Um termo muito pouco falado, mas de grande impacto na vida das pessoas, é a Clinomania: a chamada “obsessão pelo sono”.
Infelizmente, por
falta de conhecimento, muitas pessoas sofrem com o transtorno, mas não sabem do
que se trata e o rotulam como sendo preguiça ou mesmo “vagabundagem”.
Principalmente,
quando acomete jovens ou crianças. Mas como se desenvolve o problema e de que
forma podemos combater sua incidência?
Também chamada
de Clinofilia, a Clinomania consiste em uma obsessão ou uma necessidade extrema
de permanecer na cama por muitas horas ao dia, sem uma causa orgânica (doença
ou medicamento) para explicá-la.
Trata-se de um transtorno de ansiedade em que o principal sintoma é um desejo irreprimível de querer ficar deitado, sem ânimo algum para realizar qualquer atividade, ou mesmo interagir com outras pessoas.
A realidade é
que muitas pessoas gostam de ficar na cama, seja logo ao acordar (aqueles “mais
cinco minutos”), durante uma soneca ou quando vão dormir. Isso é bastante comum
e não precisa ser um problema.
No entanto, esse
sintoma gera desconforto e tristeza, além de outros sintomas, e todos eles
acabam interferindo de forma significativa na vida de quem sofre desse
transtorno.
Visto que, no caso da Clinomania a vontade de ficar na cama acaba se tornando uma obsessão. A preocupação aqui é real, quando de fato, o período na cama se torna muito intenso, por mais horas do que o normal, prejudicando o dia a dia e o seu funcionamento saudável.
Um exemplo seria chegar atrasado ao trabalho vários dias seguidos por esse motivo; parar de cuidar dos filhos; queimar o jantar; faltar ou se atrasar para aulas; deixar de socializar e etc. Porém, para ser classificado como um sofrimento por Clinomania, a intensidade e incidência devem ser contínuas e elevadas.
Os sintomas
psicológicos da Clinomania são variados, como: Sentimento de culpa, devido ao
fato de se querer ficar tantas horas na cama, gerando a sensação de
inutilidade; Sentimento de solidão e incompreensão, no qual a pessoa deixa de
fazer as coisas e de interagir com outras pessoas, o que acaba gerando mais
apatia e um sentimento profundo de incompreensão e solidão; Isolamento social,
visto que, a pessoa acaba se isolando do resto do mundo, em sua própria cama.
Portanto, sinais que demonstram a necessidade de uma maior atenção ao que possa estar acontecendo. Uma bandeira vermelha que nos diz que, realmente, temos um problema com a Clinomania.
Enfim, a
realidade é que a Clinomania é, por si só, um transtorno de ansiedade. No
entanto, também é verdade que, frequentemente, está associada a outros
transtornos mentais característicos, como a depressão.
Essa obsessão
por ficar na cama e todo esse excesso pode ser prejudicial, já que a Clinomania
faz sofrer e requer auxílio profissional. A condição clínica não é
preguiça e, certamente, está aliada a autoestima baixa, falta de amor próprio e
de ânimo, entre outros estímulos negativos que impedem o reconhecimento de que
há um desequilíbrio.
Ou seja,
identificou que existe um exagero na relação do indivíduo com a cama ou o sono?
Ele pode estar sofrendo com o transtorno da Clinomania associado a outros
transtornos psicológicos que precisam de acompanhamento psicoterápico para
identificar as causas e provocar uma relação mais saudável e equilibrada entre
o sono e os momentos de relaxamento.
Andréa Ladislau - Psicanalista (SPM); Doutora em Psicanálise, membro da Academia Fluminense de Letras – cadeira de número 15 de Ciências Sociais; administradora hospitalar e gestão em saúde (AIEC/Estácio); pós-graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social (Facei); professora na graduação em Psicanálise; embaixadora e diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói; membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza; professora associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo; professora associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites; graduada em Letras - Português e Inglês pela PUC de Belo Horizonte.
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