Índice foi impulsionado pela alta nos setores de vestuário, saúde e alimentação e bebidas, aponta levantamento da FecomercioSP
No primeiro mês de 2023, o custo de vida na Região
Metropolitana de São Paulo (RMSP) apresentou alta de 6,13%, no acumulado dos
últimos 12 meses. O índice foi impulsionado pela elevação nos segmentos de
vestuário, saúde e alimentos e bebidas, que cresceram 14,88%, 11,5% e 9,59%,
respectivamente, na mesma base comparativa.
Os dados são do levantamento mensal Custo de Vida por Classe Social (CVCS),
elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de
São Paulo (FecomercioSP). Para as classes com renda mais elevada, o custo de
vida apresentou uma variação maior no acumulado de um ano: alta de 6,83% para a
classe A, e 6,27% para a classe B.
Para a classe C, a variação foi de 5,89%, enquanto para a classe E, o custo de
vida subiu 6,10%. Isso ocorreu porque a distribuição de despesas é mais
concentrada em grupos de alta representatividade para as classes de menor poder
aquisitivo.
Todos os nove grupos de consumo avaliados pelo levantamento apresentaram
variação positiva no mês passado, no acumulado em 12 meses.
Transportes e alimentação pesam no orçamento
Com exceção do grupo de vestuário, que registrou leve recuo de 0,16% no
primeiro mês do ano em comparação a dezembro de 2022, todos os demais apontaram
aumento mensal. O segmento de transportes foi o responsável pela maior pressão
de alta no período, com variação positiva de 0,94% e impacto de 0,20 ponto
porcentual (p.p.) para o resultado global do CVCS, segundo levantamento da
Entidade.
O segundo segmento que mais pesou no CVCS de janeiro, em relação a dezembro do
ano passado, foi o de alimentos e bebidas, com incremento mensal de 0,65% e
impacto de 0,15 p.p. no desempenho geral. A alta foi observada tanto nos
supermercados quanto na alimentação fora do domicílio, como bares e
restaurantes. Ambos os grupos foram responsáveis por 70% da alta no mês – e são
exatamente eles que mais pesam sobre o orçamento das famílias, cerca de 45%
somados.
Segundo a FecomercioSP, o custo de vida ainda pressionado, sobretudo nos grupos
que mais pesam no orçamento dos lares, é um sinal de alerta para o início da
ano: não há sinais de uma inflação mais baixa. Por outro lado, não existem
indicativos de que possa haver qualquer pico de preços, como ocorreu no ano
passado. A tendência é que o custo de vida permaneça mais estável, mas em
patamar elevado.
Varejo e serviços acumulam alta
O Índice de Preços do Varejo (IPV), da CVCS, acumulou alta de 6,18% nos últimos
12 meses. Dentre os oito grupos, sete apresentaram variação positiva. Destaque
para a elevação de vestuários (14,88%), saúde e cuidados pessoais (13,44%) e
alimentação e bebidas (12,17%).
Elevação também observada no Índice de Preços dos Serviços (IPS) da CVCS,
acumulado de 6,04% em janeiro. Dentre os oito grupos que compõem o indicador,
todos apresentaram índices positivos. A maior variação foi vista em transportes
(15,29%).
Nota metodológica
CVCS
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de
Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de
renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de
preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A
estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo
obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O
IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.
FecomercioSP
Nenhum comentário:
Postar um comentário