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sexta-feira, 15 de abril de 2022

Bullying e Cyberbullying afetam autoestima e desenvolvimento

Professora alerta pais e educadores sobre a violência no ambiente escolar e virtual, além de explicar como ambos afetam o indivíduo podendo causar problemas psicológicos

 

Oriundo da língua inglesa e derivado do termo "Bully", que significa brigão ou valentão, a ação intencional e repetitiva de atos de violência é chamada de bullying. Sua prática tem como principal característica a constante agressão, que pode ser física, verbal ou psicológica. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), em 2019, 23% dos estudantes que responderam à pesquisa afirmaram ter sofrido bullying. Essa conduta, quando praticada em ambientes escolares, ganha esse nome, mas quando ultrapassa o espaço colegial e se dá, principalmente, na fase adulta é considerada assédio moral.  

De acordo com a psicóloga e professora da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau Recife, campus Caxangá, Larissa de Oliveira, o bullying pode acontecer de diversas formas como humilhações, apelidos constrangedores, perseguição, exposição de características físicas e também agressões que podem provocar lesões. "Os agressores são conscientes dos atos e sabem que as vítimas sofrem. Eles buscam, geralmente, pessoas novatas, tímidas ou com traços físicos fora do padrão", explica.   

A partir de 2020, com a suspensão das aulas e início do regime remoto devido a pandemia da Covid-19, o bullying ultrapassou as barreiras do ambiente presencial e passou a atuar na internet também. O cyberbullying possui o objetivo de ridicularizar, assediar e perseguir alguém de forma virtual, por meio de fotografias, vídeos e áudios.  

“O Cyberbullying afeta as pessoas mentalmente, emocionalmente e fisicamente. As vítimas podem se sentir cercadas pelas zombarias e assédios, e isso dificulta que elas manifestem o que estão sentindo e tentem lidar com o problema, ou até mesmo contar a situação para alguém", explica a psicóloga.  

O bullying é perigoso e traz muitas consequências para quem sofre com a violência. As agressões, tanto físicas quanto verbais, levam a vítima a um isolamento social, no qual se vê como alguém estranho. Além disso, se não encontrar apoio entre amigos e familiares, o isolamento pode provocar outros danos ao psicológico, como desenvolvimento de ansiedade, síndrome do pânico e até mesmo depressão.  

A Lei 13.185, de 06 de novembro de 2015, criou o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (bullying). Segundo a Lei, é considerado intimidação sistemática todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. A norma promove campanhas, oferece apoio às famílias e visa criar uma complexa rede de apoio que oferece assistência psicológica, educativa e judicial.  

Conforme a psicóloga Larissa, as melhores formas de combater o bullying é por meio da conscientização e do diálogo. Ações que podem auxiliar na solução deste problema são conversas com os responsáveis e seus filhos, campanhas informativas nas escolas e instrução dos profissionais com os estudantes.


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