Mudanças climáticas, como o frio e o vento, podem desencadear sintomas e aumentar a sensibilidade da pele em algumas pessoas
A
rosácea é uma doença inflamatória crônica da pele que afeta no geral o centro
da face e pode ser caracterizada por vermelhidão, telangiectasias (vasinhos),
pápulas (bolinhas) e pústulas, algumas vezes podendo inclusive ser confundida
com acne. É uma doença bastante prevalente no nosso meio e está associada a
fatores imunológicos, genéticos, desregulação vascular e também fatores
ambientais, como exposição solar e dieta.
Estima-se
que mais de 16 milhões de brasileiros sejam afetados por essa doença de pele.
Dados estatísticos mostram que a rosácea afeta principalmente pessoas com pele
clara, entre 30 e 50 anos de idade. Durante o inverno, fatores como o clima
frio, ventos e banhos quentes podem desencadear ou agravar os sintomas da
rosácea. Por isso, é essencial que os pacientes adotem medidas de cuidado.
“Determinados
alimentos podem servir como gatilho. Os elementos da dieta mais comumente
associados com a exacerbação da rosácea são as bebidas quentes, como café e
chá, os alimentos apimentados (contém capsaicina), os alimentos que contém
cinamaldeído, como tomate, chocolate e cítricos, além do consumo de bebidas
alcoólicas. O álcool também pode ser um gatilho para a rosácea através da
histamina, devido ao metabolismo da acetona e acetaldeído. Alimentos com alto
índice glicêmico podem estar associados à inflamação e exacerbação da
rosácea.”, explica a dermatologista e diretora da SBD-RS, Juliana Boza.
O
tratamento da rosácea geralmente envolve uma abordagem combinada, incluindo
cuidados tópicos para reduzir a inflamação e vermelhidão, medicamentos orais
para casos mais graves.
“Em
relação aos tratamentos, além de observar e evitar os possíveis fatores de
piora, temos tratamentos tanto tópicos, de aplicar na pele, quanto por via
oral. Alguns cuidados diários com a pele também são importantes, como lavar com
sabonetes para pele sensível ou syndet, evitar tônicos adstringentes e
esfoliantes, pois eles podem agredir ainda mais a barreira cutânea de quem
sofre com rosácea. O uso de protetor solar diário é fundamental, também a
escolha do protetor deve observar o tipo de pele do paciente e levar em
consideração a presença da rosácea. Muitos pacientes podem ter benefício na
realização de lasers e luz pulsada, tanto para tratamento quanto para evitar
recidivas”, acrescenta a médica.
A
SBD-RS ressalta a importância de procurar um dermatologista para diagnóstico e
tratamento adequados da rosácea. Cada caso é único, e somente um profissional
especializado poderá indicar o melhor tratamento para cada paciente, que pode
incluir medicamentos tópicos, orais ou procedimentos específicos.
Marcelo Matusiak
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