A constelação familiar é uma técnica terapêutica que tem se tornado cada vez mais utilizada no judiciário brasileiro como uma ferramenta para auxiliar na resolução de conflitos familiares. Ela se baseia na teoria de que os problemas psicológicos e emocionais de uma pessoa estão relacionados a dinâmicas familiares passadas e presentes.
A constelação familiar permite que sejam
identificadas as emoções inconscientes presentes em uma família, permitindo
compreender as raízes dos problemas e encontrar soluções mais eficazes. Isso é
especialmente importante no judiciário, onde muitos conflitos familiares
envolvem questões complexas e emocionais, como guarda de filhos, partilha de
bens e questões de violência doméstica.
Questões familiares, principalmente, sofrem e
deixam muito a desejar a decisão do juiz, que é pessoa estranha à situação,
que, simplesmente, “ dá uma canetada” e na maioria das vezes acaba por piorar a
questão. A terapia está sendo implementada com muito sucesso e não podemos
deixar de tecer elogios ao Tribunal de Justiça de São Paulo em sua aplicação.
As emoções fazem parte de todo processo de família,
nestes, o resultado tem sido surpreendente, entretanto, em casos de processos
comerciais e empresariais não possuem tanta eficácia, dado que o cerne da
situação envolve pecúnia e controvérsias desprovidas de emoções e tão somente
descumprimento e de obrigação de fazer ou não.
A constelação familiar também pode ser utilizada
como uma ferramenta de mediação, permitindo que as partes envolvidas possam se
comunicar de maneira mais eficaz e chegar a acordos mais justos e
satisfatórios. Além disso, pode ser útil para ajudar as partes a lidar com as
emoções e os sentimentos relacionados ao conflito, contribuindo para uma
solução mais equilibrada e saudável para todos os envolvidos.
O Tribunal não apresenta a estatística referente a
aplicação de constelação familiar, contudo, nos informa as audiências de
conciliação e mediação realizadas em 2022 , em que, a constelação familiar é
uma das ferramentas técnicas na resolução dos conflitos, e no ano de 2022
obtiveram sucesso em cerca de 17% dos casos.
Portanto, atualmente, não temos somente a lei e os
magistrados para nos auxiliarem nas soluções de conflitos dos cidadãos, temos
formas alternativas, extremamente eficientes, inclusive, extrajudicialmente.
Vale a pena conferir!
Dra. Maria
Isabel Montañés - Advogada e sócia-fundadora da Cone Sul Marcas e Patentes.
Mediadora especialista em conflitos de propriedade intelectual e domínios pela
Câmara de Mediação da ABPI e Agente da propriedade industrial há mais de 27
anos.
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