A Inteligência Artificial deixou de ser uma
realidade distante ou restrita à ficção científica e está cada vez mais
presente em nossas vidas, inclusive na área educacional. O futuro pede por
uma educação mais humana; no entanto, por mais que pareça contraditório, uma
educação humanizada está diretamente ligada à necessidade de usarmos a
tecnologia para resolver tarefas mecânicas. Esta discussão já vem sendo
realizada pelos docentes dos Colégios Santa Amália, em São Paulo, negócios
filantrópicos da Liga Solidária, organização da sociedade civil sem fins
lucrativos que atua na capital paulista.
Segundo pesquisas, entre 20% a 40% das horas
dos professores, o que equivale a 13 horas por semana, são gastas em atividades
que poderiam ser automatizadas usando tecnologia já existente. A área com
maior potencial de automação é a preparação das aulas. Sendo assim, deve-se ter
um olhar atencioso e sem preconceitos para as novas tecnologias, que surgem
diariamente, e usá-las para transformar o processo pedagógico em algo cada vez
mais moderno e humano.
Não se trata de substituir os professores por
robôs ou de transformar o processo educacional em uma ciência exata, mas de
usar os avanços tecnológicos para auxiliar professores e alunos no processo
pedagógico. E nos perguntamos: como corrigir uma redação, por meio da
Inteligência Artificial, onde uma série de fatores complexos e subjetivos
precisa ser levada em conta?
As regras, para tal correção, envolvem
gramática normativa, coesão, coerência e estrutura textual, bem como análises
do conteúdo textual, como fuga do tema, plágio etc. A habilidade para
identificar esses aspectos é “ensinada” à Inteligência Artificial por meio da
inteligência humana, ou seja, o(a) professor(a) direciona o sistema de como ele
deve proceder na hora da correção.
Há muitos benefícios por intermédio da Inteligência
Artificial. Uma delas é personalizar a educação, ou seja, possibilitar que a
escola visualize com facilidade quais disciplinas geram mais interesse e quais
são as maiores dificuldades dos alunos. Mas de que forma ocorre essa
personalização? Simples: os professores colhem informações importantes que
permitem uma personalização do aprendizado, de acordo com as necessidades das
turmas. O resultado faz com que a instituição explore ao máximo o potencial dos
alunos de maneira diferenciada.
Tablets e computadores, quando surgiram,
foram considerados “inimigos” da educação porque disputavam a atenção das
crianças e jovens com os livros. Hoje são ferramentas auxiliares no processo
educacional, usadas para promover o engajamento, dar mais agilidade às aulas,
facilitar a rotina dos docentes e aprimorar as habilidades dos alunos, sem a
necessidade de abandonar os livros e cadernos.
A Inteligência Artificial fornece interações
“quase humanas” com softwares e oferece apoio a decisões para tarefas específicas.
Ela não é uma substituição aos seres humanos e também, com certeza, não
será!
Maria Zélia Dias Miceli - educadora dos Colégios Santa Amália, em São Paulo, e Gerente Executiva do Eixo Educação da Liga Solidária, organização sem fins lucrativos.
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