A modernidade trouxe consigo muitos avanços, inclusive no que remete ao trabalho e a vida cotidiana e, com isso ocorreu também a diminuição do tempo, em especial o tempo de sono, estudos atuais mostram uma importante associação ao habitual tempo de sono e a obesidade, indicando que os indivíduos que dormem menos têm maior possibilidade de se tornarem obesos, e que o encurtamento do sono aumenta a razão grelina/leptina, gerando o aumento do apetite e da fome, que pode ser associado à maior ingestão de calorias, desencadeando a obesidade. Cardiologista, nutricionistas e especialistas do sono têm estudado a relação entre o sono e a obesidade. Atentos a qualidade do sono e as interferências que ele pode causar na vida e na saúde das pessoas, os especialistas da Associação Brasileira do Sono, se colocam à disposição para orientar sobre este e outros estudos. Veja a seguir:
Efeitos da restrição experimental do sono na ingestão de
energia, gasto de energia e obesidade visceral
Abstrato
Embora as consequências da deficiência
de sono para o risco de obesidade sejam cada vez mais aparentes, as evidências
experimentais são limitadas e não há estudos sobre a distribuição da gordura
corporal.
Objetivos
O objetivo deste estudo foi investigar
os efeitos da redução do sono induzida experimentalmente no cenário de livre
acesso a alimentos na ingestão de energia, gasto energético e composição
corporal regional.
Métodos
Doze indivíduos saudáveis e
não obesos (9 homens, faixa etária de 19 a 39 anos) completaram um estudo randomizado,
controlado, cruzado, de 21 dias de internação, compreendendo 4
dias de aclimatação, 14 dias de
restrição experimental do sono (oportunidade de
sono de 4 horas) ou sono de controle (oportunidade de sono de 9 horas) e um
segmento de recuperação de 3 dias. Foram adquiridas medidas repetidas de
ingestão energética, gasto energético, peso corporal, composição corporal,
distribuição de gordura e biomarcadores circulantes.
Resultados
Com restrição de sono vs controle, os
participantes consumiram mais calorias (P = 0,015), aumentando a ingestão de
proteína (P = 0,050) e gordura (P = 0,046). O gasto energético permaneceu
inalterado (todos P > 0,16). Os participantes ganharam significativamente
mais peso quando expostos à restrição experimental do sono do que durante o
sono controle (P = 0,008). Enquanto as mudanças na gordura corporal total não
diferiram entre as condições (P = 0,710), a gordura abdominal total aumentou
apenas durante a restrição do sono (P = 0,011), com aumentos significativos
evidentes nos depósitos de gordura abdominal subcutânea e visceral (P = 0,047 e
P = 0,042, respectivamente).
Conclusões
A restrição de
sono combinada com alimentação ad libitum promove excesso de ingestão
energética sem variação do gasto energético. O ganho de peso e o acúmulo
particularmente central de gordura indicam que a perda de sono predispõe à
obesidade visceral abdominal. (Restrição do Sono e Obesidade; NCT01580761)
Revista: ScienceDirect
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