Professora alerta pais e educadores sobre a violência no ambiente escolar e virtual, além de explicar como ambos afetam o indivíduo podendo causar problemas psicológicos
Oriundo da língua inglesa e derivado do termo
"Bully", que significa brigão ou valentão, a ação intencional e
repetitiva de atos de violência é chamada de bullying. Sua prática tem como
principal característica a constante agressão, que pode ser física, verbal ou
psicológica. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), em
2019, 23% dos estudantes que responderam à pesquisa afirmaram ter sofrido
bullying. Essa conduta, quando praticada em ambientes escolares, ganha esse
nome, mas quando ultrapassa o espaço colegial e se dá, principalmente, na fase
adulta é considerada assédio moral.
De acordo com a psicóloga e professora da UNINASSAU -
Centro Universitário Maurício de Nassau Recife, campus Caxangá, Larissa de
Oliveira, o bullying pode acontecer de diversas formas como humilhações, apelidos
constrangedores, perseguição, exposição de características físicas e também
agressões que podem provocar lesões. "Os agressores são conscientes dos
atos e sabem que as vítimas sofrem. Eles buscam, geralmente, pessoas novatas,
tímidas ou com traços físicos fora do padrão", explica.
A partir de 2020, com a suspensão das aulas e início do
regime remoto devido a pandemia da Covid-19, o bullying ultrapassou as
barreiras do ambiente presencial e passou a atuar na internet também. O
cyberbullying possui o objetivo de ridicularizar, assediar e perseguir alguém
de forma virtual, por meio de fotografias, vídeos e áudios.
“O Cyberbullying afeta as pessoas mentalmente,
emocionalmente e fisicamente. As vítimas podem se sentir cercadas pelas
zombarias e assédios, e isso dificulta que elas manifestem o que estão sentindo
e tentem lidar com o problema, ou até mesmo contar a situação para
alguém", explica a psicóloga.
O bullying é perigoso e traz muitas consequências para
quem sofre com a violência. As agressões, tanto físicas quanto verbais, levam a
vítima a um isolamento social, no qual se vê como alguém estranho. Além disso,
se não encontrar apoio entre amigos e familiares, o isolamento pode provocar
outros danos ao psicológico, como desenvolvimento de ansiedade, síndrome do
pânico e até mesmo depressão.
A Lei 13.185, de 06 de novembro de 2015, criou o Programa
de Combate à Intimidação Sistemática (bullying). Segundo a Lei, é considerado
intimidação sistemática todo ato de violência física ou psicológica, intencional
e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou
grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la,
causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder
entre as partes envolvidas. A norma promove campanhas, oferece apoio às
famílias e visa criar uma complexa rede de apoio que oferece assistência
psicológica, educativa e judicial.
Conforme a psicóloga Larissa, as melhores formas de
combater o bullying é por meio da conscientização e do diálogo. Ações que podem
auxiliar na solução deste problema são conversas com os responsáveis e seus
filhos, campanhas informativas nas escolas e instrução dos profissionais com os
estudantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário