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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Violência contra a mulher: o que você pode fazer?

Embaixada do Reino dos Países Baixos adere à campanha laranja no mundo, da Organização das Nações Unidas, e estimula o debate sobre como enfrentar a violência de gênero


Uma em cada três mulheres em todo mundo sofre violência durante a vida, segundo estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso torna a violência contra mulheres e meninas uma das violações aos direitos humanos mais generalizadas, persistentes e devastadoras no mundo. Embora seja um problema enorme, ele permanece em grande parte subnotificado devido à impunidade, ao estigma, ao medo e à vergonha.

Com o objetivo de ampliar a conscientização e estimular ações para erradicar esse tipo de violação, a embaixada da Holanda promoveu, no dia 25 de novembro, o Hague Talk "Violência contra a mulher: o que você pode fazer?". Trata-se de um debate em formato do renomado ciclo de palestras HagueTalks, criado pela cidade de Haia e o Ministério de Relações Exteriores dos Países Baixos.

Sob a mediação da ativista de direitos humanos e jornalista, Maria Paula de Andrade, participaram deste evento a filósofa e vice-presidente do Instituto Maria da Penha, Regina Célia, a secretária da Mulher do Governo do Distrito Federal (GDF), Éricka Filippelli e a chefe da Delegacia Especial da Mulher do Distrito Federal, Sandra Gomes Melo. O debate faz parte da campanha laranja no mundo - 16 dias de ativismo contra a violência de gênero, iniciativa promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), de 25 de novembro a 10 de dezembro.


Autonomia das mulheres

Éricka Filippelli ressaltou a necessidade de estimular a autonomia financeira das mulheres, uma vez que diversas pesquisas mostram que a grande maioria das vítimas de violência está desempregada, ou são estudantes, ou são do lar. Por isso, falou sobre o programa do GDF "Empreende mais mulher" que oferece capacitação, cursos e orientação para essas mulheres: "Na construção desse programa também levamos assistentes e psicólogos, e colhemos muitos resultados positivos. A solução é criar espaços acolhedores, serviços de várias áreas", relatou.


Participação dos homens

A exposição da filósofa Regina Célia colocou em foco a importância da participação dos homens na erradicação desse problema, desde a educação de meninos no ambiente familiar até o tratamento dos adultos que se tornam agressores. "A Lei Maria da Penha no artigo 35, no inciso quinto, fala dos centros de reabilitação para autores de violência. Essa é uma dica da nossa sociedade, temos que mudar o norte, as estratégias de educação, e envolver os homens. Eles precisam ser provocados a participar de rodas de diálogos e precisamos saber o que os meninos estão pensando", explicou Regina Célia.


Autonomia emocional

A delegada Sandra Melo abordou a necessidade de empoderar as mulheres e fazer com que elas próprias enxerguem seus direitos e consigam procurar ajuda. Ela explicou como identificar uma mulher que pode estar passando por violência: "Uma das primeiras manifestações é o sentimento de opressão, controle. A autonomia é algo que diz respeito a nossa dignidade humana - a falta de autonomia traz desconforto, depressão, desamor, é muito comum num atendimento, a gente percebe uma mulher que está sob controle que está sem autonomia de definir sobre sua própria vida".

A Holanda tem como uma de suas prioridades a defesa dos direitos de mulheres e meninas como política nacional e internacional. Este debate tem o compromisso de contribuir para a troca de experiências, a conscientização e a busca por novas formas de enfrentar a violência contra a mulher.


 Campanha Laranja no Mundo (Orange the World): 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher - de 25 a 10 de dezembro

 


 

SERVIÇO

Quem: Embaixada do Reino dos Países Baixos

Contato: e-mail BRA-PPC@minbuza.nl

Evento: Hague Talk "Violência contra a mulher: o que você pode fazer?"

Como acessar: Evento disponível no Youtube

Data de gravação: 25/11/2020 - 10h


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