O Brasil é 1º país no ranking de sedentarismo da América Latina e
o quinto no mundo. Especialistas explicam ainda o que pode ser feito para
reverter o problema e a atenção que deve ser dada aos pequenosFreepik
Com as facilidades que a tecnologia apresenta, se exercitar é algo que fica cada vez mais em segundo plano. Mas essa comodidade pode ser prejudicial à saúde e resultar no conhecido sedentarismo. De acordo com dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é considerado o país mais sedentário da América Latina e o quinto do mundo. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirmou que cerca de 47% dos brasileiros são sedentários.
O neurologista Marcos Alexandre, do Instituto de Neurologia de Goiânia, afirma que as redes sociais são um grande vilão para uma vida mais ativa. Além disso, Marcos conta que a procrastinação pode resultar em uma pessoa sedentária, além de gerar uma culpa no indivíduo por não ter realizado aquilo que deveria ser feito.
“O nosso cérebro gosta de tudo o que dá para ele um prazer imediato e as tecnologias, como compras online, dão essa sensação. Ou seja, antes as pessoas saíam de casa para comprar as coisas e nisso se exercitavam, mesmo que minimamente, mas agora isso pode ser feito deitado na cama sem esforço nenhum”, conta o especialista.
O nutricionista esportivo Angelo Daher, da Science Play, plataforma de divulgação de conteúdos voltados para o universo da saúde, explica a importância da prática da atividade física. O especialista conta que não existe um melhor ou pior exercício, mas é preciso que a pessoa faça o que gosta para que seja motivado a todo tempo.
“Alimentação, descanso e atividade física são os três pontos principais para uma vida ativa. A má alimentação pode causar falta de energia, o que prejudica a realização das atividades. É preciso que tudo esteja alinhado para um bom funcionamento do corpo. Uma dica é fazer atividades simples para movimentar o corpo como trocar o elevador pelas escadas e o carro pela bicicleta”, destaca Angelo.
Sedentarismo infantil
Com o aparecimento de tecnologias cada vez mais acessíveis para a criançada, muitas vezes eles têm preferência por passar o tempo livre em frente às telas, brincando com videogames e navegando pelas redes sociais ao invés de praticarem brincadeiras mais dinâmicas que exijam do corpo. Isto tem se tornado um agravante para o sedentarismo infantil, que após os tempos de isolamento social sofreu um grande aumento.
Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) constatou que, antes da pandemia, 67,8% das crianças praticavam atividade física pelo menos duas vezes na semana. Contudo, durante o primeiro mês de isolamento, o número caiu para 9,77%. O cenário preocupa os especialistas. Afinal, o sedentarismo infantil pode trazer profundas consequências para a saúde das crianças. Além da obesidade, a falta de atividade física é capaz de afetar a qualidade do sono, o desempenho nos estudos, causar cansaço excessivo e a falta de força muscular.
O endocrinologista José Couto, do Hospital São Francisco de Brasília, conta que as crianças têm que estar em movimento para que não se tornem adultos sedentários. O médico acrescenta ainda que a companhia dos pais é fundamental neste processo e destaca a função social e motivacional das atividades.
"Exercícios físicos, brincadeiras e recreação são essenciais para o desenvolvimento físico, motor, intelectual e social da criança interferindo no seu desenvolvimento integral, além de ajudar a prevenir a obesidade infantil. O ambiente também influencia no comportamento das crianças. Por isso, é fundamental que os pais sejam exemplos e motivem os filhos, além de mostrarem a importância da atividade física para a saúde”, conclui o especialista.
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