Escolher líderes
que sejam capazes de contribuir com os objetivos das empresas é um grande
desafio
Em meio a uma escassez mundial de profissionais
qualificados e demissões em massa, nunca foi tão desafiador e também importante
recrutar os líderes certos. Basta uma rápida olhada em algumas pesquisas para
entender que essa não é uma tarefa simples.
De acordo com um estudo da PwC, 50% de todas as
contratações seniores externas falham em um período de 18 meses. Já segundo a
DDI World, consultoria global de inteligência de mercado, 55% dos CEOs afirmam
que desenvolver a próxima geração de líderes é seu principal desafio. E não é
só: um levantamento da publicação norte-americana Fortune aponta que apenas 33%
dos cargos de liderança sênior em todo o mundo são ocupados por mulheres,
resultado que impacta negativamente as estratégias de igualdade de gênero nas
empresas.
Diante desse cenário complexo, cresce a busca por
líderes que sejam capazes de contribuir com os objetivos dos negócios, entregar
os resultados esperados, unir e motivar suas equipes, além de atuar rapidamente
em situações de volatilidade, cada vez mais comuns no atual ambiente
competitivo dos negócios.
Não é novidade para ninguém que os líderes são
responsáveis por definir qual será a cultura organizacional, ou seja, os
comportamentos que irão moldar a forma como suas equipes contribuem para os
resultados das empresas. Recrutar líderes é algo realmente importante, que
demanda grande atenção dos profissionais da área de Recursos Humanos, pois os
riscos são altos. Contratar o líder certo pode levar uma companhia a um novo
patamar, enquanto contratar a pessoa errada aumenta a probabilidade de erros na
tomada de decisões.
Atualmente, além das habilidades técnicas, os
líderes mais valorizados são aqueles capazes de inspirar, de motivar e se
comunicar de forma eficaz, tanto com as equipes que lideram como com seus pares
e superiores. Os profissionais com perfil de liderança devem ter as habilidades
e a experiência necessárias para a função, mas também precisam da personalidade
e da mentalidade certas para atender às necessidades de sua organização e
conviver produtivamente com os demais profissionais.
Para orientar as empresas que querem continuar
prosperando e inovando a partir de uma liderança ágil e inspiradora, listo
abaixo os cinco principais riscos na seleção e identificação dos líderes e como
mitigá-los.
Falta de candidatos – Para os níveis mais altos de liderança, está cada vez mais difícil
encontrar novos talentos. Embora não seja viável em todas as circunstâncias, o
melhor recurso é escolher um líder dentro dos quadros da empresa, pois isso,
além de ser melhor em termos financeiros, também economiza tempo, uma vez que
um novo profissional terá que aprender sobre o setor, os negócios e os
requisitos de sua nova função. Como descobrir se um profissional da empresa pode
assumir um cargo de liderança? A resposta está nas ferramentas
de avaliação de aptidão, uma maneira confiável e objetiva de filtrar candidatos
do seu quadro, verificando qual tem a mentalidade certa para assumir uma
liderança na organização.
Equipe com baixa adaptação - Às vezes, por necessidade, as empresas devem procurar no mercado o
tipo certo de experiência em liderança, com novas perspectivas e habilidades.
No entanto, uma contratação sênior externa pode criar atritos dentro da equipe
de liderança existente. A inovação sempre envolve um nível de risco, por isso
quanto mais sênior a contratação, maior a importância de estabelecer, durante o
processo de recrutamento, qual a capacidade que um candidato tem de trabalhar
bem com os demais líderes da empresa. Como garantir isso? Medindo a
inteligência emocional dos candidatos, por meio da ferramenta capaz de indicar
o nível de autoconsciência e provável contribuição para uma equipe.
Baixa diversidade – Os benefícios de outros estilos de liderança estão sendo cada vez mais
reconhecidos pelas empresas. Para construir equipes e organizações
diversificadas e bem-sucedidas, os profissionais de recrutamento precisam,
portanto, contratar líderes emocionalmente inteligentes, capazes de gerenciar
diferenças de forma eficaz. Como nomear líderes diversos? Ao
contratar para cargos seniores, é importante medir o que importa. A remoção de
informações identificáveis dos currículos ajuda a garantir que indivíduos de
diversos grupos não sejam excluídos durante o estágio de triagem. O
desenvolvimento de perfis para funções de liderança que incluam traços
comportamentais e de personalidade, bem como competências, fornecerá critérios
objetivos e mensuráveis para as decisões de contratação.
Pouca agilidade - Demografia, avanços tecnológicos, incertezas do mercado: as empresas
precisam de pessoas que possam guiá-las por mudanças inevitáveis, porém
disruptivas. O ritmo e a complexidade dessas mudanças podem dificultar
planejamentos antecipados, portanto os líderes devem ser capazes de capitalizar
altos níveis de incerteza, seja por meio do gerenciamento de mudanças,
inovações ou a construção de parcerias de forma rápida. Como
recrutar líderes ágeis? Contratando por inteligência fluída em
vez da experiência anterior do profissional. Uma avaliação de aptidão ou de
inteligência geral – que difere de um teste de Quociente de Inteligência (QI) –
ajuda a identificar indivíduos que processam informações rapidamente e que
podem identificar tendências em dados, responder às mudanças do mercado de
maneira ágil e inovar para melhorar continuamente sua organização.
Desalinhamento com os valores - O desalinhamento com os valores da empresa impacta negativamente a cultura organizacional e pode causar danos à reputação e à confiança do mercado. Líderes de sucesso encontram uma abordagem equilibrada em relação a esse risco, suficiente para motivar suas equipes e estimular a inovação, evitando o caos e a confusão. Como garantir que os líderes vivam seus valores? É extremamente útil mapear valores pessoais em relação ao espectro de traços de personalidade e estilos de comportamento no início do recrutamento, para ajudar a avaliar o alinhamento natural dos candidatos com os valores da sua organização.
Marcelo
Souza – CEO do Grupo Soulan e Country Manager da Thomas International Brasil
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