De acordo com
Thiago Martello, fundador da Martello Educação Financeira, existem diversos
motivos para que, até mesmo os milionários, morem em uma propriedade alugada
A dúvida entre comprar, alugar ou investir o
valor de um imóvel é algo que atormenta diversos brasileiros
que, em muitos casos, não sabem qual seria a escolha mais vantajosa de acordo
com seu orçamento mensal.
Thiago Martello, educador financeiro e fundador da
Martello Educação Financeira, afirma que, ao trabalhar como gerente bancário,
costumava ficar surpreso ao ver, por exemplo, pessoas muito ricas vivendo de
aluguel em São Paulo, quando elas teriam, tranquilamente, condições de adquirir
uma casa própria na cidade. “Eu chegava a pensar que aquelas pessoas eram
burras porque, na minha cabeça, não fazia o menor sentido alguém ter tanto
dinheiro e viver de aluguel. Após refletir e pensar muito sobre o assunto,
percebi que o burro da história era eu, afinal, estava trabalhando
incansavelmente para conseguir dois mil reais por mês, enquanto essas pessoas
andavam com Ferraris e Lamborghinis. Existia algum motivo por trás da escolha
pelo aluguel”, questiona.
Para o fundador da Martello
Educação Financeira, a compra de um imóvel hoje em dia, unicamente na visão
financeira, NUNCA é a melhor opção quando comparada à moradia de
aluguel, desde que a sobra do que iria para a parcela do financiamento seja
investida. “Um financiamento de 15 anos pode ter um desembolso duas vezes maior
que o valor do imóvel. Uma parte considerável da prestação do financiamento são
juros. É muito importante fazer as contas de forma certeira para avaliar se,
realmente, vale a pena financiar e, em comparação ao mercado financeiro, nunca
será”.
Além disso, alugar um imóvel se torna muito mais
vantajoso para pessoas que desejam ter liberdade e facilidade para trocar de
moradia. “A capacidade de se mudar a qualquer momento é um belo
trunfo. A mudança de endereço tem se tornado algo muito comum, especialmente
nas capitais, e ao investir a diferença da parcela do financiamento frente ao
aluguel a ser pago por um bem semelhante, 30 anos depois você será um
milionário.”, pontua Martello.
Além da mobilidade, o aluguel também reduz custos
com diversos aspectos que são de responsabilidade dos proprietários. “Impostos,
custos com estrutura e segurança são apenas algumas das
despesas destinadas aos donos de imóveis. Muitos se apertam para comprar o
imóvel e depois ficam sem dinheiro para eventuais obras de reparos ou até mesmo
melhorias”, relata.
Outro aspecto a ser considerado, de acordo com o
educador financeiro, é que existem muitos mitos sobre as vantagens de comprar
uma propriedade. “Muitas pessoas dizem que o investimento em um imóvel sempre
valoriza, mas, na prática, não é bem assim, principalmente no longo prazo. O
valor é volátil e mudanças no equilíbrio entre a oferta e a demanda podem
desvalorizar o patrimônio. É necessário observar as tendências de mercado e
projetar o potencial de revenda da propriedade, mesmo que o objetivo da
aquisição seja a moradia, sem contar que a inflação também corrói a potencial
valorização do mesmo”, declara.
A valorização do imóvel é um cálculo complexo e nem
sempre é uma absoluta certeza. ”Interferem no custo a variação das condições
econômicas do País, a evolução na qualidade de vida do bairro ou cidade e,
ainda, eventuais mudanças de comportamento da sociedade. O aumento na taxa
Selic, por exemplo, inflaciona as taxas de financiamento,
que podem encarecer os imóveis e diminuir o nível de procura. Por outro lado,
as mudanças de comportamentos sociais devido a eventos de grande impacto, como
a pandemia, aceleram ou diminuem tendências no ramo imobiliário”, conclui
Martello.
Thiago Martello - Educador Financeiro, Founder da Martello Educação Financeira, Agente
Autônomo de Investimentos pela CVM e especialista em Investimentos ANBIMA,
Representante regional do estado de São Paulo da APOEF.
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