Com transporte
700% mais alto que em 2019, produtos natalinos devem apresentar alta
significativa no mercado
A pandemia da COVID-19 trouxe uma nova realidade
para o comércio exterior mundial: desde a paralisação das operações em 2020,
muitos fatores desencadearam uma ruptura na cadeia de suprimentos de muitas
empresas.
Mesmo com o avanço da vacinação em todo o mundo,
ainda não foi possível normalizar a situação da logística mundial. “Seguimos
com congestionamentos nos portos, o aumento da demanda por produtos, o atraso
de navios, a falta de containers e agora, no início de agosto, o aumento
significativo nos casos de COVID-19 na China complicou ainda mais a situação”,
afirma o diretor da ES Logistics, Fabiano Ardigó.
No início de agosto, um terminal do porto de
Ningbo-Zhoushan, um dos maiores portos em número de movimentações da China,
parou as operações devido a um caso de COVID-19 em um dos seus colaboradores, o
que intensificou a situação nos portos: os navios estão mudando a rota para
outros portos como Xangai e Hong Kong, causando um efeito cascata. “É provável
que estes atrasos atinjam os proprietários das cargas, grandes varejistas e até
pequenas lojas, que terão que lidar com atrasos em mercadorias e custos de
transporte mais altos em seus pedidos para final de ano”, explica Ardigó.
A 300 km no sul de Xangai, a cidade chinesa de Yiwu
é conhecida pelas fábricas especializadas em enfeites de Natal. Desde a árvore
de plástico, os ornamentos, o pisca-pisca, o Papai Noel musical, o presépio,
entre outros. São produzidos por mais de 600 fábricas, que produzem 60% das
decorações desta época de todo o mundo. “Temos duas situações preocupantes:
uma, na entrega em tempo dessas importações e outra, no custo final do produto,
que, com os valores exorbitantes de frete, com certeza serão maiores”, afirma.
Há exatos dois anos, o transporte de um container
via marítimo do Porto de Xangai ao Brasil custava US$1,6 mil. Hoje, o valor
chega a US $11 Mil. Além disso, o tempo de espera dessas mercadorias também
aumentou cerca de 50% no tempo total de trânsito. “Neste caso, o custo
desse transporte impacta diretamente no valor final do produto. A expectativa
do setor é que a situação se normalize até o final de 2022”, explica Ardigó.
O Brasil precisa conviver ainda com a concorrência
acirrada no setor que, além da alta dos preços, vivencia uma escassez de
containers no mercado. Hoje o Brasil paga cerca de US$11 mil para transportar
um container. Miami, nos EUA, chega a pagar US$25 mil.
Só em 2020, o Porto de Xangai atingiu 43,5 milhões
de TEUs (Containers de 20 pés), ficando em primeiro lugar do mundo por 11 anos
consecutivos, de acordo com a Alfândega de Xangai. “O fato de os navios
continuarem atrasados e agora o aumento dos surtos de variante da COVID-19 em
grandes centros de manufatura chineses indicam que pode haver consequências de
longo alcance na Black Friday e nas temporadas de compras de fim de ano”,
finaliza o empresário.
ES Logistics
Nenhum comentário:
Postar um comentário