Dr. Bruno Miranda, ortopedista, destaca quais as principais causas para essa deformidade no pé, riscos, complicações e 4 dicas valiosas para não sentir dores
Pasme: nos Estados Unidos, mais de um terço das mulheres têm joanetes, que se caracterizam por uma deformidade nos pés, quando o dedão pode inclinar-se para o segundo dedo do pé ou ainda mover-se para baixo dele, sendo um desvio ainda mais grave.
O principal fator de risco, que ocasiona esse desvio (que deixa o pé com aspecto deformado) é o uso de sapatos de salto alto e de bico fino, além da predisposição genética.
Essa mudança de direção do dedão para o lado pode causar atrito com os calçados; deixar a pele avermelhada e inchada; causar dor na planta do pé, abaixo dos demais dedos; calos no contato dos dedos com os calçados; e, em casos graves, desenvolver artrose no pé, deixando-o com um aspecto disforme.
Para o Dr. Bruno Miranda, ortopedista da Sociedade
Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) um sinal grave de alerta ocorre
quando o joanete progrediu ao ponto de haver dificuldade para andar, mesmo já
tendo trocado para sapatos confortáveis, pois, aí, é provável que seja o caso
de cirurgia. “A cirurgia de joanete realinha osso, ligamentos e tendões para
que seu dedão possa ser trazido de volta à posição correta. Há muitas técnicas
disponíveis e cada caso é único”, frisa o médico.
Dores no pé
o hálux valgo, mais conhecido como joanete, é um dos problemas mais frequentes no pé. Seu principal sintoma é a dor na articulação que liga o dedão ao pé, deixando a área inchada, dolorida, e às vezes um pouco avermelhada quando se usa calçados fechados.
E existe outro problema parecido em
outra área do pé: “Se você tem um nódulo inchado doloroso na parte externa do
pé perto da base do seu dedinho, isso pode ser um bunionete ou joanete de
alfaite. Ela é semelhante a um joanete, mas na borda lateral do pé, também
causado pelo uso de sapatos que são muito apertados”, alerta Dr. Bruno.
Prevenção
A maioria dos joanetes
são tratáveis sem cirurgia. E a prevenção é sempre o melhor remédio. De acordo
com Dr. Bruno, para minimizar as chances de desenvolver um joanete:
- Nunca force seu pé em um sapato apertado que comprime
os seus dedos ou não se encaixa. Escolha sapatos que estejam em
conformidade com a forma dos pés e aqueles com a frente larga e solas
macias.
- Evite sapatos curtos, apertados ou bem pontiagudos, e
aqueles com saltos superiores a seis centímetros.
Se você já tem um joanete:
- Use sapatos que são espaçosos e largos o suficiente
para não apertar o dedão do pé. Isso normalmente já alivia a maior parte
da sua dor.
- Você também pode usar palmilhas de proteção para
amortecer áreas dolorosas.
Tratamentos
Além do tratamento em consultório, o paciente pode precisar de cirurgia se há dor ao andar. Essa cirurgia realinha osso, ligamentos, tendões e nervos para que o dedão seja colocado de volta à sua posição correta.
“Muitas cirurgias de joanete são
procedimentos ambulatoriais, o que significa que o paciente pode ir para casa
no mesmo dia da cirurgia. A recuperação ocorre ao longo de 3 a 6 meses e pode
incluir inchaço persistente e rigidez articular. Hoje são mais de uma centena
de técnicas para operar um joanete e a escolha da técnica depende do caso de
cada paciente e da preferência do cirurgião”, indica o ortopedista.
Riscos e complicações.
Todas as cirurgias têm risco, mesmo as
mais simples, e eles podem ser associados à anestesia, infecção na ferida,
danos aos nervos e vasos sanguíneos, sangramento ou coágulos sanguíneos.
Outro detalhe importante é que os joanetes cirurgicamente corrigidos ainda podem voltar, mesmo quando o procedimento foi realizado corretamente. “Os pacientes podem ajudar a prevenir isso seguindo as instruções pós-operatórias de seu médico”, explica.
Uma técnica também usada é a da cirurgia minimamente invasiva, que trata as condições dos pés, tornozelos e deformidades usando incisões muito pequenas.
As suas vantagens incluem cicatrização mais rápida, cicatrizes menores e menos rigidez. A principal desvantagem é que é mais difícil para o cirurgião ver as estruturas, tornando essas cirurgias mais difíceis de realizar.
“Se você estiver interessado no procedimento, converse
com um especialista de pé e tornozelo com
experiência em cirurgia minimamente invasiva para ver se você é um bom
candidato para se submeter a ele”, finaliza.
Dr. Bruno Miranda - CRM:165544/RQE:66817. Membro titular da Sociedade Brasileira de
Ortopedia e Traumatologia (SBOT); Membro titular da Associação Brasileira de
Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo (ABTPÉ); Membro da Federação
Latino-Americana de Medicina e Cirurgia da Perna e Pé (FLAMECIPP); Membro da
AOTRAUMA (Suíça); Membro da International Bone Research Association (IBRA); Membro
do GRECMIP (Grupo Mundial de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé); Fellowship
internacional em cirurgia do pé na Clínica Universidad de Los Andes (Chile); Preceptor
da Residência Médica do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo; Membro
do grupo de cirurgia do pé e tornozelo da Faculdade de Medicina do ABC; Madrid
Foot and Ankle Course (Espanha); Curso de Artroscopia do Tornozelo (EUA); AOTRAUMA
Masters Course- Foot and Ankle (Espanha); Prêmio de Melhor trabalho científico
na categoria pôster do 50º Congresso Brasileiro de Ortopedia; Co-autor do
Capítulo “Metatarsalgias” do Programa de Atualização em Ortopedia da SBOT
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