Em casos graves, quadro clínico pode provocar parto
prematuro e óbito fetal
À medida que a imunização nacional contra a
Covid-19 avança, novos quadros e variantes reforçam a necessidade de medidas de
saúde pública para conter a propagação do vírus. Um pico de casos de gripe do
tipo Influenza, observado nos últimos meses, traz o alerta para possíveis
coinfecções, ou seja, infecções simultâneas.
Entre os grupos mais vulneráveis aos quadros de
coinfecção estão as gestantes. Recentemente, um caso chamou a atenção do país:
uma mãe perdeu o bebê no oitavo mês de gestação, cuja principal causa
hipotética foi a dupla infecção de Covid-19 e Influenza. Dessa forma,
profissionais de saúde salientam a importância da conscientização sobre o
cenário atual.
Recomendações para as gestantes
“Infecções respiratórias de qualquer natureza,
quando evoluem para casos graves de insuficiência respiratória ou síndrome
gripal, podem provocar abortamento no início da gravidez e, nas últimas
semanas, parto prematuro, que traz riscos de óbito fetal”, explica a dra.
Daniela Gomes Selano, ginecologista e obstetra, coordenadora do CHN Mulher.
O diagnóstico preciso também se firma como uma das
maiores dificuldades quando o assunto é infecção respiratória. “Como os
sintomas são muito similares – febre, coriza, tosse e dor de garganta, entre
outros –, o exame laboratorial é necessário para que o diagnóstico seja
possível”, acrescenta a médica.
Daniela também afirma que a gestante com suspeita
de infecção respiratória só deve se preocupar com o quadro quando os sintomas
forem graves. “Quando a saúde do bebê está em risco, o mais recomendado é o
parto cesariana. Em casos leves, a orientação do médico prevalece.”
Para as puérperas, a amamentação também não é uma
prática a ser temida, visto que o aleitamento materno não é afetado por quadros
leves. “Apenas recomendamos a higienização das mãos e o uso de máscaras de
proteção quando os sintomas são observados”, salienta a especialista.
Entendendo a coinfecção de Covid-19 e Influenza
Embora o termo seja relativamente novo e esteja em
tendência, os casos de coinfecções por gripe e coronavírus não são nenhuma
novidade. Instâncias de quadros do tipo foram detectadas em países como Brasil,
Estados Unidos, Israel, Filipinas e Hungria, alguns antes mesmo de o termo ser
cunhado.
É verdade que os casos de gripe foram menos
expressivos no começo da pandemia. No entanto, é provável que a flexibilização
do isolamento social e de medidas de saúde pública tenha provocado um aumento
considerável de novas infecções por Influenza.
Ainda que muitos países estejam rastreando casos de
Covid-19 e gripe, há poucos dados expressivos sobre as coinfecções. O mais
importante, no momento, é ressaltar que ambas as vacinas estão disponíveis e
ainda são a melhor medida para se proteger contra quadros graves”, salienta a
médica.
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