Com
a chegada do inverno, comorbidade requer controle prolongado, principalmente na
pandemia
De acordo com a
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), cerca de 20 milhões de
brasileiros são asmáticos.1 A data tem como objetivo despertar na população a
consciência sobre cuidados para controle da doença, que é a terceira ou quarta
causa de hospitalizações no SUS, conforme grupos de idades, ocasionando uma
média de 350 mil internações por ano.
A asma é uma doença
pulmonar crônica que provoca a inflamação das vias aéreas, o que faz com que
fiquem estreitas e inchadas, dificultando a passagem de ar. Gera ainda aumento
da produção de muco agravando o problema. São sintomas comuns a falta de ar,
com sensação de sufoco, aperto no peito, chiado e tosse.
"Mesmo quando
as crises amenizam ou não se manifestam é importante o cuidado e acompanhamento
médico. Apesar de ser uma doença crônica, ela é passível de controle",
aconselha a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade
Anhanguera, Clarice Conceição. A asma é causa de afastamentos nos trabalhos e
escolas e quando não adequadamente controlada pode levar ao óbito.
"O inverno traz
ao dia a dia três componentes importantes que incentivam a manifestação da
doença, como a baixa temperatura, que contrai a musculatura dificultando a
passagem do ar, os ambientes fechados que facilitam a formação de ácaros, o que
também auxilia na irritação, e a baixa umidade do ar, que resseca as vias
respiratórias abrindo caminho para inflamações", alerta a profissional.
Além disso, o período
da noite, madrugada e durante a realização de exercícios físicos requer
atenção. A doença pode ser desencadeada ou agravada por vários fatores como
alergias (poeira, ácaros, fungos, pelos de animais), agentes irritantes, tais
como poluição, fumaça, cigarro e outros. Alterações na saúde emocional, como
estresse e ansiedade, e medicamentos também podem piorar as crises.
Como a asma é uma
doença que varia de pessoa para pessoa, cada paciente irá receber um tratamento
individualizado. Algumas recomendações, no entanto, servem para todos os
asmáticos. "Evitar os gatilhos que disparam as crises é indispensável.
Poeira, fumaça de cigarro e mofo são alguns deles. Também o uso do medicamento
deve ser contínuo, conforme a recomendação médica", destaca a
especialista. "Quem adota o tratamento adequadamente consegue controlar a
doença e ter qualidade de vida", prossegue.
Asma e Covid-19
Apesar do que se
acreditava no início da pandemia, a asma não é fator de risco para a Covid.
"Se a doença está controlada ou em remissão, os asmáticos não se tornam
mais suscetíveis ao vírus", frisa Clarice. A especialista diz que, no
entanto, os pacientes que não seguem tratamento medicamentoso por recomendação
médica tendem a apresentar uma forma grave da asma quando em quadro infeccioso respiratório
quer seja por vírus ou bactérias. "Por esse motivo, é muito importante
continuar com a medicação e não suspender nenhum remédio sem consultar o
médico", orienta.
"No momento
atual, em que a pandemia segue em total descontrole, temos que considerar que
morar no Brasil, por si só, é um fator de risco, então, uma comorbidade
respiratória aumenta a chance de gravidade da Covid-19, incluindo a chegada do
inverno e as alterações emocionais que tudo isso causa. Com mais de 500 mil
mortes no país, o Sars-CoV-2 já atinge hoje pessoas saudáveis, jovens e sem
quaisquer comorbidades. A asma é uma doença crônica que hoje conta com os mais
diversos recursos terapêuticos, para todos os quadros clínicos, dos mais leves
aos mais graves e de difícil controle. Siga as recomendações do seu
médico", conclui a enfermeira.
Anhanguera
Kroton
Referências:
• Asma. Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/espaco-saude-respiratoria-asma/#:~:text=A%20asma%20%C3%A9%20uma%20das,faltas%20escolares%20e%20no%20trabalho.. Acesso em 25 de
junho de 2021.
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