Você já ouviu falar em nomofobia ou no-mobile? O nome pouco conhecido refere-se a uma fobia que tem crescido em todo o mundo. Trata-se do medo irracional de ficar sem o celular. Esse medo também é conhecido como síndrome da dependência digital. Pesquisa publicada pela Digital Turbine mostra que 20% dos brasileiros não ficam mais de 30 minutos longe do celular.
Para o psicólogo Davi
Alves, professor do curso de psicologia da Faculdade
Pitágoras, o avanço tecnológico é um dos fatores que contribuem para a
dependência. "A cada dia surgem aparelhos celulares com as mais altas
tecnologias. Reforçando a necessidade em estar sempre perto de um celular, pois
nele se resolve tudo: trabalho, estudos, entretenimento e compras. Com isso,
cria-se o hábito de estar no celular. A todo tempo somos reforçados a emitir
esse comportamento e quando nos percebemos distante dele é como se deixássemos
de viver ou de estar conectado com o mundo", explica o docente.
O estudo da plataforma
de mídia também apontou que 92% dos brasileiros fazem compras pelo celular e
que desse percentual 30% passaram a comprar ainda mais pelo aparelho móvel após
o início da pandemia. Davi Alves ressalta que apesar da comodidade ofertada
pelos aparelhos, é preciso ficar atento aos sinais que indicam vício.
"Quando a pessoa percebe que não está conseguindo fazer coisas que não
estejam vinculadas ao uso imediato do celular é preciso atenção. Por exemplo, a
pessoa vai a um aniversário e tem a sensação de que ali está chato por ter que
conversar ou emitir outros comportamentos que não dependem do celular.
Estudando, namorando, comendo ou fazendo outra atividade e ao mesmo tempo
olhando o celular e verificando mensagens. Ou seja, quando existe um
condicionamento da vida ao uso do celular".
Levantamento do Google
mostra que 73% dos brasileiros não saem de casa sem os seus dispositivos. O
psicólogo ressalta que o uso exagerado do aparelho pode trazer consequências.
"Elas são diversas e na maioria das vezes terríveis quando lembramos que
somos uma espécie que vive em comunidade e para que essa comunidade exista de
forma sólida e saudável é importante que seus membros se relacionem. Essa
relação, em parte, pode ser até realizada via celular, mas o aparelho não
responde às necessidades de relação que o homem precisa. Com isso, percebemos
relações frágeis entre amigos, familiares, entre alunos e professores, entre
relações amorosas. São pessoas preferindo fazer uso do celular à interação
presencial. Estamos rompendo com um princípio, em que o viver em comunidade
está sendo trocado para o viver uma vida mais individualizada e com menos
contato possível".
O profissional da
saúde explica que é preciso analisar as consequências do uso descontrolado e os
prejuízos desse comportamento. "De acordo com a magnitude desse
comportamento socialmente disfuncional, a ajuda de um psicólogo é indispensável
e certamente o processo terapêutico vai ajudar esse sujeito a melhorar esse
vício em um contexto de reflexão. Onde se possa compreender quais são os
reforçadores desse comportamento, bem como propor ao sujeito outras
possibilidades".
Davi Alves pondera que
o problema não é a tecnologia em si, mas a maneira como nos relacionamos com
ela, já que o celular é um item quase que essencial para muitas pessoas que
usam para trabalhar e estudar. Ele defende que o uso deve ser de forma saudável
para que o aparelho seja um auxílio e não uma dependência. "Quando a
função de algo é clara para o sujeito, ele consegue estabelecer uma relação
baseada em clareza. Se o celular é para trabalhar, importante definir qual o
horário de trabalho. Se for para estudar, limitar o horário de estudo. Se usado
para manter relações afetivas, definir quanto tempo do seu dia será dedicado a
isso. Quando temos clareza da função, melhor controle podemos exercer sobre
esses comportamentos", conclui o psicólogo.
Faculdade Pitágoras
https://www.faculdadepitagoras.com.br e https://blog.pitagoras.com.br/category/noticias/.
Kroton
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