Pesquisar no Blog

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Inteligência Artificial na educação: um olhar sem preconceitos

 

A Inteligência Artificial deixou de ser uma realidade distante ou restrita à ficção científica e está cada vez mais presente em nossas vidas, inclusive na área educacional. O futuro pede por uma educação mais humana; no entanto, por mais que pareça contraditório, uma educação humanizada está diretamente ligada à necessidade de usarmos a tecnologia para resolver tarefas mecânicas. Esta discussão já vem sendo realizada pelos docentes dos Colégios Santa Amália, em São Paulo, negócios filantrópicos da Liga Solidária, organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua na capital paulista.

 

Segundo pesquisas, entre 20% a 40% das horas dos professores, o que equivale a 13 horas por semana, são gastas em atividades que poderiam ser automatizadas usando tecnologia já existente. A área com maior potencial de automação é a preparação das aulas. Sendo assim, deve-se ter um olhar atencioso e sem preconceitos para as novas tecnologias, que surgem diariamente, e usá-las para transformar o processo pedagógico em algo cada vez mais moderno e humano.  

 

Não se trata de substituir os professores por robôs ou de transformar o processo educacional em uma ciência exata, mas de usar os avanços tecnológicos para auxiliar professores e alunos no processo pedagógico. E nos perguntamos: como corrigir uma redação, por meio da Inteligência Artificial, onde uma série de fatores complexos e subjetivos precisa ser levada em conta?

  

As regras, para tal correção, envolvem gramática normativa, coesão, coerência e estrutura textual, bem como análises do conteúdo textual, como fuga do tema, plágio etc. A habilidade para identificar esses aspectos é “ensinada” à Inteligência Artificial por meio da inteligência humana, ou seja, o(a) professor(a) direciona o sistema de como ele deve proceder na hora da correção. 

 

Há muitos benefícios por intermédio da Inteligência Artificial. Uma delas é personalizar a educação, ou seja, possibilitar que a escola visualize com facilidade quais disciplinas geram mais interesse e quais são as maiores dificuldades dos alunos. Mas de que forma ocorre essa personalização? Simples: os professores colhem informações importantes que permitem uma personalização do aprendizado, de acordo com as necessidades das turmas. O resultado faz com que a instituição explore ao máximo o potencial dos alunos de maneira diferenciada.  

 

Tablets e computadores, quando surgiram, foram considerados “inimigos” da educação porque disputavam a atenção das crianças e jovens com os livros. Hoje são ferramentas auxiliares no processo educacional, usadas para promover o engajamento, dar mais agilidade às aulas, facilitar a rotina dos docentes e aprimorar as habilidades dos alunos, sem a necessidade de abandonar os livros e cadernos.

 

A Inteligência Artificial fornece interações “quase humanas” com softwares e oferece apoio a decisões para tarefas específicas. Ela não é uma substituição aos seres humanos e também, com certeza, não será!  

 



Maria Zélia Dias Miceli - educadora dos Colégios Santa Amália, em São Paulo, e Gerente Executiva do Eixo Educação da Liga Solidária, organização sem fins lucrativos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados