Mesmo com
um número baixo de mulheres protagonistas no mundo dos investimentos, empresa e
instituições buscam aumentar o espaço feminino no setor
Historicamente, as mulheres enfrentam uma série de desafios
em relação à igualdade de gênero no mercado financeiro. Ainda há um
desequilíbrio significativo no antro do setor, refletindo na falta de
representação feminina em cargos de liderança e a disparidade salarial entre os
gêneros.
Os dados perpetuam a realidade diferencial. Segundo
informações da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados
Financeiros e de Capitais), no ano de 2022, do total de gestores de carteira
certificados, apenas 7% eram mulheres. Já na Comissão de Valores Monetários
(CVM), dos 966 nomes de pessoas físicas cadastradas como consultoras de
investimentos, 212 (21%) são mulheres.
No entanto, nos últimos tempos, é visto um esforço
crescente para aumentar a presença do sexo feminino no mundo dos investimentos.
Muitas organizações estão adotando políticas de igualdade para incentivar a
participação de mulheres no setor. A iHUB Investimentos, por exemplo, aumentou
em 125% a presença feminina em sua operação; já a XP investimentos adotou
incentivos para mulheres ingressarem na carreira de assessoria de
investimentos, isentando o custo da prova de certificação e exaltando as
profissionais que já atuam na empresa através da divulgação das histórias e
impactos na indústria, no mercado e no mundo financeiro.
“Embora a trajetória de mudança ainda seja longa,
muitas mulheres estão desbravando o território e alcançando grandes posições de
liderança em empresas de todo o mundo. Acredito que com a adoção contínua de
políticas e práticas inclusivas, o setor financeiro se tornará cada vez mais
diversificado e inclusivo no futuro”, comenta Letícia Puttini, embaixadora XP e
assessora de investimentos private na iHUB Investimentos.
O crescimento de mulheres no
mercado
Atrelado à crescente conscientização sobre a
importância da diversidade de gênero no ambiente de trabalho, a acessibilidade
à educação financeira também está se tornando inclusiva para as mulheres, o que
permite que elas desenvolvam habilidades em finanças e investimentos. A
tecnologia também está ajudando a democratizar o acesso ao mercado financeiro,
tornando-o mais acessível para pessoas de todos os gêneros.
Em relação a cargos de liderança no mercado
financeiro, ainda há uma defasagem, principalmente devido ao preconceito de não
considerar a mulher uma figura de autoridade dentro da área, mesmo que a mesma
domine determinado assunto. A falta de representatividade faz o senso comum
transmitir essa autoridade ao homem.
Segundo Letícia Puttini, iniciativas específicas podem ser adotadas para garantir maior abrangência e espaço para a mulher no mercado financeiro, como:
- Desenvolver uma cultura organizacional mais inclusiva, valorizando a diversidade e oferecendo igualdade de oportunidades para todos. Isso significa adotar políticas como licença parental remunerada e horários flexíveis.
- Maior diversidade nas equipes: As empresas devem garantir que suas equipes sejam diversificadas em termos de gênero, etnia e outros fatores. Isso pode ajudar a trazer perspectivas diferentes para a tomada de decisões e promover um ambiente de trabalho mais inovador e criativo.
- Igualdade salarial: As empresas devem garantir que homens e mulheres recebam salários iguais para funções e responsabilidades semelhantes.
- Mentorias:
As mulheres podem se beneficiar de mentoria para ajudá-las a desenvolver
habilidades e avançar em suas carreiras. As empresas devem oferecer essas
oportunidades para colaboradoras e incentivar as mulheres a buscar
mentores que possam ajudá-las a desenvolver habilidades.
A representatividade feminina
presente
A representatividade de mulheres já presentes
no mercado impulsiona a entrada de novos talentos no setor. Relatos,
entrevistas, divulgação de mulheres ocupando espaços importantes e fazendo
diferença dentro das empresas, devem ser divulgados de maneira enfática. Uma
mulher ocupando um cargo importante e compartilhando histórias inspiradoras,
dentro de uma ala majoritariamente masculina, incentiva outras mulheres a
começarem.
“Eu tenho como inspiração duas mulheres que
ocuparam e ocupam posições de destaque no mundo dos investimentos. A primeira
delas é Leda Braga (CEO da Systematica Investments), uma referência mundial no
mercado financeiro. Leda ficou bastante conhecida após a crise de 2008 dos EUA,
quando entregou uma performance absurda através de uma de suas estratégias. A
segunda é Janet Yellen, presidente do Federal Reserve dos EUA de 2014 a 2018 e
atual Secretária do Tesouro dos EUA; Yellen possui uma visão bastante sensata e
inteligente sobre o mercado”, comenta a assessora de investimentos.
Como uma mulher pode ingressar
no mercado financeiro?
Atualmente, mais mulheres estão em busca da
carreira em finanças. A tecnologia está abrindo novas oportunidades - fintechs,
por exemplo, estão liderando o caminho em termos de diversidade de gênero,
inclusive alcançando cargos de liderança e aperfeiçoando mulheres líderes. A
visibilidade de mulheres presentes no mercado tem criado a cultura de que todas
podem prosperar e ter sucesso, o que pode levar a mais oportunidades.
“É extremamente necessário que você seja
investidora antes de tudo, assim é possível entender na prática como funciona o
mercado. Além disso, participar de eventos do setor financeiro e fazer
networking é uma maneira de conhecer profissionais e aprender sobre as
oportunidades disponíveis. Para ingressar no mundo financeiro é importante
estudar, buscar experiência, participar de eventos e networking, escolher uma
área de atuação específica, investir em si mesma e procurar oportunidades”,
finaliza Letícia.
iHUB Investimentos
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