Pesquisar no Blog

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Protestos por redução de valor na mensalidade devem considerar ‘custo humano’ das universidades, afirma especialista

 

Pexels

Debate recente sobre a redução do valor de mensalidades devido ao ensino online deve considerar o ‘custo humano’ ou investimento em professores. Afirma especialista internacional em educação e tecnologia e Diretor da Universidade Americana -- Ambra University.

 

Estão aumentando em todo o Brasil protestos de estudantes universitários que exigem pagar menos na mensalidade divido ao ensino totalmente online. A adoção do método remoto, obrigada pela pandemia, segue também este ano. Em janeiro, mais de 70% das universidades americanas anunciaram que permanecerão com ensino totalmente online devido à variante ômicron. No Brasil, a maioria das universidades também não retomou o ensino presencial. 

De acordo com o brasileiro Alfredo Freitas, que é especialista em educação e tecnologia com mais de 15 anos de experiência, o debate sobre a redução de mensalidades deve considerar os investimentos das instituições na força de trabalho -- sobretudo nos professores. Para ele, as pessoas não devem reduzir o debate considerando apenas o investimento em instalações prediais. 

“O que é recorrente e realmente significativo em educação é o custo de pessoas e por isso temos instituições presenciais que conseguem operar com mensalidades de R 250 e outras que precisam operar com mensalidades de R 2000 ou mais. Não é porque o prédio daquela com mensalidade menor é um prédio muito pior, mas sim porque as universidades que investem mais em professores, garante tempo para acompanhamento, supervisão, avaliação, conversas e feedback aos estudantes tendem a cobrar mais por isso”, explica Freitas. 

Para o educador, universidades presenciais e online com mensalidade muito baixa, usualmente, sobrecarregam professores com turmas muito lotadas e oferecem curso superior ‘de massa’. Segundo ele, pode-se oferecer cursos presenciais e online com turmas de 20 alunos com um professor capaz de fazer uma avaliação e acompanhamento individualizado, porém, existem universidades que inserem um número muito maior de alunos por turma. 

“Existem instituições que operam com mais de 100 alunos cadastrados por turma. Nesse contexto o professor vira um mero expositor. Não há troca, não há diálogo, não há acompanhamento individualizado. Logo, o que temos é um ensino com muito menor qualidade. Quando se fala em formação superior, as pessoas, usualmente, estão buscando conhecimento além do diploma. Isso deve ser considerado na hora de se matricular em qualquer instituição”, afirma Alfredo Freitas.
 

Custo Humano 

Para o especialista, professores, orientadores educacionais, supervisores, gestores de professores, equipe multidisciplinar, todos fazem parte de um grande investimento institucional pró qualidade do ensino. “São estas equipes que darão suporte e supervisão para que o ensino seja de qualidade. Quanto mais qualificados são estes profissionais, mais a instituição deverá investir para retê-los em seus quadros funcionais. Isso é repassado no valor da mensalidade paga”, afirma Freitas. 

O especialista repercute que no ensino remoto também existem instituições que fazem uso da tecnologia para massificar seu processo de ensino. “Com a possibilidade de se ter um só professor com um número infinito de alunos conectados a ele, grande parte das instituições online não estão pensando na qualidade, mas sim na quantidade. 

“Na hora de se debater a redução de mensalidades, é preciso considerar como a instituição está gerenciando este processo de aprendizado. Se está investindo em professores e em turmas menores ou se optou por tirar proveito da tecnologia do online para massificar o ensino. Se a instituição manteve o número de alunos adequados por turma, se adicionou tecnologia, se deu um suporte para os professores, na prática ela transferiu o custo que ela tem do presencial de suporte, de infraestrutura para um ambiente tecnológico. Então, nesse caso, não faz muito sentido se exigir que essa instituição mude a política de preço”, afirma.
 

 

Alfredo Freitas - pós-graduado em ‘Project Management’ pela Sheridan College no Canadá, graduado em Engenharia de Controle e Automação e Mestre em Ciências, Automação e Sistemas, pela Universidade de Brasília. O renomado profissional tem mais de 15 anos de experiência em Tecnologia e Educação. É atualmente Diretor de Educação e Tecnologia da Ambra University. A Universidade americana é credenciada e tem cursos reconhecidos pelo Florida Department of Education (Departamento de Educação da Flórida) sob o registro CIE-4001. Além disso, a universidade conta com histórico de revalidação de diplomas no Brasil.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados