Doutor em nutrição de plantas da Wirstchat aponta como é possível por meio de tecnologia e inovação utilizar menos insumo, consequentemente gastar menos e ainda obter bons resultados no campo
Tema recorrente hoje dos veículos especializados em
agronegócio e até fora dele, como os de grande circulação nacional, a
importação dos fertilizantes tem causado dor de cabeça a muita gente. Esse
cenário todo, segundo o doutor em nutrição de plantas da Wirstchat Roberto
Reis, poderia ser evitado, ou ter menor impacto com o desenvolvimento e a
validação de novas tecnologias agregadas aos fertilizantes convencionais (como
a ureia), visando aumentar sua eficiência agronômica.
Segundo ele, fertilizantes nitrogenados mais
eficientes, além de beneficiar as plantas, reduzem as perdas de nitrogênio para
o meio, contribuindo também para a sustentabilidade ambiental. “A União
Europeia, por exemplo, já reduziu em 21% as emissões de gases de efeito estufa
pela agricultura entre os anos 1990 e 2014 com a aplicação de menores doses de
fertilizantes e aumento de produtividade. Assim, a tendência mundial em ciência,
tecnologia e inovação no setor é buscar novos fertilizantes com foco no aumento
da sua eficiência agronômica”, aponta o doutor.
Santo Nitrogênio
O nitrogênio é um dos nutrientes sem o qual a
planta não apresenta adequado crescimento e desenvolvimento. Lavouras com
deficiência dele não conseguem expressar seu potencial produtivo, resultando em
baixas produtividades. “Nossos solos não possuem boa disponibilidade deste
nutriente, fazendo com que seja necessário seu fornecimento com o uso de algum
insumo agrícola. Normalmente o fertilizante mineral é o mais usado para isto,
por uma série de razões operacionais, como agilidade de aplicação e menor frete
devido ao seu maior teor de nitrogênio, por exemplo ”, esclarece Reis.
Frente a isso, é importante lembrar que o Brasil, normalmente chamado de celeiro do mundo, é o quarto maior produtor mundial de grãos (arroz, soja, milho e trigo), perdendo apenas para China, Estados Unidos e Índia. Isto faz com que o País também seja um grande consumidor de fertilizantes. “Em 2020, China, Índia, Estados Unidos e Brasil responderam por mais da metade do consumo mundial de adubo (58%). E estimamos que mais de 80% desses fertilizantes consumidos pela agricultura brasileira em 2020 foram importados, ou seja, a dependência é grande”, alerta o especialista.
Dependência que prejudica
Com toda a dependência que o Brasil tem hoje de importação dos fertilizantes, eventos como o que o mundo está passando, a redução de oferta e a variação cambial, resultam em aumentos nos preços desses insumos. Consequentemente isso impacta negativamente nas exportações, tornando o produto nacional menos competitivo, uma vez que a maior parte do custo de produção deriva do preço importado pago no adubo. “Vemos historicamente que a produção nacional de fertilizantes é inferior à demanda nacional. Não cresce similarmente como a da demanda. A falta de uma política para o setor desde a década de 1980 tornou o País extremamente dependente por importação de fertilizantes, diminuindo nossa produção em 30%, enquanto as importações aumentaram 66% nos últimos 20 anos”, alerta Reis.
Falando de ureia
A ureia merece destaque dentre os fertilizantes
minerais nitrogenados utilizados na agricultura, pois tem maior concentração de
N (agilizando sua aplicação e reduzindo custos de frete) e que apresenta os
menores percentuais de aproveitamento (eficiência agronômica), normalmente
entre 50 a 70%. “Ou seja, aplica-se mais N do que a planta precisa para
compensar o que será perdido”, explica o doutor da Wirstchat.
O Brasil produz ureia utilizando gás natural como na maioria dos países, entretanto a um elevado custo em comparação ao restante do mundo. Quando analisados os custos médios para a produção, segundo documento do Plano Nacional de Fertilizantes 2050, destacam-se Rússia (US$ 58/t), Estados Unidos (US$ 79/t), Canadá (US$ 54/t), Egito (US$ 83/t), Catar (US$ 104/t), Irã (US$ 85/t), Argélia (US$ 75/t) e Nigéria (US$ 48/t) com alta competitividade. Enquanto isso, Índia (US$ 249/t), China (US$ 158/t) e Brasil (US$ 280/t). “Devido à dependência do uso na agricultura de fertilizantes nitrogenados, os quais somos reféns de importação, a baixa eficiência agronômica precisa diminuir a passos muito mais rápidos do que estamos”, aponta o especialista.
Solução no mercado
Ciente da importância em aumentar a eficiência dos
fertilizantes, a Wirstchat, empresa voltada a desenvolvimento de aditivos de
uso no setor agrícola com sede em Olímpia-SP, não poupou esforços, e há mais de
doze anos tem foco na produção de uma linha de produtos que contribui
diretamente nesta situação que passa hoje o País. A linha Policote, como é
chamada, é formada por aditivos utilizados no revestimento da ureia para
produzir fertilizante nitrogenado de eficiência aumentada. “Testada e
comprovada em diferentes instituições de pesquisa, a tecnologia Policote, é
comercializada há mais de 10 anos, está descrita em vários artigos científicos,
pois somente com a comprovação científica é possível oferecer ao agricultor, de
forma segura e confiável, uma ferramenta para melhorar seu programa de
adubação”, afirma Reis.
O aumento da eficiência agronômica com o uso da
ureia revestida com o Policote tem viabilizado o aumento de produtividade, bem
como o ajuste da dose aplicada, agilizando a aplicação do fertilizante nitrogenado
e reduzindo custos de produção. “Este fertilizante nitrogenado de eficiência
aumentada, comercializado há várias safras pela equipe da Coopavel (com o nome
comercial de Ureia Super), da Nutrien (como Utilmax) e da equipe da Opção Agro
(como Soil N Tech), é uma ferramenta para aumentar a eficiência da
adubação, diminuir as perdas nitrogênio na agricultura e reduzir a dependência
de importação de fertilizante nitrogenado”, finaliza o doutor.
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