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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Retinoblastoma: SOBOPE reforça a importância de campanhas para diagnóstico precoce

No início, sintomas do tumor são discretos, por isso profissionais de saúde devem estar alertas para identificar crianças que possam ser portadoras de retinoblastoma



Nos últimos dias, Tiago Leifert e Daiana Garbin revelaram que sua filha, Lua, de 1 ano e 3 meses, foi diagnosticada com um tumor raro, o retinoblastoma. Enquanto a pequena segue em tratamento, o ex-apresentador do BBB e a jornalista afirmam que a missão de suas vidas passou a ser alertar outros pais para os perigos da doença. 

A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) compartilha desta causa e está há anos envolvida na elaboração e apoio às campanhas de divulgação e conscientização dos sinais e sintomas do câncer infanto-juvenil para profissionais da área de saúde e população em geral. 

O retinoblastoma é um tumor maligno raro, que afeta principalmente crianças menores de 5 anos de idade, originário das células da retina, e pode comprometer um ou ambos os olhos. Segundo dados da literatura médica, é o tipo mais frequente de câncer ocular na infância, correspondendo de 2 a 3% dos cânceres infantis. 

Segundo o Dr. Neviçolino Carvalho, presidente da SOBOPE, o paciente apresenta poucos sinais ou sintomas nos estágios iniciais do retinoblastoma: "É um grande desafio para os profissionais de saúde da atenção básica fazer a suspeita do diagnóstico. Portanto, quanto mais informação e divulgação sobre a doença, mais eles podem ficar alerta e valorizar queixas trazidas pelos pais nas consultas de rotina ou em serviços de urgência”. 

O principal sinal de retinoblastoma é o reflexo do olho de gato, que é o aspecto esbranquiçado que se vê através da pupila, chamado leucocoria. Em fotos com flash, por exemplo, pode-se notar a leucocoria em um ou ambos os olhos. O segundo sinal mais comum é o estrabismo, quando a criança tem um desvio no olhar. “Na maioria dos casos, quando esses sinais são percebidos, o tumor já tem um tamanho considerável, diminuindo as chances de preservação ocular”, alerta o especialista. 

Caso a criança apresente estes indicativos, é necessário direcioná-la para centros especializados no tratamento de retinoblastoma, onde ela poderá ser avaliada por oftalmologistas e oncologistas pediátricos. 

"O diagnóstico precoce é um desafio no mundo inteiro, não só no Brasil. O exame 'Teste do Reflexo Vermelho', que é feito na maternidade e depois nas consultas de retorno ao pediatra até os 5 anos, representa um diferencial na avaliação de rotina da criança e não deve ser negligenciado pelos pediatras. Há também recomendações de que essas crianças passem por consultas com oftalmologistas de forma regular", afirma. 

O presidente da SOBOPE pontua que, primordialmente, garantir a vida é o mais importante no tratamento do retinoblastoma, ainda que em alguns casos a enucleação (remoção cirúrgica) seja a melhor conduta, diminuindo assim o risco de disseminação da doença para sítios extraoculares, como ossos, medula óssea, fígado e sistema nervoso central. Além da cura, preservar a visão e o globo ocular da criança são objetivos nobres. 

“Para isso, o tratamento mais recomendado atualmente é a quimioterapia intra-arterial associada a outras modalidades de tratamento local (laser, crioterapia e outros), orientada pelo trabalho conjunto do oncologista pediátrico e oftalmologista. O tratamento do retinoblastoma é complexo e dinâmico, deve ser realizado em centros especializados devidamente equipados e com profissionais com expertise no manejo terapêutico e de suas complicações. As chances de cura do retinoblastoma intraocular são de 95%, ainda que, às vezes, seja necessária a retirada do globo ocular", conclui.


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