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Debate recente sobre a redução do valor de mensalidades devido ao ensino online deve considerar o ‘custo humano’ ou investimento em professores. Afirma especialista internacional em educação e tecnologia e Diretor da Universidade Americana -- Ambra University.
Estão aumentando em todo o Brasil protestos de
estudantes universitários que exigem pagar menos na mensalidade divido ao
ensino totalmente online. A adoção do método remoto, obrigada pela pandemia,
segue também este ano. Em janeiro, mais de 70% das universidades americanas
anunciaram que permanecerão com ensino totalmente online devido à variante
ômicron. No Brasil, a maioria das universidades também não retomou o ensino
presencial.
De acordo com o brasileiro Alfredo Freitas, que é
especialista em educação e tecnologia com mais de 15 anos de experiência, o
debate sobre a redução de mensalidades deve considerar os investimentos das
instituições na força de trabalho -- sobretudo nos professores. Para ele, as
pessoas não devem reduzir o debate considerando apenas o investimento em
instalações prediais.
“O que é recorrente e realmente significativo em
educação é o custo de pessoas e por isso temos instituições presenciais que
conseguem operar com mensalidades de R$ 250 e outras que precisam operar com mensalidades de R$ 2000 ou mais. Não é porque o
prédio daquela com mensalidade menor é um prédio muito pior, mas sim porque as
universidades que investem mais em professores, garante tempo para
acompanhamento, supervisão, avaliação, conversas e feedback aos estudantes
tendem a cobrar mais por isso”, explica Freitas.
Para o educador, universidades presenciais e online
com mensalidade muito baixa, usualmente, sobrecarregam professores com turmas
muito lotadas e oferecem curso superior ‘de massa’. Segundo ele, pode-se
oferecer cursos presenciais e online com turmas de 20 alunos com um professor
capaz de fazer uma avaliação e acompanhamento individualizado, porém, existem
universidades que inserem um número muito maior de alunos por turma.
“Existem instituições que operam com mais de 100
alunos cadastrados por turma. Nesse contexto o professor vira um mero
expositor. Não há troca, não há diálogo, não há acompanhamento individualizado.
Logo, o que temos é um ensino com muito menor qualidade. Quando se fala em
formação superior, as pessoas, usualmente, estão buscando conhecimento além do
diploma. Isso deve ser considerado na hora de se matricular em qualquer
instituição”, afirma Alfredo Freitas.
Custo Humano
Para o especialista, professores, orientadores
educacionais, supervisores, gestores de professores, equipe multidisciplinar,
todos fazem parte de um grande investimento institucional pró qualidade do
ensino. “São estas equipes que darão suporte e supervisão para que o ensino
seja de qualidade. Quanto mais qualificados são estes profissionais, mais a
instituição deverá investir para retê-los em seus quadros funcionais. Isso é
repassado no valor da mensalidade paga”, afirma Freitas.
O especialista repercute que no ensino remoto
também existem instituições que fazem uso da tecnologia para massificar seu
processo de ensino. “Com a possibilidade de se ter um só professor com um
número infinito de alunos conectados a ele, grande parte das instituições
online não estão pensando na qualidade, mas sim na quantidade.
“Na hora de se debater a redução de mensalidades, é
preciso considerar como a instituição está gerenciando este processo de
aprendizado. Se está investindo em professores e em turmas menores ou se optou
por tirar proveito da tecnologia do online para massificar o ensino. Se a
instituição manteve o número de alunos adequados por turma, se adicionou
tecnologia, se deu um suporte para os professores, na prática ela transferiu o
custo que ela tem do presencial de suporte, de infraestrutura para um ambiente
tecnológico. Então, nesse caso, não faz muito sentido se exigir que essa
instituição mude a política de preço”, afirma.
Alfredo Freitas - pós-graduado em ‘Project
Management’ pela Sheridan College no Canadá, graduado em Engenharia de Controle
e Automação e Mestre em Ciências, Automação e Sistemas, pela Universidade de
Brasília. O renomado profissional tem mais de 15 anos de experiência em
Tecnologia e Educação. É atualmente Diretor de Educação e Tecnologia da Ambra
University. A Universidade americana é credenciada e tem cursos reconhecidos
pelo Florida Department of Education (Departamento de Educação da Flórida) sob
o registro CIE-4001. Além disso, a universidade conta com histórico de
revalidação de diplomas no Brasil.
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