, o
indivíduo possui o vírus por muito tempo e desconhece o fato de estar doente.
Para detectar a doença ainda na fase inicial é necessário fazer a testagem.
“Orientamos que o paciente peça ao seu médico, independente da especialidade,
para fazer o teste que é uma sorologia, exame de sangue para os tipos A, B e C.
É importante incentivar o diagnóstico precoce”. Dr. Rogério ressalta que no
Brasil e em todo o mundo, os tratamentos são simples. O da hepatite B por meio
de uma medicação continua e o da hepatite C pode ser feito com a indicação de
um remédio para uso por um período de três meses, sem praticamente nenhum
efeito colateral e, o melhor, com 90% de chances de cura. Os tipos A e B também
possuem vacina na rede pública e privada.
Ele lembra ainda que as hepatites A e E
podem ser agudas e as do tipo B e C se tornarem crônicas, e evoluir para uma
cirrose hepática ou câncer, em decorrência da falta de diagnóstico e por não
apresentarem sintomas. O último estágio da doença pode significar a necessidade
de um transplante de fígado. Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS)
informa que 400 milhões de pessoas no mundo podem estar infectadas pelos vírus
das hepatites tipo B e C, e dados apontam que apenas uma em cada 20 pessoas com
hepatite viral sabe que está doente. O preocupante é que somente uma em cada
100 pessoas está recebendo tratamento.
Fatores
de Risco
De acordo com o Dr. Rogério, quando o assunto é predisposição pra hepatites virais, do tipo C devem ficar atentas pessoas acima de 45 anos que podem ter tido o sangue contaminado por causa de transfusão de sangue antes de 1990, fizeram tratamento dentário ou que tomaram injeção de pistola em farmácia na época. Já o tipo B tem transmissão familiar, no caso dos asiáticos, e aqui no Brasil é aleatório, podendo ser contaminado por meio da relação sexual desprotegida ou do compartilhamento de seringas, agulhas, alicates de unha e outros objetos perfuro-cortantes médicos ou odontológicos reutilizados ou com falha na utilização, ou ainda, transmitida verticalmente, de mãe para filho durante a gravidez.
Instituto do Fígado Americas
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