Pesquisar no Blog

segunda-feira, 14 de março de 2022

Saiba o que caracteriza o joanete, como evitar e tratamentos

 Dr. Bruno Miranda, ortopedista, destaca quais as principais causas para essa deformidade no pé, riscos, complicações e 4 dicas valiosas para não sentir dores

 

Pasme: nos Estados Unidos, mais de um terço das mulheres têm joanetes, que se caracterizam por uma deformidade nos pés, quando o dedão pode inclinar-se para o segundo dedo do pé ou ainda mover-se para baixo dele, sendo um desvio ainda mais grave. 

O principal fator de risco, que ocasiona esse desvio (que deixa o pé com aspecto deformado) é o uso de sapatos de salto alto e de bico fino, além da predisposição genética. 

Essa mudança de direção do dedão para o lado pode causar atrito com os calçados; deixar a pele avermelhada e inchada; causar dor na planta do pé, abaixo dos demais dedos; calos no contato dos dedos com os calçados; e, em casos graves, desenvolver artrose no pé, deixando-o com um aspecto disforme. 

Para o Dr. Bruno Miranda, ortopedista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) um sinal grave de alerta ocorre quando o joanete progrediu ao ponto de haver dificuldade para andar, mesmo já tendo trocado para sapatos confortáveis, pois, aí, é provável que seja o caso de cirurgia. “A cirurgia de joanete realinha osso, ligamentos e tendões para que seu dedão possa ser trazido de volta à posição correta. Há muitas técnicas disponíveis e cada caso é único”, frisa o médico.


Dores no pé

o hálux valgo, mais conhecido como joanete, é um dos problemas mais frequentes no pé. Seu principal sintoma é a dor na articulação que liga o dedão ao pé, deixando a área inchada, dolorida, e às vezes um pouco avermelhada quando se usa calçados fechados. 

E existe outro problema parecido em outra área do pé: “Se você tem um nódulo inchado doloroso na parte externa do pé perto da base do seu dedinho, isso pode ser um bunionete ou joanete de alfaite. Ela é semelhante a um joanete, mas na borda lateral do pé, também causado pelo uso de sapatos que são muito apertados”, alerta Dr. Bruno.


Prevenção

A maioria dos joanetes são tratáveis sem cirurgia. E a prevenção é sempre o melhor remédio. De acordo com Dr. Bruno, para minimizar as chances de desenvolver um joanete:

  1. Nunca force seu pé em um sapato apertado que comprime os seus dedos ou não se encaixa. Escolha sapatos que estejam em conformidade com a forma dos pés e aqueles com a frente larga e solas macias.
  2. Evite sapatos curtos, apertados ou bem pontiagudos, e aqueles com saltos superiores a seis centímetros.

Se você já tem um joanete:

  1. Use sapatos que são espaçosos e largos o suficiente para não apertar o dedão do pé. Isso normalmente já alivia a maior parte da sua dor.
  2. Você também pode usar palmilhas de proteção para amortecer áreas dolorosas.


Tratamentos

Além do tratamento em consultório, o paciente pode precisar de cirurgia se há dor ao andar. Essa cirurgia realinha osso, ligamentos, tendões e nervos para que o dedão seja colocado de volta à sua posição correta. 

“Muitas cirurgias de joanete são procedimentos ambulatoriais, o que significa que o paciente pode ir para casa no mesmo dia da cirurgia. A recuperação ocorre ao longo de 3 a 6 meses e pode incluir inchaço persistente e rigidez articular. Hoje são mais de uma centena de técnicas para operar um joanete e a escolha da técnica depende do caso de cada paciente e da preferência do cirurgião”, indica o ortopedista.

Riscos e complicações. 

Todas as cirurgias têm risco, mesmo as mais simples, e eles podem ser associados à anestesia, infecção na ferida, danos aos nervos e vasos sanguíneos, sangramento ou coágulos sanguíneos.

Outro detalhe importante é que os joanetes cirurgicamente corrigidos ainda podem voltar, mesmo quando o procedimento foi realizado corretamente. “Os pacientes podem ajudar a prevenir isso seguindo as instruções pós-operatórias de seu médico”, explica. 

Uma técnica também usada é a da cirurgia minimamente invasiva, que trata as condições dos pés, tornozelos e deformidades usando incisões muito pequenas. 

As suas vantagens incluem cicatrização mais rápida, cicatrizes menores e menos rigidez. A principal desvantagem é que é mais difícil para o cirurgião ver as estruturas, tornando essas cirurgias mais difíceis de realizar.

“Se você estiver interessado no procedimento, converse com um especialista de pé e tornozelo com experiência em cirurgia minimamente invasiva para ver se você é um bom candidato para se submeter a ele”, finaliza.



Dr. Bruno Miranda - CRM:165544/RQE:66817. Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT); Membro titular da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo (ABTPÉ); Membro da Federação Latino-Americana de Medicina e Cirurgia da Perna e Pé (FLAMECIPP); Membro da AOTRAUMA (Suíça); Membro da International Bone Research Association (IBRA); Membro do GRECMIP (Grupo Mundial de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé); Fellowship internacional em cirurgia do pé na Clínica Universidad de Los Andes (Chile); Preceptor da Residência Médica do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo; Membro do grupo de cirurgia do pé e tornozelo da Faculdade de Medicina do ABC; Madrid Foot and Ankle Course (Espanha); Curso de Artroscopia do Tornozelo (EUA); AOTRAUMA Masters Course- Foot and Ankle (Espanha); Prêmio de Melhor trabalho científico na categoria pôster do 50º Congresso Brasileiro de Ortopedia; Co-autor do Capítulo “Metatarsalgias” do Programa de Atualização em Ortopedia da SBOT


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados