Todos os anos, somos obrigados a parar um pouco a
rotina para reunir os rendimentos, investimentos, dívidas e bens obtidos ao
longo do ano e ficar cara a cara com o leão, ou seja, declarar o Imposto de
Renda (IR) da pessoa física. Com os médicos isso não é diferente.
Muitos precisam prestar conta à Receita Federal e
declarar seus recebimentos, em decorrência, por exemplo, de plantões,
atendimentos em clínicas, consultórios ou hospitais. Nesse momento todo cuidado
é pouco, porque um imposto de renda declarado erroneamente pode levar a
problemas com a “malha fina”.
Quando encontrada qualquer inconsistência, a
declaração fica retida para que seja investigada minuciosamente, e as
consequências são, entre outras, atraso na liberação da restituição ou
pagamento de multas.
Agora você médico pode estar se perguntando: como
tornar a Declaração do IR uma tarefa menos complexa e não falhar nesse momento?
A boa notícia é que existem alguns passos que podem ser seguidos, e vou lhe
apresentar cada um deles.
É muito comum as pessoas se organizarem para a
Declaração do Imposto de Renda somente quando o prazo para a entrega se inicia,
no entanto é preciso dar a prioridade que o momento merece para evitar erros.
O primeiro passo para uma declaração de sucesso é a
organização. Crie uma pasta no seu computador e guarde nela todos os documentos
e comprovantes que devem ser apresentados no momento da declaração, tais como
despesas com saúde, educação e previdência privada, por exemplo, os quais devem
ser informados à Receita Federal. Assim, a chance de esquecer alguma informação
é muito menor. Após colocar tudo em ordem, entregue-o ao seu contador com o
máximo de antecedência.
Caso tenha investimentos em renda variável (ações,
fundos de investimentos e imobiliários, criptomoedas), é importante controlar
mensalmente os resultados das operações, e, caso incida imposto em alguma
operação, recolha-o dentro do prazo. É muito importante informar a posição em
carteira dos seus investimentos. Recomenda-se contratar uma calculadora de IR
sobre renda variável.
Outra forma de se preparar para a Declaração do
Imposto de Renda é realizar um bom planejamento tributário durante o ano.
Investir em um plano de previdência privada, como o PGBL, é uma ótima opção. O
Plano Gerador de Benefício Livre tem foco na aposentadoria, ele traz
rentabilidade para quem aplica e ainda ajuda a pagar menos imposto de renda,
isso porque parte do valor aplicado nesse investimento é considerada dedutível
no momento da declaração. É ideal que todo mês você invista até 12% do seu
rendimento bruto. No entanto, nada o impede de fazer essa aplicação de uma vez,
no fim do ano.
Se você é profissional que atua de forma autônoma
ou como cooperado da Unimed, existe ainda o livro-caixa, ferramenta de
planejamento tributário que tem como objetivo trazer eficiência à gestão
financeira, organizando as entradas e as saídas financeiras mensais.
Quem deve declarar?
Se está na dúvida se médico declara ou não imposto
de renda, vamos lá. São obrigados a declarar o Imposto de Renda da Pessoa
Física (IRPF) médicos que receberam rendimentos acima de R$ 28.559,70.
Incluem-se os profissionais que tiveram valores
isentos, não tributáveis ou tributados na fonte superiores a R$ 40 mil; ou
conquistaram, até o último dia do ano passado, posse ou propriedade de bens e
direitos de valor superior a R$ 300 mil. Em tempo: as regras para declarar o Imposto de
Renda 2023 devem ser divulgadas pela Receita Federal só em fevereiro, mas a
tabela, sem correção desde 2015, vai ampliar o número de contribuintes.
Também é exigida a Declaração do IR aos
profissionais que realizaram operações na bolsa de valores, de futuros, de
mercadorias e semelhantes; ou obtiveram ganho de capital na alienação de bens
ou direitos sujeitos ao imposto de renda.
Plantões médicos, teleconsultas, atendimento em
iniciativas públicas e privadas e outros meios de proventos devem ser
declarados. Já os profissionais que recebem bolsa por residência médica são
isentos de IR, conforme a Lei n. 9.250, de 1995, porém precisam prestar conta
do recebimento, incluindo-o na ficha de Rendimentos Isentos.
Dica
Com a declaração pronta, não a envie sem antes
fazer uma revisão detalhada de todos os dados preenchidos, para evitar
problemas futuros e não correr o risco de cair na malha fina. Alguns dos erros
mais comuns são valores digitados incorretamente e omissão de rendimentos. Caso
depois de ter enviado perceba algum erro, é possível enviar uma declaração
retificadora, para evitar maiores transtornos.
Deu para perceber que a declaração envolve muitas
informações e detalhes, não é mesmo? Para evitar inconformidades capazes de
gerar problemas com o fisco, conte com o nosso suporte para elaborar o IR de
maneira organizada, completa e precisa.
Júlia Lázaro CEO - fundadora da Mitfokus
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